Lisboa foi a cidade escolhida pela Pipedrive, software de gestão de relação de clientes (CRM), para acolher o seu primeiro escritório em Portugal. É no Atrium do Saldanha que se encontram os talentos sem medo de “arregaçar as mangas” e se compete, com os “grandes nomes” da comunidade tecnológica, pelos melhores perfis. Martin Henk, co-fundador da startup que se instalou no país com o objetivo “de se tornar um empregador conhecido”, falou com o InfoRH acerca das intenções de contratação da Pipedrive e da política de recursos humanos que desenvolve.
Que fatores pesaram na escolha da cidade para a abertura do terceiro escritório da Pipedrive?
Temos um carinho muito grande por Portugal, como já partilhamos inúmeras vezes. A língua portuguesa já era um alicerce importante da empresa, uma vez que, desde 2014, a Pipedrive faculta um serviço de apoio ao cliente em português, devido ao mercado brasileiro, onde também atuamos e contamos com milhares de clientes. O facto de haver uma proximidade linguística com o Brasil, o nosso segundo maior mercado, foi um fator decisivo e facilitador da decisão. Lisboa é a cidade das startups e está a ganhar cada vez mais importância na Europa e, no fundo, o ecossistema da cidade é muito semelhante ao de Tallinn, o que nos faz sentir em casa. Há a considerar, ainda, o elevado número de software developers que queremos recrutar em Portugal, que, grosso modo, tem um bom nível de inglês. A nossa estratégia para o país continua a ser dedicarmo-nos a 100% aos nossos vendedores e a pequenas empresas que estejam em processos de venda que requerem uma pipeline de gestão de vendas. A decisão de abrir um escritório em Lisboa deveu-se, principalmente, às necessidades de recrutamento da empresa, uma vez que a capital portuguesa está geograficamente no meio dos nossos outros dois escritórios (Tallinn e Nova Iorque).
Como caracteriza o processo de recrutamento da Pipedrive em Portugal?
Acreditamos que as pessoas que fazem parte da nossa equipa são um elemento fundamental para o sucesso da organização e satisfação dos clientes. A Pipedrive prima por ter processos transversais a todas as localizações e o nosso processo de recrutamento não é exceção. Para cada candidato temos de ser capazes de materializar os nossos valores, num processo metódico, mas simultaneamente leve e que apresenta, como fase final, a conversa com o CEO, Timo Rein. Cada fase do processo é eliminatória e se houver uma dúvida com um candidato, não arriscamos.
Em 2017, a Pipedrive contratou 45 talentos em Lisboa. Para este ano, mantêm o objetivo da contratação de 100 pessoas?
O recrutamento é outra das nossas grandes prioridades. Continuaremos a apostar no crescimento da nossa equipa de operações em Portugal. Desde que chegámos que os nossos grandes objetivos são tornarmo-nos um empregador conhecido, ficarmos no top of mind dos portugueses e inserirmo-nos na comunidade local de startups – algo que felizmente conseguimos.
Em que áreas irão recrutar?
Para Lisboa, de momento, temos cinco vagas disponíveis no nosso site, mais concretamente para os cargos de Customer Success Manager, Customer Experience Associate, Junior Talent Hunter, Creative Translator e Inside Sales Consultant. Este ano o nosso foco está em reforçar as equipas de Suporte e em desenvolver a nossa operação de Vendas e Customer Success.
Como caracteriza a mão-de-obra portuguesa?
Os portugueses têm vindo a revelar-se uma surpresa extremamente positiva. Reúnem uma combinação única de competências técnicas e emocionais e, neste último ano, temos vindo a confirmar que são extremamente focados, trabalhadores e comprometidos com o projeto. Os portugueses, de um modo geral, não têm receio de “arregaçar as mangas” e fazer o que é necessário para entregar o que é pedido.
Que dificuldades enfrenta a Pipedrive, atualmente, no recrutamento de talento, em Portugal?
O mercado português tem vindo a despertar o interesse de diversas empresas com grande impacto na comunidade tecnológica. Estamos a competir com grandes nomes pelos melhores talentos, mas é algo normal nos dias que correm.
Onde encontram os talentos tecnológicos que precisam?
