Luís Fernandes
Accounting Team Manager do Grupo Your
Em todas as organizações há pelo menos um “yes men”. Aquela figura que concorda sempre com tudo, nunca questiona nada e tudo o que a sua chefia diga está sempre correto e é maravilhoso. Concordando ou discordando, para o “yes men” está sempre tudo bem e diz sempre que sim. Pessoas com esta tendência fazem exatamente o que
lhes é dito, raramente pensam por si próprios e evidenciam um medo elevado de tentar algo novo ou melhor.
Pensando nesta descrição, para qualquer líder é tentador cercar-se de pessoas de quem gostam e quem concorde sempre com as suas ideias. Facilitaria o processo de implementação de ideias, reinaria a harmonia, mas seria isto benéfico? A resposta é obviamente negativa.
Os colaboradores que só dizem “sim” não estão a ser honestos e nem sequer manifestam a sua opinião. Sendo que o segredo da eficácia do trabalho de equipa é a confiança e a honestidade, sem estes valores a relação não significa nada, não funciona. Para a manutenção de uma relação saudável é fundamental conversar abertamente
sobre as diferenças. Se assim não for a relação baseia-se na manipulação e deturpação e aos poucos tornar-se-á toxica. Os líderes devem estar dispostos a ouvir e a dizer não, a lidar com contrariedades… afinal o confronto é normal e absolutamente humano! É o que permite a criação de novos ideais e novas formas de ver a realidade.
Os líderes precisam de “no-men” por perto para os manter com os pés assentes na terra. Alguém que os questione, os desafie, alguém que os chame à realidade – aquela pessoa que diz: “não, não pode ser feito”, quando todos os outros em seu redor lacrimejam internamente, mas batem palmas ao pedido anterior.
Um líder não precisa de “yes men”, não precisa de moldar a organização à sua imagem, precisa de ter ao seu lado quem critique, quem questione, quem acrescente valor, pois só assim a organização que representa poderá evoluir. Perceber esta profunda alteração é perceber a liderança do futuro. Já não há espaço para vedetas e bajuladores. A liderança pode mudar o mundo. Mas só lidera quem conseguir a confiança e o respeito do mundo à sua volta. Por isso, hoje e sempre, como líder e liderado seja “no men”. Eu por aqui vou continuar a ser.