Autor: Agur Jõgi, CTO da Pipedrive
Estes elementos devem ser os aspectos do ambiente empresarial e que estão dentro do controlo da equipa. Tudo o resto pode precisar de ser monitorizado e contabilizado, mas não deve orientar os negócios, a equipa ou o desempenho de um engenheiro. Há que monitorizar mais, mas avaliar o que é importante.
E, embora este conselho seja aplicável a todos os líderes empresariais, tende a ser o talento técnico que responde realmente bem a uma orientação metódica e clara, e que pode estar muito menos confortável com ambiguidade e flexibilidade do que os seus pares de outros departamentos. Portanto, é necessário adaptar a orientação e a entrega à medida de cada equipa. Ter em conta as formas de trabalho e os estilos de comunicação ajuda a tirar o máximo partido dos talentos. Manter o pessoal essencial motivado deve ser uma preocupação primordial para um futuro previsível e incerto.
Automatização, eficiência do processo e expansão do alcance e capacidade da equipa – todos são potenciais efeitos das escolhas tecnológicas certas, selecionadas para reforçar a capacidade de uma empresa de inovar, reagir e prosperar.
Porém, o investimento não deve ser estritamente definido apenas em termos tecnológicos. Adicionalmente, estas são algumas das áreas-chave em que nos devemos concentrar:
- Experiência dos colaboradores e gestão de talentos: A perda de colegas devido a práticas negativas ou restritivas, que poderiam ser evitadas – é um verdadeiro desperdício para a empresa. É importante estar atento à cultura, modelos de trabalho, aquisição e retenção da empresa.
- Talent Gap (lacunas no talento): É necessário destinar tempo para compreender e valorizar o talento. Os analistas da McKinsey descobriram que muitas empresas subestimam as lacunas no talento por não conhecerem as competências que os seus colaboradores possuem nas variadas funções. A requalificação, educação e, claro, a contratação é fundamental. No entanto, a contratação nem sempre é a melhor decisão, nem a mais fácil, a ser tomada numa recessão. Tal como ilustram os analistas McKinsey, contratar nem sempre é o caminho mais rápido para o sucesso.
- Automatização: reduzir o esforço. A rotina do trabalho administrativo ou de tarefas repetitivas que possam ser delegadas para uma solução de software, devem sê-lo. Isto permite obter resultados mais depressa, aumentando a confiança e poupando a sanidade e energia dos colaboradores, que podem dedicar mais tempo a tarefas de valor acrescentado. Para a equipa de vendas, a automatização pode criar espaço para acelerar o fluxo de trabalho e assegurar mais tempo para atrair clientes. Para a equipa de engenharia, por exemplo, podem ser ferramentas de teste automático que significa menos tempo sem fazer nada entre ciclos.
- Diversidade: Impulsionar resultados com sucesso e criatividade através de um método estatisticamente comprovado: aumentar a diversidade, equidade e inclusão. Empresas altamente diversificadas têm maiores probabilidades de ultrapassar pares menos diversificados, e o talento procura locais de trabalho que demonstram um verdadeiro cuidado com os colaboradores.
- Definição de prioridades: É sempre um bom conselho a seguir mas muito fácil de esquecer em tempos mais favoráveis: é importante parar de começar e começar a terminar. Cada empresa tem uma série de projetos a decorrer em paralelo. Durante tempos mais exigentes, é importante organizar de forma cuidadosa os mesmos para que os mais rentáveis sejam concluídos o mais rapidamente possível.
Em suma, estabelecer objetivos corretos, bem como analisar à lupa a tecnologia, processos, funções e capacidades que os sustentam é fundamental para alavancar todas as possibilidades de execução. Mas, existe outra lição que anda de mão dada com esta: deixar alguma folga no sistema. A eficiência total não deixa espaço para o inesperado ou para o erro. Sem alguma folga e flexibilidade, é demasiado fácil as pessoas sentirem-se desvalorizadas. A empatia e a colaboração devem ser transversais a todos os planos e objetivos.