O Kaizen Institute Consulting Group – empresa multinacional que fornece serviços de consultoria e formação ao tecido empresarial e instituições públicas em mais de 35 países – desenvolveu, em parceria com a Hays Portugal, mais uma edição do Barómetro RH. O estudo, lançado este mês, apresenta importantes conclusões quanto aos principais desafios e às tendências e estratégias na Gestão de Pessoas. Conheça-as, com base nas respostas de mais de 150 Diretores de Recursos Humanos de grandes e médias empresas nacionais.
Para esta edição do Barómetro RH, o Kaizen Institute Consulting Group contou com a ajuda – e a expertise – da empresa de recrutamento especializado Hays Portugal. O estudo, que pretende aferir importantes conclusões quanto aos desafios, às tendências e estratégias atuais na GRH, partiu das respostas a um inquérito aplicado, entre 04 e 20 de abril de 2022, a 156 Diretores de Recursos Humanos de grandes e médias empresas portuguesas. São de destacar os seguintes resultados: 40% dos inquiridos afirma que o nível de motivação dos trabalhadores da sua empresa evoluiu positivamente nos últimos 12 meses, alcançando, à semelhança da edição anterior do Barómetro, 14 pontos (numa escala de 0-20); 31% dos gestores de RH destacam os aumentos salariais e a atribuição de bónus e outras compensações monetárias como fatores impulsionadores dessa motivação e 26% apontam a cultura da empresa e a adoção de um modelo de trabalho híbrido como fatores-chave.
Da parceria Kaizen/Hays resultaram as seguintes questões:
- A atribuição de prémios de referenciação é uma prática cada vez mais comum em Portugal e na Europa, como estratégia de atração e retenção de talento. Esta prática é aplicada na sua empresa?
57% dos inquiridos responderam positivamente.
- Nos últimos 12 meses, procederam a atualizações salariais na sua empresa?
40% dos inquiridos procederam a aumentos entre os 2,5% e os 5%; 29% aumentaram os salários entre 0,5% e 2,5%; 23% efetuaram aumentos na ordem dos 5% ou mais. Por outro lado, 8% dos inquiridos não procederam a atualizações salariais.
- Acredita que as suas equipas têm as skills necessárias para desempenharem plenamente as suas funções?
86% dão uma resposta positiva.
Os resultados
Mais de 90% dos inquiridos admitem que a motivação dos seus colaboradores se manteve estável ou evoluiu de forma positiva no último ano. Como fatores-chave são apontados os aumentos salariais e a atribuição de bónus e outras compensações monetárias para 62% dos participantes no estudo. De facto, um salário competitivo continua a ser um critério importante na hora de optar por um novo emprego ou decidir permanecer no mesmo, mas já não é suficiente. Cada vez mais, a compensação flexível é valorizada. De acordo com um estudo levado a cabo pela empresa de benefícios flexíveis Cobee, a grande maioria dos trabalhadores prefere um pacote de benefícios flexíveis a uma subida salarial de 2.000 euros.
A juntar à remuneração, são apontados pelos participantes no Barómetro RH outros fatores críticos, como a cultura da empresa e adoção de um modelo de trabalho híbrido e flexibilidade horária (26%) e as perspetivas de crescimento de negócio (23%).
Além da flexibilidade e perspetivas de crescimento, o bem-estar físico, financeiro, mental e a partilha dos mesmos propósitos, metas e objetivos podem contribuir para uma maior retenção e motivação dos colaboradores. Para tudo isto resultar, a liderança deve estar perfeitamente alinhada e coadunar com este tipo de cultura.
Para responder ao aumento do turnover dos colaboradores, 40% dos inquiridos apontam a revisão do plano e progressão da carreira como uma das principais estratégias. Por seu turno, 28% apostam na flexibilidade do trabalho (local e/ou horário de trabalho).
No que respeita à flexibilidade do trabalho, 46% adotaram um modelo de trabalho híbrido (dias de teletrabalho por semana: 33%, um dia; 43%, dois dias; 17%, três dias; 7%, quatro dias). 46% e 43% consideram que as duas maiores dificuldades na implementação de um modelo de trabalho híbrido centram-se, essencialmente, na capacidade de manter o espírito de equipa e de garantir uma comunicação eficiente e clara, respetivamente. Para colmatar estes desafios gerados por este novo modelo, é importante investir na melhoria da comunicação interna, através da normalização da tipologia de reuniões/eventos, da otimização de plataformas, meios e comportamentos e implementação de indicadores para monitorização da performance dos eventos, de acordo com o estudo.
Quanto às principais prioridades dos inquiridos nas suas empresas, 45% e 42% apontam a retenção de talento e a contratação de novos profissionais.
Tal como é referido no estudo, todos os indicadores apontam que programas com forte orientação para o desenvolvimento, influenciam positivamente a retenção das melhores pessoas. O desenvolvimento do talento é uma parte explícita do trabalho de todos os líderes e não apenas uma responsabilidade dos Recursos Humanos.
No âmbito dos processos de recrutamento, 55% destacam como prioridade da sua organização, a identificação de novas funções e posições para suprimir as lacunas nas competências da organização. Já 45% aposta no rejuvenescimento da organização.
Olhando para a employee experience, 72% têm vindo a apostar numa comunicação regular e clara da visão do propósito da organização como um dos eixos para a sua melhoria. Por outro lado, 55% dos inquiridos indicam que a recolha de feedback regular dos colaboradores é igualmente essencial. Para beneficiar a experiência dos colaboradores, no que diz respeito ao ambiente físico, este deve promover um sentimento de bem-estar e garantir produtividade das equipas; é igualmente importante fornecer os melhores recursos tecnológicos.
Mais de metade dos inquiridos (57%) afirmam que a criação de um programa de mentoria, envolvendo colaboradores mais recentes e mais antigos da empresa, é uma das principais medidas levadas a cabo no processo de onboarding de colaboradores.
Quanto às medidas que estão a ser implementadas para promover a diversidade, equidade e inclusão no trabalho, 49% destacam a criação de um ambiente inclusivo em que se valoriza cada colaborador e 46% indicam a promoção de programas de tutoria, coaching e de desenvolvimento pessoal e de carreira.
De sublinhar que de acordo com a Harvard Business Review, empresas com diversidade acima da média apresentam lucros resultantes de inovação 19% superiores e apresentam margens EBIT 9% acima das de empresas com menor diversidade.
Empresas com diversidade acima da média apresentam lucros resultantes de inovação 19% superiores e apresentam margens EBIT 9% acima das de empresas com menor diversidade
“Colaborar com uma força de trabalho diversificada, agir num sentido de comunidade onde as pessoas se sentem parte de um todo e pôr em prática processos de contratação inclusivos, poderá gerar maior prosperidade, com ambientes de trabalho mais saudáveis, produtivos e dinâmicos”, pode ler-se no Barómetro RH 2022.
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