Cláudia Vicente
Diretora da GALILEU
Um dos temas emergentes do contexto organizacional atual é a interação entre gerações. A diferença na forma de agir e pensar das várias gerações que interagem no mesmo ambiente de trabalho, hoje em dia, constitui um dos maiores desafios aos gestores e líderes na prossecução pelo envolvimento de todos em relação aos objetivos da organização. Podem estas gerações influenciar os modelos de gestão e estilos de liderança de uma organização?
Existem, atualmente, quatro gerações a coexistir nas empresas: a geração Baby Boom, a geração X, a Y e a Z, incluindo-se ainda, por vezes, e numa menor escala, uma quinta geração, a tradicionalista. Cada uma destas gerações pode traduzir-se em soluções ou problemas para os gestores, na medida em que se regem por características, atitudes e valores próprios, motivações e necessidades distintas, impulsionando um potencial de conflito.
Num mar povoado por cardumes distintos, aos gestores de hoje, exige-se que tenham uma capacidade de gestão e de liderança semelhante à anatomia de um polvo, com numerosos braços e suficientemente ágeis para alcançar e orientar pessoas de diferentes gerações e fazer com que trabalhem em harmonia por um bem comum.
Torna-se imperativo repensar os tradicionais modelos de gestão. Como cada grupo é diferente um do outro, aos gestores cabe a tarefa de repensar medidas de atração e recrutamento de talentos, práticas de comunicação, políticas de desenvolvimento de carreira, de compensação e de benefícios. É, por isso, importante, que os gestores estejam preparados para esta realidade, facilitando o desenvolvimento de relações saudáveis e produtivas dentro das organizações. Conhecer e compreender as diferenças entre estas gerações, tornou-se, assim, condição essencial para a construção de um ambiente de trabalho multigeracional
profícuo e produtivo.
Quais as características destas diferentes gerações de profissionais? Quais as suas motivações e expectativas? É possível gerar espaços de trabalho colaborativos com gerações tão distintas? Como? Como criar engagement?
A sua organização deverá estar preparada para responder a estas questões, ou será mais um cardume ao sabor das ondas.