Sofia Perpétuo
Head of people da Axians Portugal
Pedro Rebelo
Head of digital workplace da Axians Portugal
Estamos às portas de uma nova década, mas o futuro do trabalho já é uma realidade em várias organizações do nosso país. Rapidez, agilidade e colaboração são as palavras de ordem que pautam o trabalho dos nossos dias e, por isso, as organizações têm de se ajustar a esta nova realidade. Muitas já fizeram esta transição, nomeadamente as das áreas de tecnologia, retalho e finanças, mas por esta altura já não estão sozinhas neste percurso. Também as estruturas do Estado e da indústria começam a fazer esse caminho. São as embaixadoras do futuro do trabalho. No entanto, sendo o universo de empresas em Portugal superior a um milhão, vale a pena fazer uma reflexão sobre o assunto, porque muitas delas não fizeram ainda deste tema uma prioridade estratégica.
No centro desta reflexão sobre o futuro do trabalho têm de estar as pessoas, o seu bem-estar e as suas ambições. A tecnologia, o design e os processos são uma alavanca e as políticas de recursos humanos a cola que liga tudo. Foi desta forma que a empresa que representamos, a Axians, encarou este desafio. Um caminho que se iniciou há cerca de dois anos e meio, quando a empresa iniciou atividade, e que, assumidamente, nunca estará concluído. É esta experiência que pretendemos partilhar neste artigo de opinião, pois entendemos que o benchmarking é também uma ferramenta fundamental para promover melhores práticas e, quem sabe, inspirar outros a acompanhar-nos nesta experiência. Porque na essência do negócio e das soluções de transformação que propomos aos nossos clientes está a nossa própria cultura e experiência de colaboradores, numa empresa que acreditamos ser manifestamente diferente.
Tudo começa com a cultura e no foco em valores humanistas, que privilegiam uma atitude construtiva e positiva perante os desafios e a colaboração saudável entre pares. Partindo de uma base onde o respeito mútuo, a positividade e a entreajuda imperam, estabelecemos uma cultura de feedback para o desenvolvimento das nossas pessoas, um pressuposto que se traduz numa política de reconhecimento e melhoria contínua. Depois, concentramo-nos em colocar ao serviço das pessoas a tecnologia que favorece o desenvolvimento da nossa cultura interna. No caso, uma plataforma digital 360º, que permite a todos os colaboradores partilhar feedback entre si e que concentra capacidades para gerir o desempenho e a formação de cada talento. Uma solução que promove a frequência do feedback e que promove o relacionamento entre colegas, sejam eles recém-chegados ou membros da equipa de gestão. Acreditamos que com esta opção estamos a acelerar o potencial que reside em de cada um dos nossos colaboradores. Claro que a aposta em ferramentas e tecnologia vai muito além da solução 360º e reflete-se, por exemplo, em plataformas de benefícios flexíveis ou em soluções para centralizar e gerir parcerias, mas a tecnologia é, mais uma vez, instrumental, não um fator decisório a montante.
A terceira dimensão muito associada a esta transição para o modern workplace reside na arquitetura do espaço em si mesmo. Em escritórios amplos, luminosos e agradáveis, que favorecem a colaboração, a proximidade e a interação social entre colegas, com claros benefícios na promoção do espírito de equipa e entreajuda. Os gabinetes não existem, os espaços de reunião multiplicam-se e a amplitude e o vidro são os protagonistas em organizações onde a transparência e a fluidez de comunicação impera.
Mas também hoje o conceito de local de trabalho já não é o que era. No nosso caso, preferimos assumi-lo como um ponto de encontro de pessoas sempre em trânsito. Hoje em dia, valoriza-se a flexibilidade e a mobilidade, o que quer dizer que as pessoas podem trabalhar onde mais lhes convém. O escritório é a nossa mochila… seja num dos espaços da Axians, espalhados por 22 países, junto do cliente, em casa, ou num espaço público. O local é indiferente e os horários pouco contam. O importante é a realização do indivíduo e o seu alinhamento com a organização. A tecnologia surge como facilitadora, seja através de soluções de colaboração, resilientes e seguras, seja para facilitar o desenvolvimento de projetos em simultâneo. A prioridade são as pessoas, o seu bem-estar e o valor acrescentado que entregam aos seus stakeholders, ao serviço do propósito do grupo.
Esta é a nossa visão para o futuro do trabalho. Um futuro no qual a melhor “infraestrutura” – cultural, tecnológica e estrutural – está ao serviço das pessoas, das organizações e da sociedade.