No novobanco, a digitalização é uma forma de estar. Para esta organização, desmaterializar os processos era útil mas não um objetivo em si mesmo. Por isso, a transformação digital está a ir mais longe, ao ponto de se ter tornado num dos principais eixos de negócio do banco.

Assim, a instituição bancária levou a cabo uma estratégia com o propósito de “acelerar a digitalização front-to-back de modo a melhorar a experiência e a eficiência das jornadas dos clientes e dos colaboradores, através da otimização do modelo operacional interno”, diz António Martins, Diretor Central responsável da Gestão Operacional de RH do novobanco. O objetivo era, primordialmente, “transformar os canais digitais assegurando uma experiência totalmente omnicanal e um maior nível de personalização, alavancando a ciência de dados best-in-class”, explica.
No departamento de RH do banco, a eliminação de tarefas rotineiras era uma prioridade, uma vez que estas obrigavam os colaboradores a despenderem uma grande fatia do seu tempo e sobrava pouco para se dedicarem à vertente mais estratégica. Os processos de recrutamento eram, também, morosos, uma vez que a seleção de candidatos requeria um grande trabalho de seleção de candidatos e análise de perfis.
Com estas necessidades em mente, o novobanco recorreu à ajuda de uns colaboradores capazes de trabalhar 24 horas por dia, sem pausas ou folgas: robôs que realizam ações rotineiras de recolha manual de dados, reduzindo a margem de erro e libertando os restantes membros da equipa de RH de atividades administrativas que consomem tempo.
Ao mesmo tempo, a instituição implementou uma plataforma integrada para suporte aos processos de candidatura, seleção e recrutamento, externo ou interno, para otimização e maior eficiência na captura de talento. Os processos de avaliação de desempenho dos colaboradores foram também desmaterializados, através de uma plataforma acessível a todos os intervenientes, num modelo de work-flow disponível através de PC ou smartphone.
Já no campo do desenvolvimento de competências, a digitalização veio por via da iniciativa Cidade das Academias, constituída pelas academias Regulamentar, Funções, Liderança e Digital, assentes numa solução tecnológica que pretende dar respostas a toda a componente de desenvolvimento de competência dos colaboradores.
Apesar de já estar num nível de digitalização elevado, António Martins considera que “o caminho a percorrer ainda é longo”. “O banco está a evoluir para novas políticas e modelos de organização de trabalho que contemplam regimes presencial, híbrido ou full home office, estando já em curso o projeto-piloto para atribuição de equipamentos tecnológicos digitais aos colaboradores, o desenvolvimento de uma aplicação para cada colaborador reservar o seu posto de trabalho e o lugar de estacionamento ou agendar salas de reuniões”, comenta.
Na agenda, está também a implementação de um chatbot de RH para responder em tempo real a todas as questões dos colaboradores, bem como a utilização de modelos de data science. “A experiência do colaborador é uma preocupação permanente. Procuramos um aumento da produtividade e redução do índice de erro, através da disponibilização de ferramentas inovadoras que suportem a flexibilidade e estimulem o empenho e a sensação de produtividade de cada um e, ainda, que dinamizem a satisfação e engagement do colaborador, acabando por se refletir no reconhecimento e consequente promoção e retenção do talento do novobanco”, refere António Martins.
Artigo publicado na edição 145 da RHmagazine, referente aos meses de março e abril de 2023