Depois de, em 2019, celebrar 30 anos no mercado, dos quais 3 anos enquanto People For People, a organização prevê no futuro reforçar o investimento permanente em tecnologia e na capacitação e qualificação das pessoas.
Carla Patronilho, CEO da People For People, falá-nos dos desafios desta nova década, mas também da relação do tecido empresarial português com as ferramentas e metodologias inovadoras de gestão de recursos humanos.
A People For People recebeu pelo segundo ano consecutivo o prémio “Melhores Fornecedores de RH”, o que essa distinção significa para vocês?
A iniciativa Melhores Fornecedores RH permite-nos avaliar de forma isenta e credível o nosso trabalho e desempenho junto das organizações que nos reconhecem capacidade de implementação de boas práticas e nos confiam a gestão do seu maior ativo, as suas pessoas. Mais do que avaliar o passado utilizamos os resultados para aperfeiçoar o futuro e adaptar a nossa resposta às necessidades dos nossos clientes e parceiros.
Qualquer prémio tem um significado de reconhecimento e pertença, neste caso de reconhecimento pelo trabalho desenvolvido desde outubro de 2016 e de pertença a uma comunidade de profissionais dedicada e focada na implementação de boas práticas na gestão de pessoas em Portugal, contudo, este prémio acaba por ter sempre um significado especial de desafio e superação.
2019 está a chegar ao fim. Que novidades estão a preparar para 2020?
Estamos a trabalhar para que 2020 seja o ano “i”, de inovação, investimento e internacionalização. Em 2020 pretendemos aproximar-nos de alguns mercados aos quais já conseguimos dar resposta, investir na qualificação e capacitação organizacional, bem como reforçar o investimento que tem sido feito em investigação e desenvolvimento.
Em termos funcionais, as principais novidades vão de encontro ao caminho que temos desenvolvido nos últimos meses e estarão relacionadas com as áreas da comunicação organizacional, recrutamento e seleção e trabalho temporário.
O tecido empresarial português é composto maioritariamente por PME’s. Da vossa experiência, qual é a relevância atribuída atualmente à gestão de recursos humanos neste tipo de organizações?
O mercado nacional embora pequeno e maioritariamente constituído por micro, pequenas e médias empresas é bastante rico em diversidade, se considerarmos também a diversidade geográfica e cultural, bem como a de modelos de gestão existentes na nossa economia, deparamo-nos com bastantes desafios, por norma a na génese destes desafios existem sempre duas grandes necessidades, uma relacionada com a eficiência e competitividade do negócio e a outra relacionada com a saúde e bem-estar organizacional.
Perante este paradigma verificamos que a maioria das organizações estão sensibilizadas, preocupadas e atentas à gestão das suas pessoas, contudo, não têm a disponibilidade que desejam e necessitam para implementar as melhores práticas nas suas organizações.
É certo que já existem vários apoios que visam promover e apoiar as micro, pequenas e médias empresas na transformação de processos de gestão de capital humano, no entanto ainda são pouco divulgados.
Na sua opinião, como é que os empresários atualmente encaram as ferramentas e metodologias inovadoras na gestão de recursos humanos?
Embora as organizações e consequentemente os empresários tenham a consciência de que necessitam de melhorar os processos, as formas e as ferramentas de gestão do capital humano, também e é certo que muitas vezes são os mais céticos à mudança, porque esta mudança, na maioria dos casos, implica uma transformação cultural e consequentemente uma mobilização de toda a organização.
O ceticismo a que me refiro acaba por se dissipar rapidamente desde que os gestores de pessoas consigam quantificar, qualificar e demonstrar o ROI das boas práticas propostas.
Quais serão os grandes desafios para as organizações a nível da gestão de capital humano no próximo ano? E como é que a vossa empresa as poderá ajudar?
Acreditamos que 2020 reserva dois grandes desafios, um primeiro, relacionado com automatização ou robotização de um conjunto de tarefas que não acrescentem valor à gestão de pessoas e que libertem os profissionais da área para tarefas mais proativas e dinâmicas junto das organizações e outro relacionado com a comunicação interpessoal e organizacional.