Marta Garcia trocou os serviços pelos produtos de grande consumo e os negócios e a formação pela gestão das pessoas. Trabalhou no ISQ durante 20 anos e agora aceitou o desafio de liderar os RH das empresas do Grupo Santiago, empresas lideres de queijo (grande consumo), grupo que emprega cerca de 400 pessoas. O InfoRH foi falar com a profissional.
Trocou recentemente a “engenharia” pela gestão de pessoas. Conte-nos como se está a adaptar a esta nova função?
Estou a adaptar-me muito bem. Foi de facto uma mudança radical. Troquei os serviços pelos produtos de grande consumo e os negócios e a formação pela gestão das pessoas de uma forma mais abrangente. São quase 400 pessoas, 6 fabricas e uma plataforma logística. Tento estar o mais próxima possível das pessoas que consigo estar, não sou uma diretora de recursos humanos de gabinete…nem faria sentido na medida em que a maioria das minhas pessoas está nas fábrica ou no armazém a trabalhar. No ISQ tinha sempre um blazer e uns sapatos de salto alto para qualquer eventualidade, aqui tenho umas galochas e uma bata?.
O que a motivou a aceitar este desafio?
O próprio desafio em si…uma mudança grande no meu dia a dia. O facto da Queijos Santiago ter enormes marcas com produtos lideres de mercado também me fascinou. Ser uma empresa que produz para mais de 2.000 pontos de venda a nível nacional diariamente e que mantém a tónica de empresa familiar também me reconfortou e o facto de ser uma função muito próxima das pessoas e de achar que podia de alguma forma fazer diferença nas suas vidas foi o que me convenceu. Creio que só uma função que me permita fazer isto de alguma forma será uma função que me realize. Além de ser uma amante incondicional de queijo.
Qual foi a principal dificuldade que encontrou numa empresa com 100 anos de história?
A gestão familiar tem por vezes tanto de bom como de menos bom. O Grupo Santiago cresceu enormemente nos últimos anos, e talvez seja essa a maior dificuldade que encontrei, tentar sustentar este crescimento em processos controlados e monitorizados sem “desfigurar” o facto de ser uma empresa familiar.
Quantas pessoas gere? E como está organizada a equipa?
Bom, enquanto diretora de RH sou responsável por quase 400 pessoas.. Em relação à minha equipa direta somos três. Eu e dois técnicos de RH. Nesse aspeto a diferença é grande na medida em que estava habituada a ter equipas diretas com mais pessoas.
Que objetivos tem para a empresa no que diz respeito à gestão de pessoas?
Pretendo em primeiro lugar fazer parte desta “casa”, ou seja, uma empresa que teve quase 100 anos sem diretor de pessoas, e tendo o administrador a fazer esse papel, pretendo que me vejam como tal. Se conseguir isso ao final de um ano, acho já que fiz alguma diferença. Outro dos meus objetivos é melhorar a vida dos meus colaboradores nos vários sites. Para isso desenvolvemos iniciativas tais como avaliações de desempenho para todos os colaboradores, estudo de clima organizacional, uniformização de funções entre fabricas, fruta nos locais de trabalho, protocolos com ginásios, farmácias, óticas, aulas com PT de Grupo, formação contínua de inglês, oferta de livros escolares a filhos dos colaboradores, livros de receitas do Grupo, entre outras. Pretendo ser um elo de ligação entre os colaboradores e o Administrador: uma facilitadora do lado do colaborador e uma solucionadora do lado do Administrador. Também me permitiram continuar a estar diretamente ligada com iniciativas do foro de Responsabilidade Social. Todos os meses temos uma iniciativa de solidariedade como apoiar os bombeiros, ajudar associações que educam e acolhem raparigas, apoiar a AMI e a Refood, entre outras.
Sendo que tem uma enorme experiência na área da formação, que estratégias de formação está a adotar para os colaboradores da Queijos Santiago?
Não há dúvida que trago uma enorme bagagem de formação comigo. Tive uma grande escola com o ISQ (que mantenho no meu coração) e que trago diariamente para o Grupo Santiago. Comecei um ciclo de formação de teambuilding para responsáveis de produção, manutenção, qualidade, comercial, exportação, marketing, gestores, seguem-se ainda os financeiros, informáticos e as restantes funções. Um dos problemas que pretendi resolver com estes teambuildings foi colocar as pessoas a interagir umas com as outras. Havia pessoas que trabalhavam ao telefone e por email há anos e não se conheciam pessoalmente. Foram dias muito divertidos, produtivos e com avaliações excelentes. Só prova que estarei a ir pelo bom caminho…Além do diagnóstico de necessidades de Formação e do Plano de formação que tento cumprir à risca com toda a restante formação técnica necessária para os meus colaboradores, nas mais variadas áreas. Como calcula, é uma prioridade que está sempre presente.
Para o ano comemoram 100 anos. Sendo que são lideres de mercado no vosso segmento o que podemos esperar da Queijos Santiago?
Para comemorar o centenário criámos uma Comissão e temos um plano estratégico cheio de surpresas, virado para o mercado mas sobretudo virado para o que nos tornou a empresa que somos hoje, ou seja, as nossas pessoas. Quando digo “pessoas” falo de colaboradores e produtores, sem eles não chegaríamos onde chegámos, que são mais de cem. Produtores portugueses de leite português. Se não tivéssemos qualidade de topo na matéria prima nunca lideraríamos o mercado. Iremos fazer um evento com todos os colaboradores, produzir um queijo especial para o Centenário, passatempos …mas não posso revelar mais porque senão estrago a surpresa. Irá ser um ano magnífico repleto de coisas boas para as nossas pessoas, os nossos clientes e para os nossos consumidores.
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