João Tavares, CHRO da Teleperformance Portugal
O mundo do trabalho mudou e vai continuar a mudar. Reconhecendo a importância das pessoas para a sustentabilidade e crescimento do seu negócio, as empresas têm vindo a trabalhar cada vez mais na implementação de estratégias de gestão de recursos humanos que acompanhem a crescente tendência de colocação dos colaboradores em home office, como forma de assegurar um equilíbrio mais sustentado entre a atividade profissional e a vida pessoal.
Apesar do trabalho remoto se ter generalizado enquanto resposta das empresas à pandemia de Covid-19, a verdade é que as empresas já estão há algum tempo a estudar e a adotar este modelo de trabalho, uma vez que a construção de culturas corporativas centradas no work-life balance – que apostem na promoção da motivação e qualidade de vida dos colaboradores – tem sido uma tendência. Ao mesmo tempo, também a evolução tecnológica – sobretudo o surgimento de avanços como a internet 5G, a emergência de soluções de trabalho cloud-based, o aumento da qualidade de soluções de videoconferência, ou a generalização do uso de computadores portáteis – permitiu o desenvolvimento destes modelos de trabalho virtual, possibilitando não só a descentralização das operações de cada empresa, como a manutenção dos padrões de segurança, performance e controlo operacional, e, inclusive, reforçando a valorização da flexibilidade horária e até a liberdade de escolha do local onde residir.
Contudo, importa referir que, entre as evidentes vantagens alocadas ao surgimento destes modelos de trabalho remoto, destacam-se também desafios. O principal prende-se, justamente, com a promoção do equilíbrio mais sustentado entre a atividade profissional e a vida pessoal. De que forma podem as empresas promover este conceito ao mesmo tempo que “incentivam o isolamento” dos seus colaboradores, perdendo-se assim o contacto presencial, fundamental para as relações humanas? A resposta é simples: através da tecnologia, nomeadamente através da cloud.
Importa perceber que a grande força do paradigma de home office está nas potencialidades que a cloud pode trazer ao dia a dia dos colaboradores. O conceito de trabalho em equipa, muito presente, por exemplo, em empresas que prestam serviços de integração digital, está a estender-se hoje ao campo virtual, no qual as ferramentas colaborativas e de comunicação digitais possibilitam aos elementos das equipas estarem em permanente contacto, num ambiente de trabalho virtual, a partir de qualquer parte do mundo. E mais do que um permanente contacto, a cloud está a permitir igualmente gerar um maior envolvimento entre colaboradores a nível virtual – algo que só era possível de forma presencial – sendo possível até recriar a realidade do local de trabalho físico, com a criação de campus virtuais que incluam, por exemplo, salas de reuniões, espaços de restauração e lazer, áreas de formação, entre outros.
Por outro lado, os modelos de trabalho cloud-based vieram permitir, igualmente, a agilização da gestão de equipas por parte dos managers que, ao não terem a sua equipa concentrada num único espaço físico, deparam-se com o desafio acrescido de manter uma colaboração efetiva e a constante motivação de cada elemento. Aí, é importante não só manter a interação com os colegas, que acaba por ser reforçada graças ao recente desenvolvimento das soluções de videoconferência, como também garantir que se estabelece uma cultura organizacional saudável que reforce, mais uma vez, o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal, e aqui falamos na realização de atividades como happy hours, team buildings, e outras iniciativas similares.
Não menos importante, a cloud veio ainda acrescentar ao home office a possibilidade de assegurar processos de contratação de forma totalmente remota, com as entrevistas de emprego a serem realizadas via videochamada, com a formalização dos contratos através de assinatura digital, podendo assim a empresa conectar-se com trabalhadores cada vez mais talentosos, qualificados e motivados, quer estejam em Portugal ou em qualquer outra parte do mundo. Em suma, a formação também é uma aposta no trabalho remoto, visível na implementação de salas virtuais de formação, com o propósito de garantir uma contínua atualização de conhecimento e competências dos trabalhadores, assim como a sua progressão na carreira.
Um exemplo muito prático deste tipo de estrutura de trabalho virtual e remoto é o mais recente modelo de negócio da Teleperformance, o Teleperformance Cloud Campus, que foi implementado pela primeira vez em Portugal há cerca de um ano, em setembro de 2019. A partir deste, os nossos colaboradores conseguem prestar serviços de customer experience, back-office services e knowledge services, na cloud e sempre em equipa, a partir de casa, mantendo-se em constante interação com os colegas, como se estivessem no escritório.
Embora o home office seja ainda considerado uma medida de contingência excecional para cenários como o que estamos a viver atualmente, acredito que o conceito do trabalho em equipa na cloud é uma realidade que veio para ficar e que será imperativa num mundo cada vez mais global e digital.
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