O ISQ, em parceria com o IAPMEI e a Universidade de Aveiro, desenvolveu uma ferramenta de autodiagnóstico de maturidade i4.0, designada SHIFTo4.0, que permite apoiar as empresas na avaliação da sua maturidade digital e na definição de um plano de ação para a transição Digital para que possam estar melhor preparadas para os desafios da economia do futuro.
Esta ferramenta foi aplicada num conjunto de empresas com a assistência de consultores especializados que validaram o autodiagnóstico realizado e o resultado do estudo SHIFT4.0 “Avaliação da maturidade i4.0 de empresas nacionais” revela um nível de maturidade de 1.47, numa escala de 0 a 5, principalmente em PME.
Este projeto é uma iniciativa voluntária do IAPMEI, Universidade de Aveiro e do ISQ, ao qual se juntaram a Universidade do Minho, o Instituto Politécnico de Leiria, o Ceiia – Mobinov e o CTCV – Centro Tecnológico da Cerâmica e do Vidro.
A aplicação nas empresas do SHIFT 4.0 em modo assistido veio demonstrar a necessidade de haver um esforço nacional, continuado, no que respeita à sensibilização das empresas para o paradigma da Indústria 4.0 (i4.0), bem como para a capacitação de pessoas (com vista ao aumento de conhecimento tanto ao nível da gestão como ao nível técnico das empresas) e reforço da capacidade de consultoria.
“A União Europeia tem assumido esta nova revolução industrial como uma prioridade para o seu futuro, tendo criado condições e disponibilizado diversas oportunidades para as empresas. Em Portugal, a i4.0 partiu muito das Políticas Publicas na sequência do lançamento pelo Ministério da Economia do Programa Indústria 4.0, o que mostra o reconhecimento da importância da temática no desenvolvimento da economia”, afirma Pedro Matias, Presidente do ISQ.
“Por outro lado, o recente lançamento pelo Governo do Programa Portugal Digital, que é um plano de ação desenhado para ser o motor de transformação do país através da capacitação digital das Pessoas, das Empresas e da digitalização do Estado, mostra efetivamente o propósito e a importância de acelerar Portugal e projetar o país no mundo na área do Digital e da Indústria 4.0”, complementa Pedro Matias.
Neste contexto, é fundamental que as empresas tenham um maior conhecimento sobre a sua real condição face a novos desafios i4.0, permitindo-lhes planear de forma estruturada a sua evolução e priorizar ações e investimentos de acordo com tendências e objetivos futuros. Helena Gouveia, responsável pelo SHIFTo4.0 assinala que “a atual realidade empresarial é muito complexa, constituída por empresas que se encontram em patamares tecnológicos e de mercado distintos”, sendo por isso fundamental “conhecer e sensibilizar o tecido empresarial para o novo paradigma e capacitá-lo para a requerida transformação; uma questão crucial para a sustentabilidade e competitividade das empresas nacionais num mundo globalizado”.
Em suma, constata-se que na maioria das empresas não existe uma estratégia i4.0 definida e implementada. Faz-se gestão de dados mas falta o seu tratamento e transformação em “valor”, em conhecimento.