A ATREVIA, consultora global de comunicação e a Deusto Business School, escola de negócios da Universidade de Deusto Madrid, apresentam o estudo Geração Z: O Dilema, que revela os resultados sobre a primeira geração genuinamente nativa digital.
Ana Margarida Ximenes, Presidente da ATREVIA Portugal, e Iñaki Ortega, Diretor da Deusto Business School Madrid, divulgaram as principais características dos Jovens Z: digitais, empreendedores, comprometidos, brand lovers e inconformados.
Nascidos entre 1994 e 2010, representando aproximadamente 2,57 milhões da população portuguesa, “Os jovens Z encontram-se num dilema. Nasceram nos últimos anos do século passado e a Iinternet acompanhou-os toda a vida. No entanto, o mundo ainda não é 100% digital, pelo que ou renunciam parte da sua identidade para se adaptarem à realidade dos seus pais e avós ou, são eles próprios e correm o risco de ficar na periferia do sistema”, comenta Ana Margarida Ximenes, Presidente da ATREVIA Portugal.
No aspeto social, o que mais preocupa os Z, em Portugal, é a educação. 49,7% dos jovens inquiridos para a realização deste estudo consideram que investir na educação é a principal prioridade para o desenvolvimento do país. Reclamam uma educação mais digital e adequada aos requisitos do mercado. A pobreza, a corrupção e o desemprego juvenil são outros pontos de grande preocupação para esta geração. Depois da educação, o apoio aos empreendedores e às PMEs são considerados os investimentos necessários para garantir o desenvolvimento do país. Logo em seguida, apostam no investimento em saúde, na luta conta a desigualdade e na defesa da sustentabilidade.
Iñaki Ortega, Diretor da Deusto Business School Madrid, destacou que, a par da internet, há quatro fatores que definem a Geração Z: irreverência, imediatismo, inclusão e incerteza. “Irreverentes porque não hesitam em contrariar pais, professores ou mais velhos porque são autodidatas. O imediatismo assente nas redes sociais que utilizam, onde tudo é rápido e fugaz. A economia colaborativa e a diversidade que abraçam fazem com que sejam inclusivos. O mundo líquido em que nasceram, nas palavras do filósofo Bauman, onde nada é estável e tudo muda, faz com que a incerteza seja uma companhia constante, uma vez que nasceram em plena crise global”.
O estudo, que aborda os Z na esfera de cidadãos, consumidores e talento, explora também certos pontos-chave na hora dos jovens Z escolherem uma posição de trabalho ideal. De facto, quando planeiam escolher uma empresa para trabalhar, a notoriedade da organização por si mesma é o aspeto menos valorizado, embora se dê importância à ética da empresa e à sua capacidade de inovar. Acima de tudo, 68,2% dão prioridade à conciliação com a sua vida pessoal e 63,7% ao bom ambiente no trabalho. Para 52,2%, o seu emprego ideal é montar a sua própria empresa ou trabalhar por conta própria. Somente 24,6% pretende ser assalariado numa empresa privada e, 9,3% trabalhar na Função Pública.
A análise demonstra ainda que esta constante adição à tecnologia pode afetar os resultados académicos ou no trabalho, seja a capacidade de leitura, expressão ou compreensão oral dos jovens Z, tal é a sua cumplicidade com os meios digitais.
“Trata-se de uma geração que se preocupa com o seu futuro, valorizando muito significativamente no seu trabalho ideal, a conciliação com outras facetas da vida. O perfil da Geração Z requere às empresas uma gestão de pessoas mais digital e um diálogo contínuo”, comenta Ana Margarida Ximenes, Presidente da ATREVIA Portugal.
Na esfera do consumo, os jovens da Geração Z tendem a ser fiéis às marcas mas as decisões finais podem depender de outros fatores: 46,7% refere que as suas escolhas dependem muito do tipo de produto e 37% das marcas que lhes transmitem mais confiança. Os Z, entre os 14 aos 18 anos são os que tendem a fixar-se mais num produto ou marca (40%).
Para a elaboração do estudo Geração Z: O Dilema, realizaram-se mais de 600 entrevistas a membros desta faixa etária e sete focus group em que participaram mais de 50 gestores de Recursos Humanos e Marketing, assim como jovens entre os 14 e os 23 anos. Os autores do estudo foram: Núria Vilanova, Iñaki Ortega Cachón, Isabel Lara, María del Barco, Iván Soto San Andrés, Ana Margarida Ximenes e Filipa Primo, numa amostra que abrangeu 681 participantes, entre eles 381 jovens portugueses.
[posts title=’Mais notícias de interesse:’ layout=’small-grid’][/posts]