O mercado português é, realmente, surpreendente neste aspeto, porque tem imensos profissionais que se destacam nas áreas tecnológicas. A comunidade tecnológica está sempre muito atenta às empresas que se destacam no mercado pelas suas práticas inovadoras e nós tentamos chegar até eles através da promoção de meetups e do nosso employer branding.
Na sua perspetiva, qual é o maior desafio que se coloca, hoje, às empresas de tecnologia?
A grande dificuldade reside no facto de apenas uma população muito reduzida optar por áreas de formação ligadas à engenharia.
Que práticas de atração e retenção de talento desenvolvem na empresa?
É sempre difícil a procura pelos melhores profissionais, sobretudo quando temos muitas empresas reconhecidas pelas suas boas práticas. No entanto, a nossa estratégia foca-se em garantir que olhamos para as pessoas e entendemos as suas necessidades. Equipas felizes têm um nível de comprometimento maior com o projeto, como tal, temos de garantir que praticamos os valores que apresentamos no processo de recrutamento, considerando toda a estrutura de benefícios, reconhecimento, valorização e recompensa. Fazemos questão de ter atividades regulares que envolvam toda a equipa e que promovam a comunicação entre todos. Os flash events são uma aposta frequente (pequenas iniciativas como uma noite de cinema no escritório) e adoramos ver os colegas na nossa sala de jogos (Plug-n-Play) a jogar pingue-pongue ou playstation. Celebramos o trabalho e promovemos o espírito de pertença. Cada um de nós tem um papel fundamental para a empresa e todos somos igualmente importantes.
Que políticas de recursos humanos desenvolvem na Pipedrive?
O que temos percebido é que todos os bons recursos humanos são exigentes com o local de trabalho, independentemente da idade – não é apenas uma questão da geração millenial, no meu entender. As exigências já não se concentram tanto no pacote salarial, mas sim no balanço que cada um faz desse pacote. O que conta, ao final do dia, é a qualidade de vida que cada um tem entre o custo do local em questão e a capacidade para equilibrar a vida familiar e profissional. Depois há outro ponto igualmente sensível, o do sentido de missão. Enquanto empresa queremos que cada colaborador seja parte da nossa missão e se sinta um agente ativo, o que constitui um desafio enorme tendo em conta que temos escritórios em culturas diferentes e o ritmo alucinante em que vivemos. Creio que, no processo de recrutamento, as empresas devem ter uma maturidade interna que lhes permita ter coragem de contratar pessoas que aparentam ser mais inteligentes que nós. Hoje em dia é essencial saber reconhecer futuros líderes nas diversas áreas e assumir riscos. Como fundadores tivemos de desempenhar muitos papéis na empresa. Contudo, a determinada altura, com o crescimento do negócio da startup, percebemos que no modelo definido algumas áreas pediam frequentemente maior atenção. Para lidar com este problema, foi necessário deixar algumas funções para outros profissionais.
A Pipedrive está presente em 170 países e tem 70 mil clientes. Que fatores contribuíram para o sucesso da empresa?
A Pipedrive tem, acima de tudo, um bom produto, que resolve um problema, que está bem projetado e que trabalha sem falhas. Somos um CRM de vendas leve que torna os complexos processos de vendas, longos e intrincados, em processos tão simples e suaves quanto possível. O nosso principal objetivo é o negócio em escala com processos de venda complexos ou longos, independentemente do setor e da função. A nossa missão é fazer da Pipedrive a arma de escolha para escalar as empresas, tornar as vendas bonitas e os vendedores imparáveis. Fornecemos um bom suporte com toque humano e conversamos com os nossos clientes para garantir que o que desejam é o mesmo que estamos a construir. Acreditamos que os vendedores só podem ser bem-sucedidos se se concentrarem incansavelmente na sua pipeline. Investimos na construção de uma cultura de empresa diversificada e aberta.
O setor de atividade onde se insere e o atual contexto tecnológico contribuem para o sucesso da Pipedrive?
Sim, obviamente. Há uma série de tendências que contribuem para o nosso rápido crescimento. A maior é a migração maciça de todos os softwares empresariais para a cloud e o modelo de assinatura. O software como serviço é, cada vez mais, o método preferido para usar softwares empresariais. Os benefícios do SaaS são claros. O cliente obtém ferramentas modernas, que são constantemente atualizadas e adaptadas às suas necessidades, e um fornecedor que o ajudará, com o objetivo de o manter como cliente durante muito tempo.
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