Está marcada para dia 16 de março a Futurália, a maior Feira de Educação e Formação de âmbito nacional. Esta feira, organizada na FIL, destina-se a jovens adultos que estejam interessados em voltar a ingressar nos estudos ou que decidam investir na sua formação. O Inforh entrevistou Alzira Ferreira, responsável pelo evento.
O que distingue a Futurália de todas as outras feiras de emprego?
Antes de mais, a Futurália não é nem pretende ser uma Feira de Emprego. Esse papel tem vindo a ser desempenhado, e muito bem pelas entidades de ensino superior à semelhança do que acontece noutros países. Cada vez mais Institutos Politécnicos e Universidades organizam Feiras do Emprego e Carrer Weeks que visam promover o emprego entre os seus jovens graduados.
A Futurália é sim, um grande evento sobre a educação e a formação. A Futurália continua a ter como objectivo agregar num só espaço a generalidade das entidades, empresas e organismos públicos e privados com vocação formativa, de âmbito nacional e internacional, por forma a mostrar aos jovens e a quem com eles partilha soluções de vida, que existem opções distintas na construção do seu percurso formativo. Assim, é possível com recurso a uma informação com base no conhecimento organizado e apresentado de forma motivadora, como se pretende conseguir no âmbito das diferentes manifestações que compõe o certame, ajudá-los a tomar as suas decisões.
A Futurália tem suscitado interesse por parte de empresas estrangeiras. Qual acha ser a vantagem dessas instituições em mostrar a sua oferta formativa em Portugal?
A participação de instituições de ensino superior internacionais – 23 países representados na Futurália tem vindo a crescer de modo significativo, nos últimos 3 anos. Estas entidades pretendem atrair e recrutar alunos para as suas universidades e colleges e, os estudantes portugueses afiguram-se como um público bastante interessante. Paralelamente, temos vindo a assistir a uma correspondente adesão, por parte nossos jovens, à “aventura” de um percurso formativo no estrangeiro.
Várias instituições vêem na Futurália uma oportunidade para mostrarem as suas necessidades de recrutamento e as competências que procuram nos seus colaboradores. O que pode oferecer a Futurália a estas empresas?
Estas empresas, ao participarem na Futurália têm uma oportunidade para estabelecer um contacto direto com um público interessado, permitindo-lhes não só dar resposta necessidades das pessoas e das organizações empregadoras, bem como promover a empregabilidade, dando ênfase às boas práticas de empresas com sucesso, criando uma espécie de marketing ‘positivo’ do emprego e incitamento ao empowerment;
Em que medida a Futurália pode aconselhar os jovens a escolher o melhor caminho para o futuro?
A complementar a oferta de educação/formação, e com objectivo de continuar a apresentar, de forma inovadora e inspiradora, os jovens terão à sua disposição todo um conjunto de iniciativas (Workshops, demonstrações, performances de arte música, desporto, etc.) com a possibilidade de interagir, vivenciar e percepcionar diferentes experiências, no sentido de descobrir interesses que ajudem a encontrar o seu talento/áreas de interesse para uma aposta de futuro, que passará sempre por esforço, empenho e trabalho, reforçando o mote “ O TEU FUTURO ESTÁ EM JOGO “
Na sua opinião, os jovens continuam a escolher a formação apenas por um gosto pessoal, ou já começam a pensar num mercado de trabalho que lhes dê garantias?
Esta é uma boa questão. Na minha opinião, a maioria dos jovens pretende obter informação sobre os índices de empregabilidade de um dado curso antes de tomar a sua decisão. Ainda assim, o talento, o gosto pessoal ou a vocação prevalecem, tanto mais que as garantias do mercado de trabalho, hoje em dia, não são perenes.
A Futurália destina-se não só a jovens estudantes, mas também a adultos. O que tem o evento para oferecer neste sentido?
Pese embora o público natural da Futurália sejam os jovens com idades compreendidas entre os 14 e os 20 anos, a Futurália é também uma Feira para todos – jovens, pais, professores e activos. Na Feira existem várias ofertas ao nível da formação avançada, da formação qualificante e cursos no âmbito da requalificação profissional, uma resposta para a melhoria de qualificações e competências. Simultaneamente a organização em conjunto com os seus parceiros organizam workshops e iniciativas temáticas no âmbito da educação (por exemplo: ”Dislexia para todos”, “Conferência de Sonhadorismo para Educadores“.)
No caso do desemprego de longa duração, voltar a estudar é uma solução?
É evidente que se não se trabalhar do lado das oportunidades de emprego, não existem soluções exequíveis, ainda assim, o incremento de qualificações e a requalificação profissional são a via para abrir novas perspetivas de empregabilidade.
Quais os principais desafios de um evento que se pretende cada vez mais atrativo e internacional?
Os desafios prendem-se, sobretudo, por conjugar aquilo que é a base de todo o Certame – uma Feira de Oferta Educativa, Formação e Empregabilidade – e as novidades que todos os anos temos que construir, adaptando o Evento às constantes mudanças tecnológicas, económicas, sociais e culturais com que nos deparamos nos diversos sectores, nomeadamente no setor da educação.
Que conselhos dá a um visitante da Futurália?
Não se projetem no futuro tendo como referencia um aconselhamento baseado numa visão do passado ou mesmo do presente. Os paradigmas mudam. O que era ontem uma oportunidade poderá rapidamente deixar de o ser. O que poderia parecer como algo inacessível ou inalcançável poderá ser uma fonte de possibilidades. Não esperem passivamente a chegada do emprego. Corram atrás do seu sonho. Acreditem no aumento das qualificações académicas e profissionais, incluindo a cultura, os valores de ética e de cidadania. Tenham confiança em si mesmos e no país.