O ManpowerGroup lançou o seu mais recente Employment Outlook Survey para o quarto trimestre de 2021. Planos de contratação mais fortes nas regiões Sul e Centro do país, no setor de Finanças e Serviços e nas grandes empresas foram as principais conclusões do inquérito, realizado a 634 empregadores em Portugal.
O ManpowerGroup Employment Outlook Survey, realizado trimestralmente, a nível global, tem como objetivo medir as intenções dos empregadores relativamente à contratação de trabalhadores, durante o trimestre seguinte. Em Portugal, o estudo contou com a participação de 634 empregadores, que responderam à questão: “Quais as alterações que prevê para o emprego na sua região, nos três meses que terminam em dezembro de 2021, em comparação com o trimestre atual?”. As respostas mostram que 14% dos empregadores preveem um aumento do seu contingente laboral, 6% um decréscimo e 74% não antecipam qualquer mudança – valores que registam uma melhoria de cinco pontos percentuais nas intenções de contratação, relativamente ao trimestre anterior, e de seis pontos percentuais, quando comparados com o período homólogo de 2020.
Comparação geográfica
Relativamente à comparação geográfica (Norte, Grande Porto, Centro, Grande Lisboa, Sul) realizada, os planos de contratação mais fortes registam-se no Sul e no Centro, com uma projeção para a criação líquida de emprego (percentagem de empregadores que antecipa um aumento dos postos de trabalho, com dedução da percentagem de empregadores que antecipa uma redução dos postos de trabalho) de +13% e +12%, respetivamente.
A respeito da região Sul do país, este valor regista um ligeiro aumento de dois pontos percentuais relativamente ao trimestre anterior e um aumento considerável de 16 pontos percentuais, comparando com o mesmo período de 2020. Já no Centro, as perspetivas de contratação melhoram em sete pontos percentuais, quando comparadas com as do trimestre passado e, analisando o período homólogo de 2020, projeta-se um aumento de dois pontos percentuais.
Comparação por setor de atividade
Estabelecendo a comparação por setor de atividade, nos últimos três meses de 2021, esperam-se ganhos na criação de emprego de seis dos sete setores considerados na análise. O setor de Finanças e Serviços apresenta o ritmo de contratação mais forte, com uma projeção para a criação líquida de emprego de +15%.
Seguem-se os setores das Outras atividades de produção e da Construção, com projeções de +14% e +12%, respetivamente. Com um valor ainda relativamente otimista, apresenta-se o setor das Outras atividades de serviços, reportando uma projeção de +10%. Prevê-se, por fim, algum aumento nas intenções de contratação para o setor do Comércio Grossista e Retalhista e o setor Industrial, com projeções de +7% e de +4%, respetivamente. Pelo contrário, os empregadores do setor da Restauração e Hotelaria esperam diminuir as equipas de trabalho, reportando uma projeção de -2%.
Quando comparadas com as do trimestre anterior, as intenções de contratação são reforçadas em quatro dos sete setores de atividade. São reportados aumentos de cinco pontos percentuais nos setores da Construção e das Outras atividades de produção, ao mesmo tempo que a projeção para o setor do Comércio Grossista e Retalhista é três pontos percentuais mais forte. Por outro lado, as perspetivas de contratação enfraquecem, com recuos de quatro e dois pontos percentuais, no setor da Indústria e no setor da Restauração e Hotelaria, respetivamente.
Em relação ao período homólogo de 2020, as perspetivas de contratação melhoram em cinco dos sete setores de atividade analisados, destacando-se o setor da Construção, com um crescimento considerável de 19 pontos percentuais. Paralelamente, as perspetivas dos empregadores do setor de Outras atividades de produção traduzem um aumento de 10 pontos percentuais e a projeção do setor do Comércio Grossista e Retalhista é seis pontos percentuais mais forte. Pelo contrário, as intenções de contratação enfraquecem no setor da Restauração e Hotelaria, em dois pontos percentuais, e no setor das Finanças e Serviços não se verifica qualquer evolução.
Comparação por dimensão das empresas
Considerando, desta feita, a dimensão de organização das empresas – que, no estudo, são categorizadas em microempresas (menos de 10 empregados), pequenas empresas (10 a 49 empregados), médias empresas (50 a 249 empregados) e grandes empresas (250 ou mais empregados) -, o mercado de trabalho mais forte é reportado pelos empregadores das grandes empresas, que avançam uma projeção para a criação líquida de emprego de +23%.
Este valor melhora, consideravelmente, em 14 pontos percentuais, quando comparado com o do trimestre anterior, e apresenta uma melhoria de 17 pontos percentuais, relativamente ao mesmo período do ano passado.
“As projeções para o período de outubro a dezembro refletem o impacto que o progressivo alívio das medidas de combate à pandemia, aliado ao acelerar da vacinação, estão a ter na recuperação da atividade económica e na criação de emprego. Apesar deste otimismo, as consequências da pandemia para as empresas e a crescente digitalização têm vindo a acentuar o desencontro entre as necessidades das empresas e as competências disponíveis no mercado, levando a que estejamos hoje em valores máximos de escassez de talento”, afirma Rui Teixeira, chief operations officer do ManpowerGroup Portugal, em comunicado disponibilizado na página oficial de Internet da empresa.
“Se, por um lado, a resposta a esta escassez passa pela definição de estratégias mais relevantes de atração e retenção de perfis qualificados, por outro, é também importante que organizações invistam num esforço de qualificação e requalificação da sua base de talento que potencie a aprendizagem de competências que permitirão aos trabalhadores mover-se para funções mais especializadas e com maior procura”, acrescenta.
Já a nível global, o ManpowerGroup entrevistou cerca de 45 000 empregadores em 43 países e territórios para prever a atividade do mercado de trabalho no quarto trimestre de 2021, para o qual é esperado um aumento dos planos de contratação de 41 dos 43 países e territórios analisados.
Para consultar estes e outros resultados do ManpowerGroup Employment Outlook Survey para o quarto trimestre do ano, aceda aqui.