Hoje em dia, e com a tecnologia a manter a sua evolução exponencial, torna-se particularmente importante não só estar a par das novas soluções, mas também ter a capacidade de imaginar como cada inovação pode vir a moldar o nosso dia-a-dia.
Temos atualmente à nossa disposição mecanismos e tecnologias que nos permitem reimaginar toda uma série de contextos que considerávamos imutáveis. Com o recurso à Realidade Aumentada, podemos, por exemplo, adicionar camadas à realidade que vemos, sem que esta mude na sua essência – como, por exemplo, decorar toda a casa usando a aplicação móvel IKEA Place, ou revisitarmos o universo Harry Potter com o jogo Wizards Unite.
Já a Realidade Virtual [RV], essa permite-nos um nível de imersão que, seja ela interativa ou não, transforma por completo a experiência digital, chegando mesmo a permitir criar cenários de teste real para aprendizagem. Disso é um exemplo a polícia de Nova Iorque, que já usa RV para vários exercícios de treino com armas, beneficiando por completo do realismo da imersão, sem o risco de munições reais.
Talvez menos óbvias, mas não menos importantes, são ferramentas como Augmented Analytics [Analytics Aumentado], a usar machine learning para moldar como o conteúdo analítico é desenvolvido, consumido e partilhado, ou o tão badalado Blockchain, que nos fornece um protocolo de confiança alternativo e 100% distribuído, eliminando a necessidade de autoridades centrais em arbitragem de transações.
Com a evolução drástica da tecnologia que todos nós temos ao nosso alcance, principalmente os supercomputadores que temos no bolso e que por acaso fazem chamadas, a nossa atenção passou a ser o bem mais valioso no mercado.
E neste mercado competitivo, qual é o meio que ainda assim consegue garantir horas a fio da atenção de pessoas de todas as idades? Os jogos. Físicos, digitais, todos nós conseguimos dedicar uns minutos que seja para um jogo de Candy Crush ou Pokémon Go.
Consideremos a final da NBA, que em 2016 teve, no seu último jogo, 31 milhões de espetadores a assistir através dos vários meios – algo perfeitamente natural dada a dimensão mediática desse desporto. Consideremos por outro lado a final de League of Legends, um videojogo online, que em 2015 teve 36 milhões de pessoas a assistir, 43 milhões no ano seguinte e que em 2018 atingiu os 99.6 milhões.
Não é mais uma brincadeira de miúdos, é um fenómeno global.
A aposta na gamification surge então no encadeamento natural do que acreditamos que cada vez mais a sociedade procura, a tecnologia permite e as nossas experiências profissionais potenciam. A experiência no mundo dos jogos, o trabalho com metodologias centradas nas pessoas, o trabalho associativo que faz parte das nossas vidas, tudo isto contribuiu para que quiséssemos trazer estes ensinamentos do mundo dos jogos, para resolver problemas do dia-a-dia, envolver as pessoas e mudar comportamentos.
E foram também estas motivações que levaram a Fractal Mind a contruir uma equipa multidisciplinar que está permanentemente atenta a novos desenvolvimentos ou lançamentos que possam abrir caminhos e oportunidades, como é o caso da Inteligência Artificial, e ser transportados para o que fazemos.
As vantagens de ter estas inovações em mente no desenvolvimento de projetos gamificados, é a habilidade de cruzar estes elementos multiplicadores com soluções criativas que visam resolver problemas associados à falta de envolvimento nas organizações, ou em questões como a cidadania, sustentabilidade ou a educação.
POR:
Manuel Pimenta, Chief Experience Officer da Fractal Mind