Mariana Canto e Castro, DRH da Randstad
Paula Isabel Lampreia, manager da área de Learning, Culture & Development do HR Team
Quais têm sido as vantagens e desvantagens de trabalhar em casa? E porquê.
Como empresa conseguimos uma passagem rápida para o trabalho a partir de casa porque há cerca de um ano e meio iniciámos uma política de work from anywhere (WFA) que permitiu que os nossos talentos trabalhassem a partir de um local, fora do escritório, que lhes fosse confortável e que reunisse as condições necessárias para trabalhar à distância. Toda a nossa estrutura de IT foi também preparada para este efeito. Com isto, conseguimos hoje, dar uma resposta mais rápida a uma necessidade forçada de manter todas as nossas pessoas em casa, não tendo um impacto grande em termos operacionais, sendo esta uma vantagem para todos.
Sabemos que trabalhar a partir de casa, quando toda a família se encontra na mesma situação, principalmente famílias com crianças pequenas, trás uma necessidade de redefinir os horários de trabalho, de gerir as motivações dos mais pequenos, de alinhar refeições e momentos em família com o trabalho em si e, neste caso, não lhe chamamos desvantagem, mas colocaríamos como sendo talvez o maior desafio, ou seja, uma vez em casa, conseguir o equilíbrio necessário entre a vida profissional e pessoal.
Como tem sido conciliar o trabalho com o apoio à família?
Como referimos anteriormente, não é fácil é sim, no mínimo, desafiante. É por isso que estamos, junto dos nossos talentos, a partilhar uma série de ideias, sugestões, para criarmos o equilíbrio em casa. Apostamos na formação online , com cursos criados em alinhamento com o nosso parceiro para a formação online e gamificação, que têm permitido apoiar, nesta fase, as nossas pessoas, permitindo que procurem as melhores soluções para si, tendo em conta os espaços que têm em casa e a forma como os podem potenciar nesta fase.
O teletrabalho traz alguma implicação quando se trata da área de recursos humanos?
O teletrabalho em si não tem trazido implicações ao volume de trabalho na área de recursos humanos. A situação atípica que vivemos sim, porque há muitas dúvidas, legítimas, quanto a direitos e deveres nesta fase e isso trás um investimento maior na disponibilidade que mantemos e no trabalho de resposta a solicitações que nos chegam, de forma mais concentrada, de todos os pontos do país.
Temos trabalhado de forma muito alinhada e estruturada com a nossa equipa de legal que tem apoiado e muito as dúvidas sobre as alterações à legislação que têm surgido e que acabam por implicar a maior parte dos pedidos feitos.
Mantemos um acompanhamento directo com todas as áreas da empresa, através dos nossos HR business partners que respondem a todas as questões e solicitações que nos chegam das diferentes áreas.
Que aspetos nunca serão iguais remotamente e presencialmente?
Acreditamos que todas as crises trazem novas oportunidades e claramente, o distanciamento social que hoje é imposto, poderá apoiar futuramente uma gestão de tempo mais eficaz. Há reuniões que podem ser feitas à distância, há contactos que hoje se faziam presencialmente que podem passar a virtuais. A forma como fazemos entrevistas, como avaliamos perfis, como desenvolvemos formação, como damos feedback, como avaliamos desempenho, como construímos pontes entre as pessoas, tudo poderá ser revisto, mantendo sempre o foco na importância das relações de proximidade, nunca esquecendo a essência do contacto humano mas talvez, valorizando-a ainda mais, fazendo-o quando é essencial que seja feito.
Hoje tentamos, na randstad, que as nossas pessoas sintam que estamos juntos neste processo, comunicamos entre nós e para fora com #estamosaqui, precisamente para que não se perca o sentido de proximidade, o maior risco que se corre com um distanciamento social obrigatório.
Servimos o propósito de colocar as nossas pessoas no centro e nunca tanto como hoje a nossa filosofia Human Forward se mostra essencial.