Uma nova pesquisa da Robert Walters revela que 89% dos profissionais do nosso país estão satisfeitos com a situação de teletrabalho atual e apenas 4% desejam voltar a trabalhar full-time no escritório da empresa após a pandemia.
O estudo, que inquiriu 320 pessoas em Portugal, indica ainda que a esmagadora maioria (96%) quer continuar a ter a opção de trabalhar do domicílio após a pandemia e que 5 em cada 10 sentem ter mais autonomia.
Produtividade: vantagens e desafios em casa
Os seis principais fatores que favoreceram o aumento da produtividade dos profissionais em Portugal foram uma maior flexibilidade nos horários de trabalho (58%), mais autonomia (54%), trabalhar num ambiente mais confortável e relaxado (51%), maior capacidade de concentração e menos distrações (44%), menos tempo perdido em deslocações para o escritório (44%), e menos reuniões (47%).
Por outro lado, os profissionais encontraram algumas dificuldades ao trabalhar em casa, como a falta de um escritório com todas as condições necessárias (por exemplo, mobiliário ergonómico ou mais do que um ecrã – 18%), diminuição da comunicação com colegas de trabalho (47%), maior frequência de reuniões ou check ups mais frequentes do chefe de equipa a saber o estado de tarefas específicas (18%), ou distrações em casa (70%).
Saúde mental e bem-estar: os fatores em causa
5 em cada 10 profissionais afirmam ter tido uma experiência positiva em termos de saúde mental em regime de teletrabalho. Apenas 2 em cada 10 profissionais revelaram uma experiência negativa ao trabalhar a partir de casa, pela maior dificuldade em separar a vida pessoal da profissional (50%), falta de interação física com a equipa (45%), algumas distrações em casa (41%) e por trabalharem mais horas neste regime (32%).
Por outro lado, os principais fatores que contribuíram para uma experiência positiva no que diz respeito ao bem estar mental foram uma maior flexibilidade no trabalho (77%), possibilidade de trabalhar num ambiente mais relaxado (68%), possibilidade de passar mais tempo com a família (64%) e ausência de deslocações até ao escritório (48%).
Para os portugueses, o tempo extra que ganharam em não ter de se deslocar até ao trabalho é utilizado agora para exercício físico (37%), tarefas domésticas ou pessoais (34%), dormir mais horas (29%) ou passar mais tempo com a família (28%).
Teletrabalho no pós-pandemia: maioria quer manter
Questionados sobre a possibilidade de incluir mais teletrabalho quando regressarem a uma estrutura de trabalho mais próxima da normalidade, 96% dos profissionais responderam que sim, estando 89% satisfeitos com a situação de teletrabalho atual.
52% afirmam que gostariam de poder teletrabalhar pelo menos uma vez por semana, enquanto 20% preferem a opção de teletrabalhar no mínimo 2 vezes por mês. 24% dos profissionais inquiridos gostariam de poder teletrabalhar permanentemente, indo só pontualmente ao escritório, quando fosse essencial. Apenas 4% revelam a preferência de voltar para o escritório full-time sem possibilidade de trabalhar remotamente.
Em contraste, antes da pandemia, 25% dos profissionais não podiam teletrabalhar, e 25% podiam apenas fazê-lo em situações excecionais, por exemplo quando tinham uma consulta no médico. 26% dos profissionais podiam teletrabalhar um número limitado de dias por mês, e apenas 24% podiam fazê-lo quando quisessem.
Espaço de trabalho em casa: cozinha, escritório, sofá ou cama
40% dos profissionais revelaram trabalhar em casa a partir da mesa da cozinha ou sala de jantar, enquanto 57% tem a possibilidade de fazê-lo num escritório em casa. Por outro lado, 14% revelaram teletrabalhar do sofá da sala, e 5% trabalham na cama ou no quarto. Apenas 4% dos profissionais portugueses trabalham numa zona exterior (varanda ou jardim).