Os desafios e a excelência dos recursos humanos nas tecnológicas portuguesas estiveram em debate esta terça-feira, no evento promovido pela International Association of Microsoft Channel Partners (IAMCP) Portugal.
Em matéria de digitalização, robotização, inteligência artificial e pessoas, as empresas estão a fazer um bom trabalho, quem o disse foi Fernando Reino da Costa, CEO da Unipartner e membro da direção da International Association of Microsoft Channel Partners (IAMCP) Portugal, esta terça-feira, na Sala VIP do Oceanário de Lisboa, na conferência Desafios e Excelência dos Recursos Humanos nas Tecnológicas Portuguesas. A cultura da empresa, segundo o responsável, diferenciará as organizações e servirá de instrumento de captação e atração de talentos.
Francisco Caldas, em representação da Microsoft, onde ocupa o cargo de executive recruiting manager, referiu que “as empresas têm de encontrar formas inovadoras de encontrar o talento e retê-lo”, porque o “talento altamente qualificado está a ficar cada vez mais escasso”. Para o responsável, no futuro, “o foco estará no talento ou em skills específicas”, por isso os empregadores terão de ajustar as suas estratégias de recrutamento.
O responsável pelo recrutamento de executivos da gigante tecnológica identificou as cinco tendências relativas ao capital humano: guerra pelo talento, crescimento da inteligência artificial e do trabalho automatizado, diversidade e inclusão, o propósito e a cultura e a fluidez e flexibilidade.
Atrair e reter talentos
Para atrair o talento há que reforçar o employer brand, através, por exemplo, da cultura da empresa? Woitek Szymankiewicz, partner e fundador da Closer, referiu que a cultura empresarial pode fazer com que os colaboradores fiquem mais tempo na organização, por isso desenvolveram um programa com módulos específicos para alinharem os valores da empresa com os dos colaboradores.
E porque a cultura empresarial não se impõe, propaga-se, Francisco Gomes, managing partner da Unipartner, destacou a importância do desenvolvimento de iniciativas inclusivas para todos os colaboradores, inclusive para os que estão em outsourcing – prática comum às restantes tecnológicas.
Muito se fala em formação como forma de atrair talentos. É, efetivamente, um instrumento de captação de profissionais? Woitek Szymankiewicz explicou que é a aprendizagem, “muito mais valorizada no dia-a-dia”, segundo o CEO da Closer, que atrai os profissionais. Há uma diferença entre formação e aprendizagem. “O acesso à formação é importante. Nós facilitamo-lo e as pessoas decidem que formação querem fazer”.
Manuel João, general manager da Armis, considera que o diálogo e a proximidade com os colaboradores são a chave para os fazer permanecer na empresa. “Falo regularmente com as pessoas para saber se estão felizes”, afirmou.
Fazê-los permanecer felizes na empresa
Muitos dos talentos procurados pelas tecnológicas estão a sair das faculdades, saíram recentemente ou ainda lá estão. Mas o que procuram? Ricardo Oliveira, coordenador do Gabinete de Emprego, Formação e Empreendedorismo da Associação de Estudantes do Instituto Superior Técnico, afirmou que o projeto é o mais importante. “Há um grande interesse pelo desafio e pelo papel que os alunos irão desempenhar”, referiu, acrescentando que “a progressão de carreira também é muito importante”. Um bom balanço entre a vida profissional e a vida pessoal é igualmente valorizado e, segundo o recém-licenciado em Engenharia Informática, acrescenta valor, dá liberdade e aumenta a produtividade. “Os estudantes valorizam muito o seu tempo”, esclareceu.
Não esquecendo que a empresa tem de dar dinheiro, na BI4All a organização é pensada para as pessoas. Para reter os profissionais, cerca de 200 que integram a tecnológica, criam condições de trabalho e de mobilidade e oferecem um salário competitivo, que não é o mais importante. Desenvolveram, também, um plano a um ano que vai ao encontro das necessidades como um todo, referiu o CEO, José Oliveira.
Ricardo Parreira, CEO da PHC Software, partilhou o plano que a empresa promove, com foco na felicidade, que depende, primeiramente, da própria pessoa. O líder, capaz de provocar a infelicidade, é alvo de treino e, graças a um programa criado internamente, medem a felicidade dos colaboradores. “A gestão da felicidade é altamente lucrativa”, realçou.