Inge Geerdens
Fundadora da CVWarehouse
Tenho passado pouco tempo em casa ultimamente. Entre viagens de negócios, lazer, visitar amigos pelo mundo, tenho tido reuniões muito produtivas. E nunca estou sozinha. A elevada conetividade, tanto na vida real como virtual, encolheu o nosso planeta. Claro que isto não é novidade para ninguém. Temos apelidado o mundo de aldeia durante as últimas décadas. Mas nestes últimos anos isto tem vindo a tornar-se cada vez mais real.
Atualmente, os jovens entram num avião com a mesma facilidade com que apanham um comboio. Conversam com amigos do outro lado do mundo com mais frequência do que veem os vizinhos. Quando precisam de saber algo têm todo um mundo de informação na ponta dos dedos. Raramente leem livros, mas assistem a filmes e animações. Ambicionam um emprego que encaixe numa ótima vida, em vez de viver para o trabalho. Simplesmente não se encaixam em nenhum dos cubículos que as empresas, infelizmente, continuam a pensar e projetar.
Apesar de toda a comunicação sobre novas formas de trabalhar, a maioria das empresas ainda recruta consoante o seu habitat, focando-se somente nos benefícios que podem oferecer aos seus funcionários. Cada país tem as suas próprias leis laborais e regras especificas sobre que benefícios são permitidos. Estas leis e regras mudam regularmente, por isso, tentar manter-se atualizado com todas estas alterações em todos os países é uma tarefa impossível, especialmente para empresas de menor dimensão. O que força as empresas a agir, pensar e recrutar localmente.
A verdade é que estamos a viver uma nova realidade. Os cubículos existentes sobre género, localização, função, realização, ambição… já não servem. Ao invés de andarmos para frente, todo este tipo de leis e questões de controlo, estão a amarrar-nos ao passado. A realidade mudou. As regras e regulamentos não.
Somente se pensarmos fora da caixa podemos ver as pessoas como elas realmente são e o que podem alcançar. Não importa se não encaixam no suposto cubículo. Vamos, então, continuar a sonhar com um mundo onde não há fronteiras em termos de leis laborais, onde as pessoas são tratadas da mesma forma aqui ou em qualquer outra parte do mundo. Só assim o real talento pode florescer e as empresas podem também sair beneficiadas.