A Michael Page, empresa líder mundial em recrutamento especializado, analisou as tendências, desafios e oportunidades, no que respeita à gestão de RH. Flexibilidade, agilidade e produtividade são as três novas tendências do “próximo normal”.
Foi no passado dia 15 de setembro que a Michael Page, uma das mais conhecidas e respeitadas consultoras de recrutamento do mundo, estabelecida há mais de 40 anos no Reino Unido, lançou o estudo intitulado “The Next Normal”, que, a partir de inquéritos realizados em 2020 a colaboradores de toda a Europa, revelou as novas tendências ao nível dos Recursos Humanos. Numa altura em que o “normal” está em constante mudança – o que muito se deve à situação pandémica que atravessamos -, é importante saber como reconstruir e impulsionar o crescimento das organizações.
Em primeiro lugar, a flexibilidade como nova tendência do “próximo normal” foi comprovada por quase nove em 10 dos colaboradores inquiridos (89,8%), que revelaram uma pretensão em melhorar o equilíbrio entre a vida pessoal e a vida profissional. No que diz respeito a modelos de trabalho, 81,2% dos colaboradores acreditam que podem exercer as suas funções a trabalhar total ou parcialmente de forma remota e, mesmo sem as restrições do confinamento implementadas, 62% dos colaboradores demonstram vontade em trabalhar a partir de casa.
Em comunicado enviado à imprensa, Álvaro Fernandez, Managing Director da Michael Page, diz: “O curto período de um ano transformou intensamente o mundo em que vivemos e trabalhamos, e uma das maiores mudanças foi a rápida ascensão do escritório em casa. De um momento para o outro, a digitalização já não é uma aspiração, mas sim uma realidade que nasceu da necessidade. Esta metamorfose teve inevitavelmente um impacto em todos os aspetos da gestão de recursos humanos, desde a atração e retenção de talentos até à cultura empresarial”.
Ora, a acompanhar a flexibilidade, também a agilidade se instalou em muitas empresas, no ano passado, “como meio de combate, enquanto as empresas se estabelecem no ‘próximo normal’”, lê-se no comunicado.
Por sua vez, o estudo conclui também que, durante a pandemia, o trabalho remoto gerou um nível surpreendente de produtividade e engagement para muitas organizações, com 44% dos inquiridos a reportarem um aumento da produtividade, associado às medidas de flexibilidade. Além disso, quase um terço reportou um aumento da motivação e da satisfação no trabalho. “Para tal, contribuíram a confiança e a transparência que constituem os pilares da produtividade do trabalho remoto e encontram-se no topo da lista daquilo que os candidatos procuram num empregador”, refere o comunicado.
Contudo, a investigação efetuada pela Michael Page mostrou que, durante o período de confinamento, 42% dos colaboradores sentiram-se insatisfeitos com a forma como os empregadores comunicaram a sua visão do futuro e 30% reportaram sentirem-se menos empenhados com a gestão da força de trabalho da sua empresa, acentuando a importância de uma liderança eficaz para gerir equipas remotas.
Quais as skills mais valorizadas pelos candidatos? E pelos empregadores?
Relativamente às competências mais valorizadas pelos candidatos, o acesso à formação ocupa a 3.ª posição, com 90,2% dos inquiridos pela Michael Page a afirmar que este é um fator decisivo na hora de ponderar uma mudança. Segue-se, em 2.º lugar, para 94,7% dos participantes no estudo, o reconhecimento do seu trabalho, e, no topo da pirâmide surge a relação com chefias e colegas, valorizada por 94,9% dos colaboradores. A paridade de género é também um fator determinante na decisão do próximo passo para 63% dos colaboradores e candidatos inquiridos, imediatamente antes do horário de trabalho flexível (61%).
Tal como é mencionado em comunicado, “no início do “próximo normal”, os líderes mais estratégicos estão a oferecer modelos de trabalho híbrido que impulsionam a autonomia e o bem-estar dos colaboradores, e a incentivar a diversidade e a inclusão, com a criação de trabalhos mais equitativos e atrativos.
Do lado dos empregadores, as soft skills são, do ponto de vista dos participantes do estudo, as tendências mais valorizadas e, neste âmbito, quando interrogados pela Michael Page sobre as competências sociais que estes pensam que têm maior procura atualmente para as empresas e os gestores responsáveis pela contratação, os colaboradores e os candidatos apontam a resolução de problemas (55,6%), o espírito de equipa (48,8%) e a comunicação (45,7%), como as três skills mais procuradas.
A chave para o sucesso de RH
Em suma, face aos principais resultados obtidos no estudo, a Michael Page oferece seis conselhos para uma melhor gestão de RH, no “próximo normal”:
1. “Atraia o melhor talento com benefícios concretos:
- Confiança e transparência;
- Bem-estar e desenvolvimento profissional;
- Diversidade e inclusão.”
2. “Construa uma força de trabalho resiliente, com clareza, coerência e consistência:
- Priorize a comunicação;
- Priorize as pessoas;
- Equilibre a flexibilidade com segurança.”
3. “Prepare as suas equipas para o futuro, ao desenvolver as competências certas:
- Disponibilize formações;
- Combine hard e soft skills;
- Lidere através do exemplo.”
4. “Aumente a produtividade do trabalho remoto com líderes que:
- Definem expectativas claras;
- Se focam nos resultados;
- Fornecem feedback regular.”
5. “Apoie a felicidade e produtividade através da definição de regras de flexibilidade:
- Horários flexíveis;
- Locais de trabalho remoto;
- Limites de comunicação.”
6. “Adote uma cultura empresarial animada e consistente e ultrapasse a distância virtual através de:
- Pequenas interações online;
- Proximidade da equipa remota;
- Apoio à diversidade e inclusão.”