Há 4 anos, a Natixis instalou no Porto o seu Centro de Excelência em Tecnologias de Informação. Por ter sido um sucesso, o projeto evoluiu e passou a integrar também perfis das áreas de Gestão, Economia, Finanças, Recursos Humanos e Direito. Hoje, tem 1.200 colaboradores para cumprir a missão de assegurar e transformar as operações do segundo maior banco francês em todo o mundo. Até ao final do ano, serão 1.600. Fomos entrevistar o DRH, Maurício Marques, para perceber a estratégia de crescimento da empresa.
Como descreveria o projeto da Natixis em Portugal?
Apesar de fazermos parte do segundo maior banco francês, surgimos inicialmente como um Centro de Excelência em Tecnologias de Informação para o grupo a nível global que pretendia empregar 600 pessoas até ao final de 2019. Contratámos as primeiras equipas há quatro anos e, devido ao sucesso que obtivemos na instalação deste centro no Porto, surgiu a ideia de alargar a área de atuação para Atividades de Suporte à Banca, que começou a ganhar forma no ano passado. A ideia é terminar o ano com cerca de 1.600 colaboradores, sendo algo absolutamente único no Porto, pela dimensão, pelas áreas de atuação e pela cultura singular. Aproveitamos o facto de ter surgido como empresa de TI para desenharmos a nossa cultura alinhada com a de uma empresa tecnológica, das quais retirámos aspetos como a informalidade, as metodologias de trabalho, a learning culture, o aspeto social e relacional.
Posicionamo-nos, assim, como empresa de Banca Tecnológica, aliando competências muito específicas de TI e Banca ao facto de atuarmos dentro de um dos maiores bancos europeus e com isso podermos ter um maior impacto.
Por que razão continuam a recrutar no Porto, apesar de terem alcançado os objetivos iniciais de recrutamento?
O que determinou que tivéssemos objetivos cada vez mais ambiciosos – e que correspondem a um dos maiores investimentos em recursos humanos feitos pela Natixis em todo o mundo – foi o sucesso do projeto e, acima de tudo, das nossas pessoas. A escolha de Portugal e da cidade do Porto foi decisiva para o resultado. Encontrámos aqui um ecossistema dinâmico, de empreendedorismo e inovação e profissionais com um talento de excelência. É uma fórmula difícil de igualar e que transformou a Natixis em Portugal num caso de estudo a nível global. Iniciámos este projeto do zero, em 2017, e, em menos de 3 anos, contratámos mais de 800 pessoas da área das Tecnologias de Informação. Em fevereiro de 2020, o projeto evoluiu, com a missão de transformar a banca tradicional através do desenvolvimento de soluções inovadoras em termos de negócio, operações e cultura de trabalho – a Natixis em Portugal passou a contratar também perfis das áreas de Gestão, Economia, Finanças, Recursos Humanos e Direito.
Temos inclusive uma equipa de Recursos Humanos que trabalha exclusivamente para Paris, assumindo a contratação de quadros, programas de estágios, entre outros serviços. Hoje, somos 1.200 a trabalhar a partir do Porto para assegurar e transformar as operações da Natixis em todo o mundo.
O que pode esperar quem se junta à Natixis? Qual a vossa proposta de valor?
O que mais nos distingue é a nossa cultura. Queremos ter na Natixis profissionais de referência e queremos que eles possam ir sempre mais longe, no impacto que têm na empresa e no setor, bem como nas oportunidades que a Natixis lhes possa apresentar. Este ano recebemos, pelo quinto ano consecutivo, a certificação Top Employer, do Top Employers Institute, um dos mais reconhecidos prémios de Recursos Humanos a nível internacional. Oferecemos desenvolvimento de carreira que inclui a possibilidade de mobilidade interna e internacional, os nossos colaboradores têm direito a 25 dias de férias, seguro de saúde (incluído para filhos e cônjuges), consultas médicas no escritório (atualmente em modo virtual), seguro de vida, computador e telefone da empresa. Em alinhamento com a política de trabalho remoto, que já era uma realidade antes da pandemia, oferecemos ainda apoio financeiro para os colaboradores e estagiários adquirirem equipamento tecnológico de suporte ao teletrabalho.
