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Manuel Holstein – Co-fundador da Sense Health
O contexto pandémico trouxe maior visibilidade mas o problema já era veemente na sociedade ocidental. A OMS estima que uma em cada quatro pessoas sofre de problemas de saúde mental!
Os custos para a sociedade são inestimáveis, mas para um contexto empresarial existem várias estimativas dos custos. A mesma OMS estima que o impacto da saúde mental na produtividade na Europa, custe cerca de 140 mil milhões de USD por ano.
Com custos tão elevados será que as empresas estão a tomar as medidas certas?
Se olharmos para o Inquérito Europeu a Empresas realizado em 2015 a resposta será não. Apenas 10% dos gestores contava implementar procedimentos para lidar com riscos psicossociais.
Mas a tendência é de mudança. As empresas começam a perceber os custos que ignorar o problema implica, e as vantagens competitivas de encetar esforços na prevenção. Mais recentemente, a McKinsey apurou que 7 em cada 10 empregadores investiu ou irá investir na saúde mental dos seus colaboradores.
Mas o que podem as empresas fazer?
- O primeiro passo começará pelo reconhecimento e comunicação do problema: Os gestores de recursos humanos são habitualmente sensíveis para este ponto, e conseguem facilmente compreender que ele existe. Mas é necessário identificá-lo através de uma avaliação de risco, e depois levar a gestão de topo da empresa a reconhecer o problema.
- Relacionar o bem estar dos colaboradores com a prosperidade financeira da empresa: Demonstrar os custos que a ausência de estratégia traz à empresa. Nem sempre é fácil obter dados, pelo que as empresas podem utilizar calculadoras de estimativas já existentes, como por exemplo no site da Sense Health.
- Definir uma estratégia de apoio à saúde mental da empresa: ter uma estratégia bem desenhada, com objetivos bem definidos é essencial para conseguir os melhores resultados.
- Manter o foco: Um ponto bastante importante neste percurso é a continuidade. Não basta implementar uma iniciativa ou contratar uma solução e nunca mais olhar para o assunto. Como em qualquer estratégia, a execução é a chave para o sucesso, e a execução pressupõe continuidade.
É importante referir que existem várias soluções e opções de atuação, umas mais proativas, outras mais reativas. Mas o retorno do investimento tende a ser maior nas soluções preventivas, podendo obter um retorno de até 6:1.
Nem sempre é fácil desviar o foco das empresas das suas operações para a valorização do bem estar dos seus colaboradores, mas é essencial que este foco para com a força de trabalho exista de forma a tornar as empresas mais flexíveis, resilientes e competitivas, e assim consigam superar os desafios que se advêm.