Foi na passada quarta-feira (08 de junho) que a RHmagazine marcou presença no edifício d’A Ponte – espaço co-work e incubadora, em Loures, para assistir à Masterclass em Inovação Social. O debate, focado na temática da colaboração entre setores (empresarial, público e social) para criar impacto social, contou com a participação de Fábio Silva, líder e empreendedor social, Sónia Paixão, Vice-Presidente da Câmara Municipal de Loures, e Luís Amado, diretor do movimento empresarial B Corp.
Cerca de 40 pessoas reuniram-se numa das salas do edifício d’A Ponte para ouvir debater sobre inovação social. Sala essa que há cerca de um mês atravessava um período de obras, desde logo a revelar o espírito empreendedor do projeto. Hendrik von Niessen, Diretor do espaço de co-work em Loures, faz as honras da iniciativa, introduzindo a temática como um conjunto de novas estratégias/soluções que desenvolvem e fortalecem a sociedade civil.
“Para acompanhar as mudanças e os desafios que se avizinham, precisamos de inovar e a inovação aplica-se aos desafios sociais. Para os combatermos, precisamos de toda a sociedade. Hoje, estamos aqui a juntar setores e pessoas de realidades muito diversas”, começa por dizer.
Segue-se uma breve intervenção de Sónia Paixão, Vice-Presidente da Câmara Municipal de Loures, que destaca a importância da união dos diversos atores no caminho rumo à inovação social. Para Sónia Paixão, esse objetivo deve estar cada vez mais presente não só nas políticas municipais, como em todos os parceiros, seja do setor empresarial, seja do social – ressalvando o trabalho que A Ponte tem desenvolvido neste sentido.
“Tem de haver completa disponibilidade e humildade para a construção em conjunto, porque ninguém cria planos e programas sozinho. A nossa postura é a de criação ‘olhos nos olhos’, porque só conseguimos inovar se conseguirmos partilhar”, defende a autarca de Loures.
Antes de se iniciar a Masterclass em Inovação Social, conduzida por Fábio Silva – líder e empreendedor social de nacionalidade brasileira –, Ana Monteiro apresenta à audiência o programa de aceleração de impacto “shIfthappens”, do qual é responsável.
Saiba mais sobre este programa que promove competências para organizações e empresas que querem ter um efeito de transformação social aqui e aqui.
“Precisamos de ondas de esperança para ultrapassar os anos de COVID-19 e, agora, uma guerra. Somos movidos por essa esperança, que é a semente da inovação – acreditar que conseguimos fazer diferente e sermos a ponte uns dos outros”, conclui Ana Monteiro.
Fábio Silva é, precisamente, um dos mentores do “shIfthappens” que tem apoiado vários dos empreendedores que já passaram pelo programa de capacitação. Criou a primeira incubadora de organizações sociais no Brasil (Recife) e, atualmente, tem um projeto para capacitar e cuidar de líderes sociais. Ao longo da sua intervenção, apresentou vários dos programas em que participou ou participa ativamente.
Formado em Administração de Empresas, com um MBA em Gestão Empresarial e Mestrado em Teologia, Fábio Silva soma 12 anos envolvido no empreendedorismo social. É presidente de uma das maiores mobilizadoras de catástrofes no Brasil; lidera a Fábrica do Bem, uma produtora de conteúdo e experiências (eventos, imersões, retiros, palestras, seminários, etc.) para inspirar e cuidar de líderes sociais; criou a plataforma Transforma Brasil, a principal plataforma de trabalho voluntário do país, com o objetivo de envolver cidadãos e iniciativas sociais na construção de um país cada vez mais solidário; e é ainda presidente do Porto Social, acelerador de negócios/iniciativas sem fins lucrativos, que já apoiou 32 programas.
Voluntariado, a ponte para o desenvolvimento das soft skills
Para Fábio Silva, a participação em projetos de inovação, empreendedorismo, voluntariado geram competências de liderança, criatividade, resiliência.
“Quem faz trabalho voluntário tem uma agenda muito para além do seu umbigo; é leal, é comprometido”, garante.
A respeito das competências, também Sónia Paixão defende a importância de se valorizarem currículos que abarquem as tão atualmente faladas soft skills, como as competências de voluntariado.
“Olhamos demasiado para outra tipologia de competências, para habilitações académicas, mas as duas vertentes são necessárias com o seu grau de equilíbrio e compromisso.”
A Hendrik von Niessen, Sónia Paixão e Fábio Silva junta-se ao painel de oradores da mesa redonda Luís Amado, Director Executvio da B Corp, entidade que atesta que as empresas respeitam os mais altos padrões de desempenho social e ambiental, transparência e responsabilidade legal. O movimento das empresas B cria as condições para que as organizações meçam o seu impacto nas áreas de Sustentabilidade, Ética e Governance (ESG) – impact assessment – e saibam como melhorar esse impacto.
À semelhança do restante painel, Luís Amado considera que a inovação social (ou “societal”, como lhe prefere chamar) não deve ser limitada ao terceiro setor.
“É uma missão de todos os setores, que se devem unir neste sentido. Que este trabalho não seja só de alguns, mas de todos.”
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