Em termos de iniciativas, temos também um calendário de eventos internos bastante dinâmico – dedicado ao negócio e à empresa, mas também à diversão e bem-estar – e várias comunidades dinamizadas pelos próprios colaboradores com o apoio da empresa. Muitas mantêm-se mesmo à distância – como a comunidade de jogos de tabuleiro –, enquanto outras voltarão a promover a união entre os nossos colaboradores no regresso ao escritório, como é o caso das equipas de futebol e basquetebol e da Natixis Band.
Cada vez mais a formação oferecida é um fator diferenciador para a atração do talento. O que propõe nesta área?
A Natixis em Portugal estabeleceu parcerias com universidades para garantir conhecimento especializado e disponibiliza programas de formação (técnica e em competências sociais), com destaque para a formação dos nossos líderes em parceria com a Porto Business School e a disponibilização de plataformas abertas de formação como o LinkedIn Learning e Udemy; formação em línguas; e ainda metodologias dinâmicas de trabalho, com base na agilidade, na flexibilidade, no empreendedorismo e na criatividade.
A Natixis em Portugal criou recentemente uma parceria com a Porto Business School para executivos que visa formar profissionais na área da análise de risco e da Banca. O que pode contar-nos mais sobre esse programa?
O programa Capital Markets Quantitative Approach destina-se a profissionais com experiência em Finanças ou modelos quantitativos que desejem aprofundar as suas competências técnicas na área de mercados de capitais, com vista à progressão de carreira/especialização/procura de um novo desafio profissional. É uma nova formação personalizada e colaborativa, com uma abordagem muito prática e flexível, lecionada por docentes especialistas com experiência internacional e reconhecimento no mercado. Tem como objetivo ajudar a responder à escassez de profissionais com formação nestas áreas em Portugal, uma vez que existe uma grande procura por parte das empresas de talento com este background. Os detalhes estão disponíveis na página https://www.pbs.up.pt/pt/programas/open-executive-programmes/capital-markets-quantitative-approach/.
Muitas multinacionais estão a repensar a forma de trabalhar no futuro. Imagino que vocês também. A que conclusões chegaram?
A Natixis em Portugal tinha, há já vários anos, uma política de trabalho remoto que permitia aos colaboradores trabalharem a partir de casa alguns dias por semana. Com a experiência da pandemia, concluímos que faz sentido manter ou até mesmo alargar esta política, assegurando que as equipas encontram no escritório tempo e espaço para se conhecerem, interagirem e colocarem em prática a sua inteligência coletiva. Inclusive, estamos a ampliar as instalações para criar espaços inovadores, desenvolvidos para fomentar a criatividade e tirar o melhor partido do trabalho em equipa – um avanço muito significativo em relação ao tradicional open space ou à sala
de reuniões.
Vão contratar até ao final do ano 400 pessoas para o vosso Centro de Excelência, no Porto. Como é que as pessoas interessadas podem concorrer?
Os candidatos podem consultar as vagas disponíveis diretamente em careers. smartrecruiters.com/NatixisInPortugal/.
Queria sublinhar que não estamos a procurar talento apenas em Portugal. Embora o conjunto diverso e rico de talentos que encontrámos no país continue a ser fundamental, em áreas tão específicas como os sectores tecnológico e financeiro, o mercado de trabalho é altamente competitivo e apoiamos a relocalização de quem quiser mudar de país para se juntar ao nosso projeto. No caso dos jovens elegíveis para estágios profissionais do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), para os quais criámos a campanha “We want your brain”, os recém-licenciados podem submeter as suas candidaturas através do website www.wewantyourbrain.com.
Entrevista publicada na RHmagazine nº 135.