De 2014 a 2018, Luís Decq Mota desempenhou a função de diretor de recursos humanos na Tiger Portugal. Após ter passado por várias organizações, regressou à empresa, em abril deste ano. Estivemos à conversa com o responsável, para perceber que planos reserva para a organização após três anos e que desafios tem agora em mãos.
O Luís regressou à Tiger Portugal em abril, enquanto DRH. Pode-se dizer que veio dar continuidade ao trabalho que executou durante três anos?
Sim, acredito que sim. Diria que este regresso é exatamente no sentido de retomar o caminho que iniciei em 2014. É certo que as coisas mudaram. Somos uma marca com 37 lojas em Portugal, e neste momento a nossa aposta é diferente do que era quando tínhamos 15 lojas. Mas o nosso ADN e cultura mantêm-se como pilares do sucesso. Este regresso acontece numa fase muito específica, quer da minha parte, quer da própria Tiger, e também do mercado de trabalho.
Acima de tudo, é um regresso a casa, porque a minha identificação com a marca e cultura da Tiger é total. É ótimo estar de volta!
O setor do retalho foi um setor que sofreu profundas alterações com o surgimento da pandemia. Que desafios tem em mãos atualmente, e que não tinha na sua experiência passada?
A pandemia obrigou-nos a repensar o nosso negócio e, por consequência, a gestão das pessoas. Hoje em dia, procuram a flexibilidade: da função, do local e posto de trabalho e da liderança. No nosso caso, a experiência de trabalho do colaborador da Tiger não se alterou por completo, porque continuamos a estar próximos dos nossos clientes.
Hoje, a gestão de pessoas ficou mais desafiante. A pandemia fez-nos repensar a continuidade em locais de trabalho onde não estamos felizes. Parece conversa simples, mas é real.
É necessário dar enfâse ao vínculo emocional entre empresa e colaborador. Temos que apoiar e transmitir segurança psicológica às nossas equipas, temos que formá-las para novas formas de viver a experiência de loja, quer para o colaborador, quer para o cliente. Temos que potenciar a forma como queremos reter e atrair os melhores talentos. Acho que sairemos mais fortes!
Neste momento, e no contexto da Tiger Portugal, em que áreas é que o papel do DRH é mais pertinente? Quais são as suas prioridades neste momento?
Creio que não só na Tiger, mas em todas as empresas dos diferentes ramos de atividade, é vital apostar no desenvolvimento e progressão de carreira, na formação e no melhor acompanhamento das pessoas. Temos de nos focar na otimização do desempenho de cada pessoa. Essas são as nossas prioridades… juntamente com aquilo que é a nossa missão de termos toda a nossa equipa alinhada aos nossos valores.
Tendo em conta a situação atual, de que forma mantêm os colaboradores motivados? Tem sido um desafio manter os colaboradores envolvidos com a organização?
É exatamente neste registo de acompanhamento, de definição clara de próximos passos, de formação e respetivo feedback. É investir nas pessoas, investir no lado pessoal e otimizar o lado profissional.
Ajuda-nos a cultura forte que temos. Ajuda-nos ser uma empresa em que é bom trabalhar, em que podemos aliar o trabalho à «diversão», sem que seja posto em causa o profissionalismo ou dedicação.
A pandemia fez com que tivéssemos que redefinir as formas de gerir as pessoas. O facto de estarmos confinados e isolados, vivenciando algo que nunca imaginámos, fez-nos repensar a forma de estar próximos de cada um, mesmo estando longe. Criar um sentimento de que juntos somos melhores, à distância, é sempre mais difícil. A importância de cada pessoa, de cada função, é hoje vista de outra forma.
Para nós, está claro que este é o caminho para atingirmos o que pretendemos: continuar a crescer e estarmos cada vez mais perto das nossas equipas e dos nossos clientes.
A nível da gestão de pessoas, que plano estratégico tem definido para o futuro?
A curto prazo queremos tornar ainda melhor a experiência dos nossos colaboradores, envolvendo-os naquilo que é o projeto Tiger Portugal. Temos vindo a apostar na progressão interna. Já o fazíamos antes da pandemia e vamos reforçar ainda mais esta nossa aposta. Vamos querer investir na formação e desenvolvimento das equipas, quer em vertente de negócio, quer na vertente pessoal, e assim assegurar a progressão de carreira para as nossas equipas e retenção do talento que vamos formando. E, na realidade, este é um desafio constante para todas as empresas.
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