A Fundação José Neves (FJN) surgiu em 2019 com o objetivo final de desenvolver o talento, o conhecimento e o potencial de Portugal, com foco nas competências do futuro.
E como pretende a FJN criar mais oportunidades para os portugueses? Que vantagens trazem as ferramentas disponíveis e como é que os portugueses estão a aderir? Fomos falar com Carlos Oliveira, presidente executivo da FJN e membro do Conselho Europeu de Inovação, para ficarmos a conhecer melhor este projeto.
O que traz a Fundação José Neves a Portugal?
«A Fundação José Neves tem como ambição criar impacto imediato, mas a marca do seu trabalho vai fazer-se sentir sobretudo nas gerações vindouras. A FJN está focada na educação e nas competências do futuro, com a missão de ajudar a transformar Portugal numa sociedade do conhecimento e colocar o país na liderança do desenvolvimento humano.» É assim que Carlos Oliveira, presidente executivo da FJN, define este projeto e o propósito da fundação. Na opinião do responsável, só com a permanente atualização de conhecimento, através de upskilling e reskilling, será possível que os portugueses se preparem para os desafios do futuro e se adaptem às exigências de um mercado de trabalho que está em permanente transformação. É por essa razão que «a aprendizagem ao longo da vida é fundamental para o desenvolvimento da nossa sociedade e para a competitividade do país no contexto internacional», adianta o profissional.
Assim, e por forma a ajudar os portugueses nesta aposta na educação e na tomada das melhores decisões e escolhas para o futuro, a FJN disponibiliza os dois primeiros programas: o ISA (Income Share Agreement), um programa de bolsas reembolsáveis, no qual vão ser investidos cerca de 5 milhões de euros, ao longo de dois anos, para a atribuição de cerca de 1500 bolsas de estudo; e o Brighter Future, uma plataforma com informação sobre emprego, educação e competências, que pretende ajudar os portugueses a tomar decisões.
Brighter Future: uma ferramenta gratuita, única, e para todos
A ferramenta Brighter Future surge a pensar em estudantes e profissionais que procuram um rumo ou um novo rumo para o seu futuro. Tornou-se a maior base de conhecimento sobre emprego, competências e educação em Portugal, e é, nas palavras de Carlos Oliveira, uma «plataforma única no nosso país». A Brighter Future é gratuita, de acesso livre e anónimo, e «reúne e interliga indicadores, dados estatísticos e informação relevante sobre emprego, competências e educação». No total, e segundo o presidente executivo, o portal permite comparar e relacionar informações sobre cerca de 4 mil cursos e formações, mais de 200 profissões e mais de 200 competências relevantes.
Carlos Oliveira explica-nos as várias utilidades desta ferramenta inovadora: «A informação contida no Brighter Future pode ser utilizada também por todas as entidades que trabalham a pensar no futuro da educação, nomeadamente, governantes, jornalistas que escrevem sobre estas matérias, e as próprias universidades, que podem assim fazer a atualização do seu currículo, tendo em conta as competências mais procuradas pelos empregadores.»
Através da Brighter Future, poderá identificar «as grandes tendências no que diz respeito às profissões mais representativas do mercado de trabalho, às profissões mais procuradas, às competências mais valorizadas pelas empresas e à empregabilidade das diferentes áreas de formação», conclui Carlos Oliveira.
Um mercado de trabalho diferente que busca competências diferentes
Torna-se claro que as competências necessárias para o mercado de trabalho alteraram-se no contexto atual, e têm vindo a alterar-se ao longo dos tempos – não fosse o mercado de trabalho um espaço em constante evolução e transformação.
Poderá a FJN, neste contexto, ser um meio para atingir o fim de garantir uma maior empregabilidade? Carlos Oliveira adianta que a FJN, com os seus dois programas já disponíveis, quer ajudar os portugueses a mudarem as suas vidas e a conquistarem as suas ambições pessoais e profissionais. Como? Fazendo do conhecimento a base do elevador social e da melhoria das condições de vida. «São evidentes as rápidas e profundas transformações a que assistimos, e que foram ainda mais aceleradas com a pandemia. Essas mudanças na sociedade e no mercado de trabalho estão a alterar o perfil das competências necessárias para os empregos do futuro. Por um lado, têm vindo a tornar algumas funções e competências obsoletas, e, por outro, estão a criar novas funções e novos empregos que irão requerer mais e novas competências, para as quais Portugal tem de se preparar já hoje», explica o responsável.
Programa ISA: como funciona?
A ISQ Academy associou-se ao Programa ISA da FJN, para financiamento da formação e educação de todos os que procuram investir numa carreira profissional futura. No entanto, a ISQ Academy é apenas uma das 26 instituições de ensino que já fizeram parceria com a Fundação José Neves. Entre estas parcerias, e de acordo com Carlos Oliveira, encontram-se universidades, institutos politécnicos e escolas de formação prática e intensiva.
Para a candidatura a uma bolsa ISA FJN, existem, atualmente, 129 cursos elegíveis, onde estão abrangidos mestrados, MBAs, pós-graduações, formações para executivos, cursos vocacionais, cursos profissionais, bootcamps, entre outros. Este programa de apoio está disponível para todos os portugueses que pretendam investir na sua educação, «independentemente da sua situação pessoal, profissional ou capacidade financeira», avança Carlos Oliveira.
O responsável explica-nos como tudo isto funciona: «Todos os portugueses que se inscrevam com sucesso num dos cursos elegíveis podem candidatar-se a uma bolsa reembolsável ISA FJN. Se for aprovada, a Fundação José Neves efetua o pagamento do valor da propina e o estudante só reembolsará o valor quando obtiver rendimentos acima de um valor pré-determinado para o curso em questão.»
E qual o feedback dos portugueses?
A FJN, segundo o presidente executivo, está muito satisfeita com a adesão dos portugueses: «Em apenas quatro meses já tivemos mais de 500 candidaturas e já atribuímos 42 bolsas ISA FJN, o que corresponde a cerca de 320 mil euros em propinas pagas pela Fundação. Alguns dos bolseiros já terminaram inclusive a sua formação. No que diz respeito ao Brighter Future, a plataforma tem vindo a ganhar o seu espaço enquanto fonte de informação relevante sobre educação em Portugal, e já mereceu a visita de milhares de portugueses que pretendem tomar decisões informadas sobre a sua vida profissional e académica.»
Carlos Oliveira avança com as expectativas do projeto para este ano desafiador: «2021 será o primeiro ano de operação total da Fundação José Neves e o principal objetivo é aumentar o nosso impacto em Portugal e junto dos portugueses, conscientes de que a educação é o elemento chave para o desenvolvimento das nações e para a felicidade e bem-estar de uma sociedade mais desenvolvida.»
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