Agora, os colaboradores da Carclasse trabalham e convivem como se 300 quilómetros não os separassem.
Foi há 16 anos que a Carclasse conheceu Manuela Fonseca, a sua responsável de recursos humanos, de formação e de CRM. Tem assistido à evolução do negócio, que se traduz em números, uns relacionados com a faturação da empresa que representa as marcas Mercedes-Benz, Smart, Jaguar e Land Rover e outros relativos aos profissionais “aguerridos, proativos e determinados” que a integram. Na Carclasse, a administração valoriza o sangue novo, capaz de contribuir com a sua visão atualizada da cultura, dos valores e do lifestyle da nova geração de clientes. A expansão da empresa para a cidade lisboeta implicou o que Manuela Fonseca, em entrevista ao InfoRH, descreve como “adaptação cultural”. Hoje, e já adaptados, Carclasse e colaboradores, do Minho e de Lisboa, trabalham como se não os separassem 300 quilómetros. O crescimento de profissionais aumentou as funções do departamento responsável pela sua gestão, cujo papel podia ser “mais determinante” face aos desafios que enfrenta, nomeadamente no que diz respeito ao recrutamento de profissionais, dificultado pela escassez de determinados perfis, num setor que, no futuro, exigirá criatividade e inovação.
Como é que descreve o período transcorrido entre a sua entrada na empresa e a atualidade?
Em 2003, a Carclasse era uma empresa com forte presença no Minho, representante das marcas Mercedes-Benz, Smart e Land Rover. Nesse ano, com 175 colaboradores, a empresa faturou, aproximadamente, 62 milhões de euros. Em 2018, registámos uma faturação superior a 190 milhões de euros. Atualmente, com cerca de 470 colaboradores, a empresa marca também a sua presença em Lisboa e assume a representação das marcas Mercedes-Benz, Smart, Jaguar e Land Rover. Foram anos de importantes desafios para a gestão do negócio, principalmente ao nível da evolução dos produtos e dos sistemas que os acompanham.
Houve uma evolução no negócio e na política de recursos humanos?
A evolução no negócio foi sustentada ao longo dos anos e os colaboradores da Carclasse foram capazes de acompanhar os sucessivos desafios, quer por via da formação das marcas, quer por via do ADN Carclasse, que faz de nós profissionais aguerridos, proativos e determinados. Posso afirmar, contudo, que a nossa expansão para o mercado de Lisboa, em 2011, impactou decisivamente a forma como se passou a gerir os recursos humanos. Houve uma adaptação cultural de ambas as partes – Carclasse e colaboradores – que foi difícil numa fase inicial. Hoje, colegas de Lisboa e do Minho trabalhamos e convivemos como se não nos separassem 300 quilómetros.
O aumento da venda de automóveis tem vindo a refletir-se na política de RH adotada pela Carclasse?
Evidentemente que sim. Reforçámos as equipas de vendas, mas também as áreas de suporte e de atendimento por via da reestruturação do contact center. Estrategicamente, a nossa administração, numa visão muito arrojada para o setor, tem vindo a defender a admissão de juniores nas equipas de vendas, historicamente mais seniores. Queremos que estes jovens façam uma imersão no nosso ADN e que nos acrescentem a sua visão atualizada da cultura, dos valores e do lifestyle da nova geração de clientes.
Como é que descreve a atual política de recursos humanos da empresa?
Na Carclasse, a política de recursos humanos serve a estratégia da empresa e pretende garantir que as pessoas estão orientadas para a prossecução dos objetivos. Está assente nos seguintes princípios: valorização do desempenho e da iniciativa, desenvolvimento de uma cultura de rigor, igualdade de oportunidades e criação e desenvolvimento de competências.
A nossa expansão para o mercado de Lisboa, em 2011, impactou decisivamente a forma como se passou a gerir os recursos humanos.
Com o aumento de colaboradores e, por isso, com o crescimento de funções que o departamento de RH tem vindo a assistir, ocorreu, também, a valorização da sua importância no seio da empresa?
Naturalmente que o departamento de RH com um universo de 470 colaboradores tem tido um aumento de funções principalmente no que concerne ao recrutamento e à formação. Quanto à importância no seio da empresa, gostaria que o papel dos RH fosse mais determinante.
Dizia que os últimos anos foram um período de importantes desafios para a gestão do negócio, nomeadamente com a expansão da Carclasse para Lisboa. Mas é um desafio, também, gerir os seus atuais 470 profissionais?
É um desafio enorme, não só pela dimensão, mas muito pelo dinamismo e diversidade deste setor. O retalho automóvel está assente em duas áreas distintas, que se complementam – as vendas e o após-venda. Ambas têm necessidades diferentes, principalmente ao nível dos perfis profissionais.
A nossa administração tem vindo a defender a admissão de juniores nas equipas de vendas, historicamente mais seniores
Que abordagem adotam no que diz respeito ao recrutamento e seleção de profissionais?
O recrutamento tem sido um grande desafio. O mercado de trabalho está muito dinâmico e há escassez de alguns perfis muito específicos do setor, como é o caso dos chapeiros e dos pintores. Quando o recrutamento interno não dá resposta, trabalhamos obviamente com empresas de recrutamento e seleção, redes sociais e referenciação.
E no que concerne à formação dos seus colaboradores?
O plano de formação da Carclasse está maioritariamente assegurado pela formação técnica e comportamental das marcas que representamos. Temos uma carga formativa anual muito forte. É o que nos distingue das oficinas não autorizadas – o acompanhamento técnico e rigoroso que prestamos nas viaturas dos nossos clientes. Estamos a entrar numa fase muito interessante em que a formação passará a ser cada vez mais online e menos presencial.
Que futuro perspetiva para os recursos humanos da Carclasse?
Acredito que os próximos anos serão decisivos para o setor. A hegemonia dos elétricos, a conectividade das viaturas, o aumento dos pontos de contacto digitais, a robotização e os novos processos e métodos de trabalho exigirão de nós uma grande capacidade de adaptação. A criatividade e a inovação serão competências a desenvolver. Todos os players estão a tentar fazer diferente e a Carclasse vai acompanhar naturalmente estas tendências.