O Trabalho Flexível já não é só uma tendência, é uma realidade na maioria das empresas. Em Portugal, três quartos das empresas pretendem implementar um modelo de trabalho híbrido, de acordo com o mais recente estudo da Mercer.
Horários flexíveis e trabalho remoto são conceitos e benefícios cada vez mais referidos pelas empresas. O Flexible Work Survey 2021, o mais recente estudo da Mercer realizado com quase uma centena de empresas em Portugal, demonstra que uma maior flexibilidade é uma das grandes expectativas dos colaboradores no mercado de trabalho. Nesse sentido, 75% das Organizações estão a promover uma evolução na sua cultura, mais favorável à adoção de modelos de trabalho flexíveis, alinhando-se com a vontade os trabalhadores.
As conclusões deste Survey demonstram que 75% das empresas inquiridas planeiam oferecer um modelo híbrido (remoto e presencial), como parte da Política de Trabalho Flexível e que 33% planeiam disponibilizar o trabalho remoto em full-time. 30% das organizações já permitem que os colaboradores trabalhem de forma remota, independentemente da sua localização, passando o “home” office a ser “anywhere” office.
Em relação aos horários, 71% das organizações planeia oferecer um horário flexível, 30% optarão pela oferta de horários reduzidos ou em part-time, e 21% vão permitir a possibilidade de personalizar horários, ou ter turnos. Apenas 11% planeia ter semanas de trabalho flutuantes e 12% semanas condensadas.
O estudo indica que a forma como o trabalho é desenvolvido ou distribuído dentro das equipas e Organizações também tem evoluído. 34% das empresas planeiam recorrer a freelancers e associados, isto é, colaboradores não permanentes, e cerca de 34% projetam optar pelo pool interna de talentos, alocando colaboradores a projetos fora da sua área habitual de atuação.
A maior parte das empresas inquiridas demonstraram que o trabalho flexível será voluntário, para os colaboradores elegíveis (74%).
Vânia Fonseca, Senior Consultant da Mercer Portugal e Marta Dias Gonçalves, Principal da Mercer Portugal, coordenaram o estudo e acreditam que a pandemia inevitavelmente veio acelerar a tendência das organizações de implementarem modelos de trabalho flexível.
Vânia Fonseca, refere: “O paradigma das formas de trabalhar mudou, as exigências do negócio e das pessoas acentuaram-se. E precisamos dar resposta às mesmas, de forma a nos mantermos atrativos para a comunidade de talento interno e externo.”
Complementarmente, Marta Dias refere que “a flexibilidade pode ser uma vantagem competitiva para as organizações e ser fator diferenciador na proposta de valor para os seus colaboradores. Mesmo as organizações de setores mais tradicionais têm olhado para a flexibilidade como mecanismo de atração, retenção e engagement”.
O estudo da Mercer expõe ainda que a reflexão sobre a flexibilidade no trabalho tem impactado os espaços de trabalho, que irão sofrer alterações nos próximos anos. 46% das Organizações pretendem mudar os escritórios nos próximos cinco anos, tornando-os mais eficientes. As previsões mais frequentes para estas renovações são a diminuição dos espaços/edifícios, dos gabinetes individuais, ou a mudança para espaços mais colaborativos, como open office e hot desking.
Tiago Borges, Business Leader de Career da Mercer Portugal acrescenta: “Todos percebemos que estamos a viver um período de mudança e que a pandemia nos trouxe oportunidades de evoluirmos dos modelos mais tradicionais para modelos mais flexíveis. É assim crucial, que as organizações ajustem as suas políticas e implementem o melhor modelo para si. Não existem modelos perfeitos nem one size fits all, pelo que o melhor modelo será aquele que equilibra as expetativas das pessoas com a sustentabilidade do negócio”.
O Flexible Work Survey 2021 da consultora Mercer foi realizado entre maio e junho de 2021 e contou com a participação de 80 empresas em Portugal dos mais diversos setores. Analisa as tendências da adoção de modelos de flexibilidade, o impacto do trabalho flexível nos espaços, a implementação e gestão das políticas e o impacto do trabalho remoto. Este estudo é uma ferramenta para as empresas sustentarem estratégias, no contexto de flexibilização do trabalho, por forma a conseguirem responder de forma ágil a um mundo em constante mudança. O estudo já está disponível para aquisição. Consulte mais informação sobre o mesmo aqui.