Na ISS, empresa internacional de gestão e integração de serviços, a cultura corporativa e as pessoas andam de mãos dadas e fora das suas quatro paredes. Presente em Portugal há mais de 25 anos, os cinco mil colaboradores que emprega estão distribuídos de Norte a Sul do país. Tratados com respeito e sentindo-se parte da empresa, são felizes, explica, ao InfoRH, Ricard Casas – uma das figuras que congrega os valores da organização. Na ISS Iberia a exercer o seu cargo de diretor-geral de pessoas e cultura, considera que é sempre possível melhorar e que o crescimento se faz em equipa.
Pessoas e cultura são indissociáveis numa organização?
Sem dúvida! Na ISS temos muito claro que, se queremos ser a melhor empresa de serviços, temos de ser a melhor empresa a gerir pessoas. No nosso caso, é muito importante ter uma cultura de organização conhecida e partilhada com todos os nossos colaboradores, porque a maioria desenvolve as suas tarefas em casa do cliente. Representam-nos e, por isso, esforçamo-nos para que sejam trabalhadores satisfeitos e orgulhosos em pertencer à empresa.
A designação da função que desempenha é um reflexo da importância que os recursos humanos têm vindo a ganhar nos últimos anos?
Somos uma empresa multinacional, que só em Portugal conta com cinco mil empregados. No total, em todo o grupo ISS, somos mais de 490 mil. A gestão das pessoas é um dos nossos core business, não é só uma tendência. O departamento de recursos humanos tem de ter uma relação direta com a presidência e estar alinhado com os objetivos gerais da empresa.
A ISS quer colaboradores felizes. Que práticas têm implementado para que a felicidade impere nas vossas pessoas e no exercício da sua atividade profissional?
O primeiro passo é tratar sempre o colaborador com respeito e fazer com que se sinta parte da empresa. Temos um programa de reconhecimento, os prémios “Tu Manzana” [“Sua Maçã”], que mensalmente reconhecem os empregados que se destacam por ir mais longe na prestação do seu serviço. Também colaboramos com agentes sociais para criar protocolos de atuação em casos de violência nas mulheres, por exemplo, para incluir na estrutura pessoas em risco de exclusão social, ou com capacidades diferentes. Acreditamos que tudo isto ajuda a alcançar um bom clima de trabalho e que os nossos colaboradores sejam um pouco mais felizes.
Como é que cuidam dos vossos colaboradores?
Somos uma empresa com uma estrutura muito transversal. Entre os colaboradores de primeira linha e o presidente não há mais de cinco níveis, o que contribui para uma comunicação fluída. Contamos com algumas ferramentas para reforçar a comunicação e tentamos que todos os trabalhadores estejam informados acerca das novidades e participem nas iniciativas da empresa. Existe uma revista, newsletters regulares e uma intranet para a equipa administrativa. Estamos a implementar novas aplicações móveis e a tentar utilizar a tecnologia para incentivar ainda mais a relação entre todos os membros da ISS.
Que exemplos dão os líderes da empresa aos trabalhadores?
Desde 2011 que implementamos cursos de liderança destinados aos nossos gestores e diretores, para que possam gerir as suas equipas da melhor forma possível. Esforçamo-nos para que todos os diretores estejam cientes do dia-a-dia da empresa. Por exemplo, uma vez por ano, organizamos o Company Day, um dia em que até o presidente da ISS Iberia, juntamente com muitos diretores de área e responsáveis de maior nível, passa um dia com os trabalhadores de primeira linha, vê como desenvolvem o seu trabalho diário, quais são as suas necessidades e aspetos a melhorar.
Quem é que procuram para trabalhar na ISS Iberia?
Depende muito das necesidades, se se trata de colaboradores de primeira linha ou controlo, mas gostamos de contratar pela atitude dos candidatos, com o objetivo de os formar tecnicamente. O primeiro critério de seleção é que as pessoas se enquadrem na cultura da empresa. Valorizamos a sua capacidade de aprendizagem e encarar a mudança. As competências técnicas, é claro, são imprescindíveis em alguns casos, mas podem ser aprendidas.
Como é que contratam os talentos jovens?
Recorremos a portais de emprego, universidades e centros de formação, cujas bolsas de emprego temos acesso. Também é muito importante a rede de contactos. Se cuidarmos dos nossos colaboradores, e cnsiderando as condições que oferecemos, é mais fácil que haja pessoas interessadas em integrar a ISS. De facto, temos um índice de rotação muito baixo, comparativamente com outras empresas do setor, cerca de 2/3%. Estamos orgulhosos das nossas iniciativas de captação de talento, como o “ISS Global Management Trainee Programme”, onde participam jovens portugueses e que se destina a recém-licenciados à procura de contribuir com um ponto de vista local, nacional e global em todos os níveis da empresa. Trata-se de uma iniciativa que permite que os jovens conheçam os diferentes papéis da gestão nos departamentos da ISS e desenvolvam o seu trabalho em diferentes sedes. Estamos presentes em mais de 70 países e temos empregados de todas as nacionalidades. Este intercâmbio cultural beneficia as relações no seio da empresa e permite conhecer novas ideias e pontos de vista graças às suas experiências.
E como é que se caracteriza a política da organização no que diz respeito ao seu desenvolvimento?
A formação é uma parte fundamental, aliada à potencialização das qualidades de cada colaborador. Queremos atrair talento, mas também aproveitar o que já temos, por isso é importante que haja uma boa comunicação entre os trabalhadores de primeira linha e os seus supervisores e entre estes e os restantes gerentes. Através da motivação e da escuta ativa, tentamos adaptar e oferecer oportunidades de promoção.
A ISS aposta na formação dos seus colaboradores, inclusivamente na formação dos trabalhadores de primeira linha?
Para os trabalhadores de primeira linha desenvolvemos inúmeros cursos ao longo do ano. Tentamos manter os nossos colaboradores atualizados sobre as últimas técnicas, o uso de novas máquinas ou ferramentas, a prevenção de riscos laborais e a especialização. Os gerentes de serviço têm recebido, também, formação integral em temas como as competências de direção, negociação, relações humanas, contabilidade ou controlo de custos e informática. São formações que se desenvolvem em etapas de dois anos e onde já participaram mais de 200 pessoas. Adicionalmente, contamos com o programa Service With a Human Touch (SWAHT), onde os gestores de topo também se tornam formadores para ajudar a nossa equipa de forma técnica e inspiradora.
O que há, ainda, a fazer pelas pessoas e pela cultura da ISS Iberia?
Seguimos os quatro pilares da nossa cultura corporativa: iniciativa, honestidade, qualidade e responsabilidade. São os valores que partilhamos na empresa e que tentamos transmitir a todos os que fazem parte dela. É sempre possível tentar melhorar a excelência e crescer juntos dentro da empresa. Estamos abertos a sugestões dos nossos colaboradores e atentos a qualquer nova técnica de gestão e sistema de melhoria que possamos incorporar.