40,2% dos profissionais aproveitaram o período de confinamento para realizar formações para melhorar as competências que já possuíam; 37,1% realizaram cursos para desenvolver novas competências e 36,8% participaram em webinares, revela o novo estudo da Michael Page.
A consultora de recrutamento apresentou as conclusões do estudo realizado aos seus candidatos entre o dia 1 de Março e 11 de Julho, para perceber o apoio que tiveram das suas empresas, as suas perspetivas em relação ao regresso ao local de trabalho, o que fizeram durante este período de tempo e outros aspetos do confinamento.
A comunicação durante este período foi um dos temas em foco no estudo, e mais de metade dos inquiridos (67,1%) apresentou-se como neutro ou satisfeito com a forma como os líderes comunicaram a mudança. Estes são resultados positivos, considerando quão súbita foi a mudança.
De uma forma geral, as empresas foram bem-sucedidas na gestão de equipas e na definição de diretrizes claras para a adaptação a novas práticas. A maioria dos inquiridos (73,4%) apresenta-se neutro ou satisfeito com o seu line manager e os resultados são semelhantes (72,2%) relativamente à adaptação a novas práticas, um resultado positivo para um assunto complexo. Conclui-se ainda que mais de metade dos candidatos sentiram-se apoiados e acompanhados pelas suas chefias no decorrer do confinamento (61,2%).
A maioria dos inquiridos (56,9%), mostrou-se ainda satisfeita com o apoio prestado pela empresa no acesso ao trabalho a partir de casa.
Como os candidatos percecionam o regresso ao local de trabalho?
No que diz respeito ao futuro, os candidatos apresentaram posições opostas, destacando a complexidade da situação atual. Assim, 36,7% mostrou-se preocupado, 26,6% neutro, 26,6% seguro e 10,1% muito seguro nesta fase de retoma.
Quando questionados sobre o regresso ao local de trabalho, de forma geral, os candidatos encontram-se motivados. A maioria dos profissionais (51,9%) revelou desejar voltar ao seu local de trabalho, sendo que 20,3% indicaram ter um sentimento neutro. Muitos inquiridos apresentaram-se tranquilos em retomar o trajeto para o trabalho. 75% indicou estar ligeiramente entusiasmado ou ter sentimentos neutros relativamente à necessidade de recorrer aos transportes públicos para se deslocar ao local de trabalho.
O estudo revela ainda que quase metade dos profissionais (49,4%) está entusiasmado com a vertente social do trabalho no escritório e 67% deseja voltar a almoçar com os colegas. Esta realidade destaca a importância das relações laborais e mostra que para algumas pessoas o trabalho a partir de casa pode ser demasiado solitário.
Profissionais apostam em novas competências e pensam na carreira
Durante a fase inicial da crise associada à Covid-19 muitos colaboradores ficaram de licença ou continuaram a trabalhar, mas com um horário reduzido ou flexível, o que significa que as pessoas, de um modo geral, tiveram mais tempo livre do que numa situação normal de trabalho. As conclusões do estudo apontam que 40,2% dos profissionais aproveitou este período para realizar formações para melhorar as competências que já possuía; 37,1% realizou cursos para desenvolver novas competências e 36,8% participou em webinars.
A maioria dos candidatos (73.5%) refletiu sobre os seus planos de carreira, 64,5% atualizou o seu CV e 55,1% tentou encontrar um melhor equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Estes números refletem que o mercado de trabalho atual conta com profissionais qualificados, com novas competências ou skills renovados, preparados para enfrentar os desafios da situação atual.
É interessante verificar que, atualmente, a maioria (56,6%) dos candidatos aceitaria condições de trabalho diferentes às da realidade pré-Covid, sendo que o foco nas prioridades pessoais é importante para 64,7% dos questionados, fator que pode estar relacionado com questões de ansiedade derivadas da situação que se está a viver.
Emprego vs desemprego
As conclusões do estudo foram tiradas com base nas respostas de mais de 145 pessoas que estão a realizar candidaturas atualmente na Michael Page em Portugal. Relativamente ao perfil destes candidatos, 29,3% dos inquiridos tem um contrato permanente e 11,2% um contrato de duração limitada. Uma larga fatia dos inquiridos (46,9%), encontra-se no desemprego e 77,6% dos candidatos prevê que a crise da Covid-19 irá ter um grande impacto nas suas escolhas e expectativas profissionais nos próximos dois anos.
Dos candidatos com um contrato permanente ou temporário durante a crise, verifica-se que apenas 15,1% dos inquiridos com um contrato ou permanente não se encontravam a trabalhar durante o confinamento. A maioria encontrava-se a trabalhar remotamente (56,8%) e uma percentagem mais reduzida esteve autorizada a estar presente no seu local de trabalho (28,1%).