Céline Abecassis-Moedas é, desde fevereiro do ano passado, a diretora da formação de executivos da Católica Lisbon School of Business & Economics e a face mais visível da ligação que a CATÓLICA-LISBON estabelece com o mundo empresarial, ou não fosse protagonista de um percurso que inclui a academia e as empresas.
Hoje, à direção da formação de executivos da universidade, junta a administração não executiva da José de Mello Saúde, da Europac e dos CTT e os cargos de professora associada nas áreas de Estratégia e Inovação e diretora académica do CTI&E – Center for Technological Innovation & Entrepreneurship. Em entrevista à RHmagazine, confessa que pretende manter a formação de executivos da Católica Lisbon School of Business & Economics na liderança do mercado e apostar no crescimento das suas áreas.
Há cerca de um ano, tomou posse da direção da Católica Business School. Que objetivos traçou para a formação de executivos da universidade?
A área da formação de executivos da Católica Lisbon School of Business & Economics está, desde a sua criação, numa posição de liderança no mercado. É meu objetivo, e de toda a equipa da escola, manter essa liderança, ao mesmo tempo que continuamos a apostar no crescimento das nossas áreas seja nos programas abertos, customizados e internacionais. Temos, no entanto, consciência que vivemos atualmente uma altura de mudanças profundas.
Isto porque, por um lado, a oferta disponível é cada vez maior, e não falo apenas das business schools, e, por outro, pela própria exigência do mercado.
Para fazermos face aos constantes desafios, temos que estar muito atentos ao que o mercado, nacional e internacional, necessita e adaptar a nossa oferta. A CATÓLICA-LISBON está, assim, a apostar na inovação em termos de produtos, metodologias e diversificação do corpo docente.
Considera que o seu percurso académico e profissional ilustra o que deve ser a aposta dos estudantes, numa primeira fase, e dos profissionais, posteriormente?
Eu tenho um percurso académico e profissional um pouco atípico. Por um lado, fiz o percurso de um académico – licenciatura, mestrado, doutoramento –, mas, em paralelo, sempre estive ligada profissionalmente ao mundo das empresas, pelo que me considero uma “ponte” entre o mundo académico e profissional. Se este deve ser o percurso dos estudantes e dos profissionais, eu diria que cada um deve construir o seu com base no que gosta e sabe fazer para ter sucesso. Mas acredito que aposta no conceito lifelong learning é importante para todos.
Que tendências caracterizam, atualmente, o mercado da formação para executivos?
A CATÓLICA-LISBON procura estar sempre a par das necessidades do mercado. Em termos de formação para executivos, os programas voltados para a dimensão digital têm tido uma procura evidente nos últimos anos e a CATÓLICA-LISBON tem-se posicionado pioneiramente nestas áreas, sendo um vetor estratégico determinante. Na nossa escola, temos cursos mais abrangentes, como é o caso do programa em digital transformation, que consiste no processo de evolução e transformação das organizações, tirando partido das oportunidades criadas por estas alterações tecnológicas e sociais profundas, mas também programas mais específicos como é o caso do marketing digital ou do big data, que visa proporcionar aos analistas de dados uma visão detalhada dos conceitos e metodologias de investigação científica que incidem sobre o processamento e análise de big data e que podem ser aplicadas e implementadas em contextos da indústria, com impacto direto no desempenho das empresas.
É igualmente verdade que, dependendo da área de formação dos participantes, muitos outros cursos têm visto um aumento de procura. Temos profissionais com formação de base nas áreas da engenharia, finanças e contabilidade e, portanto, as questões de negociação e liderança são absolutamente indispensáveis. Estes programas conseguem, assim, esgotar todas as edições. Por sua vez, temos programas para setores de atividades muito específicos, como é o caso da saúde, farmacêutica, transportes, turismo ou distribuição, que, por serem tão específicos, têm uma grande procura e são sempre muito bem-sucedidos. De uma forma mais abrangente, estamos a inovar em toda a nossa oferta do ponto de vista de metodologia, porque temos consciência que o mercado pede soluções mais curtas, com forte componente prática e resultados a curto prazo.
O mundo empresarial e académico são um bom complemento e sinónimo, na academia, de planos de estudo mais ajustados ao mercado de trabalho?
A CATÓLICA-LISBON tem raízes académicas muito fortes e na sua liderança sempre foi muito próxima do mercado de trabalho. Temos uma ligação muito forte com as empresas e uma capacidade de customização que permite adaptar sempre a academia às necessidades específicas das empresas.
Em complementaridade, mantemos uma proximidade muito forte com os nossos antigos alunos, que nos permite estar muito próximos do mercado de trabalho nacional e internacional e, assim, responder de forma rápida e eficaz às necessidades do mercado e das empresas que nos procuram para fazer a sua formação de executivos.
Estratégia e inovação são duas palavras que caracterizam o mundo organizacional atual. As empresas portuguesas estão no bom caminho ou não estão a fazer o que deviam?
Pelo que nos é dado a perceber, pelas empresas que nos procuram e com quem – muitas delas – temos relações há muitos anos, o tecido empresarial português tem uma grande preocupação em trabalhar a sua estratégia, nomeadamente a internacional e apostam de forma constante em inovação, investigação e desenvolvimento. E nós estamos cá para ajudar nesse processo com os nossos programas de gestão da inovação.
Como é que perspetiva o futuro da formação de executivos em Portugal?
O futuro da formação de executivos é cada mais concorrencial e exigente. Na CATÓLICA-LISBON, estamos a antecipar esse futuro próximo em termos de produtos, conteúdos e metodologias, numa estratégia omnicanal.
Entrevista publicada na secção “Caderno Especial” da edição 122 da RHmagazine