Inovação e criatividade foi o tema abordado na conferência “Gerir no Século XXI -Inovação X Criatividade”.
A manhã de dia 17 de fevereiro contou com a presença de um painel de oradores de áreas bastante distintas que mostraram os vários níveis de criatividade e inovação.
O evento, organizado pela RHmais e Universidade Aberta, contou com a participação no painel de oradores de: Olga Roriz (coreógrafa e diretora da Companhia Olga Roriz), José Tribolet (presidente do departamento de engenharia informática do IST e presidente da comissão executiva e do conselho de diretores do INESC), Luís Pedro Cardoso (head of consumer services and innovation da Vodafone), Rui Oliveira (treinador de Futebol), João Marcelino (especialista de marcas e patentes do Instituto Nacional da Propriedade Industrial) e Margarida Marinho (atriz), e com Paulo Loja (diretor comercial e de marketing estratégico da RHmais), como moderador.
Ao longo do debate foi possível demonstrar que a inovação e a criatividade são transversais a qualquer atividade individual ou de equipa e em qualquer organização, em maior ou menor grau. «Apesar da diversidade, há uma base comum quando se pretende estimular a criatividade e a inovação. A Sociedade é composta por múltiplas experiências, mas todas com a mesma preocupação: gerir pessoas e gerir processos», concluiu Paulo Loja.
«Para nós, é muito importante esta ligação da Universidade com a realidade. Com esta troca de impressões conseguimos perceber o que é afinal a criatividade e a inovação e como contribuem para a gestão e progresso das Organizações. Para nós é uma aposta ganha», acrescentou José Porfírio, professor da Universidade Aberta e pró-Reitor para a gestão e desenvolvimento de projetos de investigação, o qual também marcou presença.
«A inovação acontece ao longo da História da dança. Hoje em dia, a maioria dos coreógrafos utilizam o método da improvisação nas suas peças, sendo os bailarinos fundamentais no momento criativo», afirmou Olga Roriz. «O momento criativo é um momento de intimidade no qual são aproveitadas as individualidades, as capacidades e os conhecimentos de cada elemento do grupo. Afinal, um grupo de sete pessoas não corresponde a uma respiração mas sim a sete respirações, contribuindo todos os elementos para o sucesso da peça».
Para José Tribolet, a criatividade é um estado sistémico e quem não for treinado a questionar-se, não pode criar mais-valia social. «É importante haver uma hierarquia interna, em termos de estrutura de criatividade, dirigir os trabalhadores e depois deixá-los agir, fornecendo-lhes os meios para atingirem resultados».
«A Vodafone tem a inovação no seu cerne. No entanto, sentimos que, hoje em dia, não é mais feita no formato tradicional, in house, mas sim num ecossistema mais alargado, rico e valioso que se localiza fora do ecossistema da empresa», declarou Luís Pedro Cardoso.
Nas palavras de Rui Oliveira, «O treinador é como um maestro que faculta pistas e ideias aos seus atletas, permitindo-lhes depois expressar a sua criatividade no campo. O que queremos são seres pensantes e não apenas executantes. Formar é completamente diferente de formatar», acrescenta. “Cristiano Ronaldo foi entrevistado aos 13 anos e perguntaram o que ele queria ser quando fosse grande. Ele respondeu: O melhor jogador do mundo. E é essa dedicação que faz a diferença“, relembrou o treinador.
Para João Marcelino, as organizações portuguesas que possuem um portefólio de patentes são muito reduzidas, constituindo um desafio para o nosso país fazer um update nesse sentido. O especialista de marcas e patentes assegura que a informalidade excessiva é inimiga da capacidade criativa e inovadora de qualquer organização.
«Quando olho para o nome deste debate, Inovação X Criatividade, não vejo um versus mas sim uma ligação», declarou Margarida Marinho. «Pela minha experiência humana e profissional, é sempre mais rica a prática coletiva do que a prática solista. Para continuarmos a existir no mercado internacional e global precisamos de utilizar estas duas ferramentas».