A Zurich conta com cerca de 500 colaboradores em Portugal, e está presente em mais de 200 países e territórios. Todo o setor segurador está a atravessar uma profunda fase de transformação digital, na qual os recursos humanos são uma peça fundamental. Falámos com Sílvia Espinheiro, a employee experience manager da empresa, sobre os vários projetos em curso e a estratégia para o futuro.
A Zurich criou um novo departamento de employee experience. Pode-nos explicar quando e o porquê desta decisão e que áreas vão estar sob a alçada deste novo departamento?
Esta área já estava a ser trabalhada há algum tempo, mas sentimos necessidade de lhe dar mais estrutura e evidência. Esta decisão prende-se com o facto de querermos trabalhar, ainda com mais afinco, a experiência dos nossos colaboradores, motivo pelo qual criámos esta nova função dentro da direção de recursos humanos. A missão é assegurar e articular, de uma forma mais ágil e eficiente, as restantes áreas.
Atualmente estamos comprometidos com as áreas de bem-estar e felicidade, diversidade e inclusão, employee value preposition (EVP), employer branding, estudos de saúde e satisfação organizacional, gestão de mudança e cultura organizacional.
Dentro de todas estas valências, temos dois objetivos bem claros e transversais: continuar a acompanhar os nossos colaboradores no contexto pandémico que vivemos, proporcionando-lhes experiências emocionalmente positivas, e continuar a apostar no desenvolvimento das competências que as pessoas da Zurich precisam para o futuro.
Estão a construir uma nova employee value proposition (EVP) para os atuais e futuros colaboradores? O que vai constar desta nova EVP?
Em vez de nova EVP, prefiro chamar-lhe uma EVP mais integrada. Uma das nossas missões passa por continuar a monitorizar os indicadores internos sobre o ciclo de vida do colaborador na Zurich, sabendo que cada colaborador tem o seu.
Trabalhar numa EVP mais robusta e torná-la mais evidente vai ser a ação que nos permitirá juntar as várias “peças do puzzle” e, consequentemente, elencar os processos chave a que deveremos dar particular atenção.
Atualmente, o ciclo comum do colaborador da Zurich passa pelo acolhimento e integração, adaptação à cultura e à função (cultural fit & job mapping ), desenvolvimento de performance e competências, reconhecimento e recompensas, e a carreira, na medida em que cada colaborador seja o CEO da sua própria carreira, para que se sinta confortável em explorar outras possibilidades e dar o passo seguinte.
Pensando no futuro, que base vão utilizar para ir desenvolvendo a employee value proposition a médio e longo prazos?
Para além das perceções informais que vamos recolhendo nas ações internas ou em simples conversas com diversos colaboradores, a nossa EVP é desenhada com base nos resultados de vários estudos que realizamos de forma frequente: o ENPS (Employee Net Promoter Score), o Inquérito de Saúde Organizacional e estudos de avaliação dos riscos psicossociais. Estamos também a recorrer à fisiologia como base científica que nos ajuda a perceber o impacto que os novos modelos e rotinas têm para os nossos comportamentos e emoções.
A título de exemplo, no último estudo de saúde organizacional que realizámos, em outubro de 2020 e em pleno confinamento imposto pela pandemia, concluímos que o nosso índice de saúde organizacional evoluiu de forma muito positiva, mas não cruzámos os braços. Desafiámos cada uma das direções a analisar e refletir sobre os seus dados e a desenhar o seu próprio plano de ação para depois ser implementado com o apoio do departamento de recursos humanos. Em algumas ações damos suporte direto, enquanto noutras, os departamentos são autónomos para as realizarem.
Em conjunto estamos a reconstruir uma cultura organizacional com base no feedback e flexibilidade e a adequar os nossos modelos de trabalho ao “novo normal”, sem esquecer a saúde mental.
E a nível externo, como trabalham a employee value proposition para os candidatos?
A nível externo temos continuado a potenciar as tecnologias. Com a pandemia e o confinamento tivemos de digitalizar todas as fases dos nossos processos de recrutamento e seleção, o que nos obrigou a repensar o recrutamento de todas as gerações.
Lançámos o MyRecruitment, uma nova solução de recrutamento global que pode ser acedida no computador ou dispositivo móvel de forma intuitiva e user friendly e que proporciona uma experiência totalmente inovadora aos candidatos. Através da criação e preenchimento do perfil individual no nosso website, o candidato é automaticamente associado às oportunidades nacionais e internacionais em aberto e escolhe candidatar-se ou não. Para as gerações mais jovens, integrámos a Career Lunch, mantemos o Zurich Graduate Program e temos apostado em feiras virtuais de emprego.
A Career Lunch é uma plataforma de captação de talento que reúne empresas de todo o mundo e que, em Portugal e no nosso caso, permite agendar almoços virtuais entre colaboradores da Zurich e alunos de engenharia, tecnologias de informação, gestão, entre outras áreas de diferentes universidades. Os alunos candidatos aos almoços podem estar a frequentar o ensino superior ou ter até quatro anos de experiência de trabalho. Já o Zurich Graduate Program são estágios remunerados de 12 meses para jovens em início da carreira profissional, sejam finalistas, recém-licenciados ou mestres.
Os nossos objetivos de employee value preposition externa passam por alargar os nossos canais de recrutamento, potenciar os novos formatos de recrutamento digital, levar a marca Zurich a todas as gerações, captando os melhores talentos e promovendo networking. Ambicionamos construir uma rede de talento, tendo, a qualquer momento, candidatos que possam ingressar nos futuros processos de recrutamento da Zurich.
Com que pode contar um potencial colaborador ao vir trabalhar para a Zurich?
Ao ingressar na Zurich, o colaborador tem um mundo pela frente! Não só porque somos uma multinacional presente em mais de 200 países e territórios, mas porque o setor segurador está a atravessar uma profunda fase de transformação digital com muitas oportunidades tanto a nível local como internacional.
Na Zurich Portugal estamos focados em assegurar a nossa sustentabilidade, desenvolvendo novos produtos e serviços, tanto para clientes como parceiros, repensar os novos modelos e condições de trabalho e em cuidar da comunidade envolvente. Acreditamos que estes conceitos de repensar, desenvolver e cuidar são fortes estímulos para perfis colaborativos, criativos e inovadores, com flexibilidade e capacidade de adaptação. As pessoas que tenham ou que desenvolvam estas características têm, na Zurich, oportunidades para assumir novos projetos e diferentes níveis de responsabilidades.
[Entrevista publicada na RHmagazine de março/abril]
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