Com mais de mil coaches a nível mundial, a ActionCOACH apresenta-se como especialista no negócio e compromete-se a trabalhar a “escada do empreendedor”. Hugo Monteiro, CEO e partner da ActionCOACH Lisboa, explica-nos o que está por trás de todo o processo de coaching de empresários.
A que tipo de pessoas se dirige a ActionCOACH?
Donos de empresas, em 90% dos casos, ou executivos. Mais especificamente, donos de empresas que têm aproximadamente até 500 colaboradores, como teto máximo.
Em que é que os donos das empresas podem beneficiar com a ActionCOACH?
O nosso propósito é a reeducação do empresário. É ir trabalhando a escada do empreendedor com o empresário, desde o autoemprego. Muitos empresários começam em autoemprego, ou seja, criam o seu posto de trabalho. O processo vai desde o autoemprego, até ao empresário trabalhar na parte da gestão, passar a dono, contratar um diretor-geral, tornar-se investidor e tornar-se empreendedor. A definição de negócio, para nós, é ter uma empresa comercial rentável, de receita previsível, que funcione sem a presença do empresário. Os benefícios passam por tornar a empresa vendável e valorizável, para que o empresário, se decidir vender ou expandir o negócio, não tenha de estar efetivamente no negócio.
Então o vosso coaching é mais para a empresa, certo? São muitos conhecimentos técnicos de gestão que vocês têm de transmitir ao dono?
Podemos dividir isto em dois grandes setores. Primeiro, o setor da gestão (finanças, entrega do produto, marketing, vendas, sistemas, cultura dentro da organização, recrutamento…). Nós disponibilizamos todas essas ferramentas de gestão. Depois, há outro pilar: a escada do empreendedor. Esta parte tem a ver com o mindset, com a parte comportamental do empresário. Há três áreas críticas que um empresário tem de trabalhar: tempo, dinheiro e equipa. Nós somos especialistas no negócio e trabalhamos com donos de empresas, e é nestas áreas que atuamos, preparando o negócio para que este não dependa do dono.
Os vossos coaches são profissionais com muita experiência. Por norma, que tipo de background têm?
Somos um franchising, usamos esta metodologia a nível mundial para aplicar no negócio. A ActionCOACH está em mais de 76 países atualmente. Somos mais de mil coaches a nível mundial. Todos são licenciados, e a maioria são economistas, marketeers, e muitos com MBA. De carreira profissional têm mais de 10 ou 20 anos de experiência em cargos de direção. Passam também por um exame muito profundo para poderem entrar, com oito semanas de preparação para a certificação.
Quanto tempo dura um acompanhamento “tipo”? Há vários tipos de acompanhamento?
No business coaching não há uma duração mínima nem máxima. Uma coisa é certa: isto é um trabalho de profundidade, de médio e longo prazos. Não se muda um empresário, a forma como ele pensa ou o crescimento da sua empresa, em três meses. Acreditamos que, num espaço de seis meses a um ano, existe um retorno sobre o investimento.
No início, esse acompanhamento é uma vez por semana ou mais do que isso?
Uma vez por semana no máximo. É o mais intenso que temos. E não recomendamos mais. Porque o business coaching começa primeiro num processo de alinhamento de sócio, ou de sócios, se existirem mais sócios. Este alinhamento consiste em colocar no papel a visão do dono sobre o seu negócio e o que ele espera do negócio daqui a um, três, cinco ou dez anos. Para depois construirmos um plano de ação do ano e um plano trimestral. Desenhamos o business plan, mas, mais importante que isso, criamos um plano de ação para executar, com tarefas à semana. Nas sessões de coaching, depois de se fazer esse plano, é prestar contas sobre essas tarefas, esses objetivos, e fazer um ponto de situação. Nesse plano de ação também estão linhas orientadoras da gestão. Quem define esse plano é o dono, não somos nós. Não queremos que ele dependa de nós, queremos que tenha a capacidade de fazer e desenvolver tudo o que é necessário para o negócio e delegar e aprender a delegar.
A vossa intervenção é, então, abrangente. Começa pelo sócio, mas depois vai alastrando, correto?
A equipa é um reflexo dos donos. Se queremos alterar algum resultado dentro de uma organização temos de começar pelo dono. Porque comportamento gera comportamento e é aí que queremos incidir. Há também uma intervenção com a equipa, para alinhar a equipa com base nos propósitos e objetivos dos donos. Essa sessão é liderada por um coach e é um momento em que toda a equipa participa e expõe de uma forma aberta o que é que podia ser melhorado dentro da organização.
Como é que vocês melhoram essa comunicação?
Temos várias ferramentas. Uma delas é o perfil DISC, que usamos como primeiro pequeno passo para entender o perfil comportamental individual, e depois entender o perfil comportamental do sócio e da equipa. Neste processo, o coach coloca questões perturbadoras aos sócios, para que os sentimentos sejam colocados em cima da mesa.
Entrevista publicada na edição n.º 134 da RHmagazine, referente aos meses de maio/junho de 2021.