Se fosse eleito Presidente qual seria a sua primeira medida?
Ricardo Vargas – CEO da Consulting House
Um projeto de desenvolvimento de liderança. Vários estudos dão à profissão Político um reconhecimento social medíocre. Uma comunidade não aceita ser liderada por pessoas a quem não reconhece mérito, qualidade ou ética. O contributo comunitário para o sucesso das medidas legislativas desaparece. Promoveria um estudo interdisciplinar das atuais carreiras políticas típicas, os critérios de acesso aos diferentes níveis nas jotas e nos partidos, os perfis de competências e motivações existentes, a organização típica das tribos, os seus padrões de comportamento, o papel da irracionalidade ideológica no processo de tomada de decisão. Promoveria um debate aberto na sociedade civil sobre como recrutar mais pessoas de qualidade para a profissão neutralizando os mecanismos de nivelação por baixo, que levam a mediocridade tão longe. Definiria indicadores de mérito. Com base no Livro Branco daí decorrente sugeria a adoção de mecanismos de seleção mínimos para cargos governativos locais e nacionais, incluindo a análise do estádio de desenvolvimento moral do candidato. Para os não Psicólogos: há cinco estádios e conseguimos identificar “a olho” que muitos políticos não passam do segundo – o do oportunismo.
Francisco Pedro Balsemão – COO RH, Jurídico e Sustentabilidade do Grupo Imprensa
Como o Presidente da República, tem, de acordo com a nossa Constituição, poderes meramente institucionais ou simbólicos, para além dos poderes de veto que tanto têm sido comentados ultimamente, a minha primeira seria a de convocar os CEOs, Presidentes e Diretores-Gerais das principais empresas, organizações e entidades públicas para uma fim de semana num ermo monte alentejano com o objetivo único de encontrar soluções concretas para a criação de emprego de forma inovadora, sendo que da reunião teria que sair obrigatoriamente um compromisso entre todos, um plano de ação com prazos definidos e responsáveis nomeados para cada ponto, bem como sanções específicas em caso de incumprimento. Faria exatamente o mesmo com os líderes do sindicatos e representantes dos trabalhadores de cada setor/indústria e no final e num terceiro momento juntava-os a todos num barco que só atracaria depois de chegarem a um entendimento. Nesse cruzeiro, antes do início dos trabalhos, haveria formação com os melhores gurus sobre liderança, comunicação interpessoal, gestão de conflitos e emoções, e entre sessões haveria momentos de descontração incluindo workshops de cocktails, karaoke e jogos de vólei aquático. Como segunda medida condecoraria alguns dos colaboradores da Impresa, pelo seu empenho, dedicação e lealdade, e pelo serviço público que prestam à democracia e à liberdade de expressão em Portugal.
Felipe Cândido – CEO da Casa Félix
Por que não responder a esta questão começando com uma citação de uma das mais influentes e marcantes figuras – para mim – do mundo atual? Jorge Mario Bergoglio – o Papa Francisco – que proferiu, há poucos dias, a seguinte frase: “ORAR, antes de tomar qualquer decisão, é a melhor escolha que você pode fazer”.
Após este tão simples e nobre gesto, se tivesse sido eleito Presidente, isso para mim representaria sinónimo de exemplo para com a sociedade, em particular, e para com o mundo em geral. Sou um grande defensor que um Líder deve liderar/gerir pelo exemplo, e nunca pelo poder que isso possa representar. Seguindo esta linha de raciocínio, todos nós somos iguais e devemo-nos manter iguais independentemente da nossa função ou cargo hierárquico que possamos ocupar. Devemos respeitar toda e qualquer pessoa e contribuir para que todos sejam integrados de forma equitativa na sociedade, respeitando igualmente a cultura de cada indivíduo. Quando falamos, ao dia de hoje, na palavra Mudança, ela não deveria representar Economia, Finanças, Dinheiro, … Não! Esta Mudança deveria representar pequenas (grandes) palavras como Respeito, Compaixão e Ajuda. Em resumo, se fosse eleito Presidente, era por aqui que começaria a minha atuação ativa na sociedade, procurando deixar o Nosso mundo (bem) melhor do que o encontrei, com a ajuda de todas as pessoas possíveis, pois sem elas seria impossível fazê-lo.
Publicado na RH Magazine – Edição nº 94 (janeiro/fevereiro de 2014)