Um estudo elaborado pela Michael Page sobre a Geração Z em Portugal revelou que o enriquecimento profissional é um dos fatores mais valorizados por estes jovens, cada vez mais sedentos por novos desafios profissionais, e que procuram marcar uma posição e ter um impacto positivo na sociedade.
O estudo reuniu opiniões de 333 inquiridos, jovens entre os 20 e os 25 anos, de situações profissionais diversificadas, abordando temas como a procura de emprego, perspetivas laborais e progressão da carreira, entre outros.
No que concerne à situação profissional dos inquiridos, a maioria encontra-se atualmente numa situação de contrato permanente (21,8%) ou de contrato por tempo limitado (21,3%), sendo que também existe uma quantidade significativa de inquiridos na situação de estudante (19%), seguida de desempregado (16,7%). Uma percentagem de 11,2% dos inquiridos encontra-se ainda numa situação de estágio.
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Tendo em conta que muitos destes jovens se encontram ainda a concluir os seus estudos, torna-se essencial saber o que procuram e onde procuram, quando se trata de compreender o seu comportamento no mercado de trabalho.
Numa situação de procura de emprego, a grande maioria dos inquiridos deposita a sua total confiança nos websites das empresas (59,2%), sendo que os portais de emprego, como é exemplo o LinkedIn, ou os contactos e referências, também são apontados como fontes seguras, registando respetivamente 49,6% e 48,5% de respostas positivas.
No que diz respeito ao “tempo ideal” para trabalhar na mesma empresa, a maioria dos inquiridos respondeu de 3 a 4 anos (42,7%), sendo que os motivos mais apontados para justificar o lapso temporal escolhido são por se tratar do “tempo ideal” para “enriquecer o seu CV em diferentes empresas e funções” (63,5%) e “enriquecer as suas competências” (62,5%), para posteriormente, “ter mais estabilidade” (80,5%).
O estudo revela ainda que nem sempre os empregos correspondem às expectativas destes jovens. Tal é verificado pela resposta da maioria dos inquiridos que afirmam que os fatores mais relevantes para mudar de emprego são a estagnação do seu percurso profissional (57%) e pelo facto de não se identificarem com os valores da empresa (46,9%). Ainda assim, a maioria dos inquiridos afirma que o tempo máximo que permaneceria numa função que não é do seu agrado é entre 6 meses e 1 ano (51,3%).
A cultura de uma empresa parece ser um fator cada vez mais ponderado pelos inquiridos da Geração Z, sendo que 58,7% afirmam que os principais objetivos de uma empresa devem ser “contribuir de forma positiva para a sociedade/marcar a diferença (educação, reduzir desigualdades…) e 53% apontam a “capacidade de inovar e criar novos serviços e ideias”.
O perfil da Geração Z
O estudo elaborado pela Michael Page sobre a Geração Z ajuda a compreender muitas das decisões destes jovens, extremamente críticos e curiosos, com grande tendência para o empreendimento e a criatividade.
A maioria dos inquiridos é do sexo feminino (74,4%) e tem a Licenciatura como grau de formação (42,5%), sendo que a segunda habilitação académica com mais respostas foi Mestrado (30,2%). Ainda assim, a experiência profissional desta Geração Z é reduzida, com a maioria dos inquiridos a responder 1-2 anos (37,9%) ou inferior a 1 ano (33,3%).
Relativamente ao salário, 54,2% dos inquiridos respondeu que o intervalo do seu salário bruto anual se encontra abaixo dos 14.000€ e a segunda resposta mais comum remete para um intervalo salarial de 14.000€ a 20.000€, com 26,5% da amostra a selecionar esta opção.
A grande maioria dos inquiridos ambiciona ter entre 2-5 projetos relacionados com a sua área principal de especialização na carreira (55,4%), seguidos pelos que ambicionam ter mais de 10 projetos (17,5%).
A independência e desprendimento destes jovens também está patente na escolha dos inquiridos para a resposta que mais se aproxima do seu objetivo de vida. Cerca de 31,8% dos inquiridos afirma que aspira a ter um impacto positivo na sociedade/fazer a diferença”, enquanto 25,2% deseja ver o mundo e viajar. Curiosamente, esta é uma geração que valoriza o “dress code”, considerado necessário por 55,7%, e cerca de metade acredita que a forma como se veste tem impacto na carreira.
Os temas que mais preocupam esta geração dividem-se entre a “desigualdade salarial/distribuição de riquezas”, apontado por mais de metade dos inquiridos (56,8%), as “alterações climáticas” (56,5%) e a “corrupção em empresas ou no governo”, referida por 53,7%.
Para a Geração Z, de acordo com as respostas obtidas, o meio de comunicação preferencial é o email (86,1%), seguido pelo contacto pessoal (62,6%) e o telefone (61,9%).
A grande maioria dos inquiridos garante que as redes sociais têm um impacto positivo na sua vida social (63,7%), e não têm qualquer impacto positivo ou negativo na sua saúde mental (50%) ou saúde física (51%).