No momento atual de incerteza económica e social, originado pela pandemia do vírus COVID-19, as organizações deparam-se com várias questões que terão de solucionar, readaptando-se a novas formas de trabalho para permanecerem competitivas.
A Fórmula do Talento, empresa que apoia as organizações na gestão e desenvolvimento do seu talento, levando as melhores práticas apoio continuo e expertise, levou a cabo um estudo com o objetivo de perceber quais são os principais desafios com que se debatem, hoje em dia, os profissionais com responsabilidades ao nível da Gestão de Pessoas e quais são as suas expectativas para os meses vindouros.
Entre o dia 2 e 13 deste mês de abril, foi disponibilizado através de plataforma online o questionário do estudo “Impacto do COVID-19 na Gestão de Pessoas”, de onde surgiram dados relevantes para o futuro próximo.
Principais conclusões:
No que se refere ao panorama atual e ao modo de atuação com a imposição do Estado de Emergência no país, verifica-se que a maioria das empresas respondentes está a atuar em teletrabalho total (36%) ou Parcial (36%) e apenas 3% mantém atividade normal.
Verifica-se que 51,8% dos respondentes considera que a atual situação terá um impacto médio na atividade da empresa. Já 8,9% dos respondentes percecionam risco de encerramento e, apenas 3,6% da amostra considera que o panorama nacional não terá qualquer impacto na sua atividade ou que poderá ter impacto positivo.
Quanto aos aspetos que são atualmente objeto de preocupação por parte dos responsáveis das empresas e dos recursos humanos, verificou-se que no top 3 são:
- preocupação com a “saúde dos colaboradores e famílias”
- o “Impacto económico desta situação na atividade da empresa”
- a “produtividade dos colaboradores”
Em linha com a preocupação com o tema da produtividade dos colaboradores, e de modo a manterem as equipas alinhadas com os objetivos da empresa, os respondentes adotaram estratégias diversificadas, nomeadamente: reuniões mais regulares (70%); feedback mais regular (57%); optam pela criação de grupos de trabalho (43%); e 30% dos respondentes estabelecem objetivos a mais curto prazo.
Pretendeu-se também apurar a perceção dos inquiridos relativamente ao ajustamento das medidas apresentadas pelo Governo e à realidade das sua empresas. Neste caso as medidas percecionadas como sendo muito ajustadas à realidade dos inquiridos são a “Aceleração de pagamentos por parte da administração pública” e a “Prorrogação de prazos de pagamento de impostos e outras obrigações declarativas”. Em oposição, verificou-se que a medida “linhas de crédito especiais” é a medida percecionada como menos ajustada à realidade da amostra.
Após questionados quanto à transparência com que comunicam a situação financeira da organização, consequência da pandemia de COVID-19, 55,4% dos respondentes admite partilhar a informação apenas com alguns grupos da organização. 28,6% dos respondentes partilha a informação com toda a organização e 10,7% não partilha de todo a informação.
Antes de avançarmos para as questões direcionadas para o futuro, pretendemos ainda ter uma visão global da expectativa dos inquiridos, relativamente ao timing de regularização da atual situação provocada pela pandemia.
46,4% dos respondentes considera que a situação estará regularizada em Junho de 2020 e, apenas 5,4% está mais otimista acreditando que a situação ficará regularizada no próximo mês de Maio.
Quando a situação atual se regularizar, os respondentes consideram que a prioridade será o Pagamento de Salários e a Motivação das Equipas, seguidos de temas como a Comunicação interna e a Gestão de Desempenho. Os resultados foram ainda no sentido da prioridade média dada às áreas da Formação e Desenvolvimento, a Gestão de Carreiras e o Recrutamento e Seleção.