Lisboa está em 45.º do ranking apresentando um resultado de 55% no fator Atrair e 50% no fator Crescer, à frente de Barcelona, Abu Dhabi, Beijing e Dubai.
O relatório do Índice de Competitividade Global de Talentos de 2019 (GTCI) revela que a Suíça, a Singapura e os Estados Unidos continuam a liderar em competitividade de talentos, enquanto países da Ásia, América Latina e África estão a sofrer uma erosão progressiva da sua base de talentos. O relatório apresentado em Davos, na Suíça, esta semana, confirma que as questões de talentos se tornaram uma preocupação primordial para empresas, nações e cidades, com o desempenho de talentos visto como um fator crítico para o crescimento e a prosperidade.
O relatório deste ano tem um foco especial no talento empreendedor e em como este está a ser incentivado, estimulado e desenvolvido em todo o mundo e como isso afeta a competitividade relativa de diferentes economias. As novas abordagens estão a surgir para estimular o talento empreendedor e intraempreendedor e os funcionários à prova de futuro, por exemplo, os esforços para desenvolver inovações hierarquicamente de baixo para cima e melhor capacitar e preparar os funcionários. Esse progresso é especialmente verdadeiro nas cidades, onde os ecossistemas das denominadas “cidades inteligentes” estão cada vez mais a atuar como verdadeiros imãs de talentos. Os resultados mostram ainda:
- Os países e cidades mais bem classificados tendem a ser os mais abertos ao talento empresarial;
- A digitalização e a globalização estão a aumentar o papel do talento empreendedor.
O relatório também revela que as cidades, e não os países, estão a desenvolver papéis mais fortes como centros de talentos e serão cruciais para reformular o cenário global de talentos. Esta crescente importância das cidades deve-se à sua maior flexibilidade e capacidade de adaptação às novas tendências e padrões – como unidades económicas ágeis, onde as políticas podem ser mudadas mais rapidamente, as cidades são mais atraentes para talentos, especialmente talentos empreendedores.
A cidade melhor classificada este ano é Washington, DC, seguida por Copenhaga, Oslo, Viena e Zurique. A posição de Washington pode ser atribuída ao seu forte desempenho em quatro dos cinco pilares medidos na pesquisa, especificamente nos pilares “Ser Global”, “Atrair”, “Crescer” e “Ativar”. A sua economia estável, a população dinâmica, as infraestruturas e conectividade excepcionais, assim como a força de trabalho altamente qualificada e educação de classe mundial são características que contribuem para tornar a cidade um centro de talentos.
Lisboa está em 45.º do ranking apresentando um resultado de 55% no fator Atrair e 50% no fator Crescer, à frente de cidades como Barcelona (49.º), Abu Dhabi (55.º), Beijing (58.º) e Dubai (59.º).
A visão mais alargada
Pela primeira vez, o GTCI 2019 fornece uma análise longitudinal da competitividade de talentos com base nos resultados de todas as edições do GTCI desde 2013. A principal conclusão é que a diferença que separa os defensores de talentos do resto da comunidade global está a crescer. A competitividade de talento está a fortalecer-se em grupos de países onde ela já é comparativamente alta, e a enfraquece naqueles onde ela é relativamente baixa.
Bruno Lanvin, Executive Director, Global Indices, INSEAD e co-editor do relatório, comentou: “No top ten do ranking de competitividade de talentos, apenas dois países não europeus podem ser vistos: Singapura e EUA. Isto sublinha que a Europa continua a ser uma potência de talentos, mas também que os países com grandes universidades e um forte setor de educação são os melhores para atrair talentos. Como os talentos de alto nível também são mais móveis internacionalmente, nenhuma vantagem comparativa pode ser vista como irreversível, e esses países precisarão permanecer abertos e inovadores para manter sua liderança”.
Felipe Monteiro, INSEAD Affiliate Professor of Strategy, Academic Director, e co-editor do relatório, afirmou ainda que “o empreendedorismo parece ser um talento decisivo para o sucesso. Todos os tipos de organizações têm que atrair e aumentar o talento empreendedor, numa era em que ecossistemas em todo o mundo são drasticamente reformulados pela transformação digital”.
“À medida que o mundo do trabalho muda rapidamente, existe o perigo de que, se os países e as cidades não tiverem as condições adequadas para atrair talentos, as pessoas e as empresas afastar-se-ão e procurarão oportunidades em outros lugares. Os resultados do relatório GTCI deste ano são mais uma prova de como o talento empreendedor está a ser cada vez mais visto como uma forma de navegar com sucesso num mundo em constante fluxo. Nutrir é uma parte vital de criar o ambiente certo para o talento florescer e lançar as sementes para o sucesso no futuro”, afirmou Alain Dehaze, Chief Executive Officer do Grupo Adecco.
“O conceito de abertura é fundamental para o talento empreendedor e a cultura empresarial desempenha um papel fundamental. As empresas e as cidades precisam de trabalhar lado a lado para cultivar culturas de intra-empreendedorismo e uma mentalidade de aprendizagem contínua acima de tudo, já que o fator humano é fundamental para o sucesso da transformação digital. Isso ajudará a libertar o potencial positivo que a tecnologia traz, especialmente num mundo onde humanos e máquinas trabalharão lado a lado e diferentes tipos de colaboração irão emergir”, explicou Vinod Kumar, Chief Executive Officer da Tata Communications.
O relatório do GTCI 2019, publicado pelo INSEAD, a Business School for the World, em parceria com o Adecco Group e a Tata Communications, é um benchmarking anual abrangente que mede como os países e cidades crescem, atraem e retêm talentos, fornecendo um recurso exclusivo para a tomada de decisões, para entender o quadro global de competitividade de talentos e desenvolver estratégias para aumentar a sua competitividade.
O relatório mede os níveis de Competitividade Global de Talentos analisando 68 variáveis. O índice de 2019 abrange 125 economias nacionais e 114 cidades (respetivamente 119 e 90, em 2018) em todos os grupos de renda e níveis de desenvolvimento.
OVERALL RANK | COUNTRY | SCORE |
1. | Switzerland | 81.82 |
2. | Singapore | 77.27 |
3. | United States of America | 76.64 |
4. | Norway | 74.67 |
5. | Denmark | 73.85 |
6. | Finland | 73.78 |
7. | Sweden | 73.53 |
8. | Netherlands | 73.02 |
9. | United Kingdom | 71.44 |
10. | Luxembourg | 71.18 |
11. | New Zealand | 71.12 |
12. | Australia | 71.08 |
13. | Iceland | 71.03 |
14. | Germany | 70.72 |
15. | Canada | 70.43 |
16. | Ireland | 70.15 |
17. | Belgium | 68.48 |
18. | Austria | 68.31 |
19. | United Arab Emirates | 65.90 |
20. | Israel | 63.26 |
2019 Top 10 Ranking – cities
OVERALL RANK | CITY | SCORE |
1. | Washington, DC (United States) | 69.2 |
2. | Copenhagen (Denmark) | 68.0 |
3. | Oslo (Norway) | 66.1 |
4. | Vienna (Austria) | 65.7 |
5. | Zurich (Switzerland) | 65.5 |
6. | Boston (United States) | 65.4 |
7. | Helsinki (Finland) | 65.0 |
8. | New York (United States) | 64.6 |
9. | Paris (France) | 63.5 |
10. | Seoul (Korea, Rep.) | 62.7 |