Autora: Filipa Ferreira, Psicóloga Clínica de Team 24
Cada vez mais, o equilíbrio emocional e o bem-estar dos colaboradores tornam-se o foco principal dos Recursos Humanos, sobretudo no que concerne à retenção de talento.
São várias as estratégias usadas pelas organizações para este fim. Falamos de proporcionar a melhor experiência ao colaborador, desde o seu desenvolvimento pessoal e profissional, oportunidades de carreira e formação, benefícios extrassalariais e “salário emocional” até aos sistemas de apoio psicossociais. Evitar o turnover e/ou o absentismo, torna-se essencial para o sucesso da organização, pois quando um talento se vai embora, leva consigo a experiência, o conhecimento e as skills – tudo o que é essencial para a organização – e esta saída tem um custo incalculável.
Como se pode contornar a perda de pessoas e os seus custos?
A “stay conversation” ou “conversa de permanência” pode ser a solução. Ao contrário da entrevista de saída, que visa conhecer o motivo do abandono da pessoa, a “stay conversation” procura perceber a forma como o colaborador se vê na organização e descobrir como melhorar a sua experiência e bem-estar psicológico no local de trabalho.
Desta forma, os gestores ficam com um feedback honesto que pode e deve ser usado para aumentar a satisfação daquele colaborador, o que contribuirá para o seu bem-estar e engagement, e, consequentemente, prevenirá a sua saída.
Estas entrevistas devem ser feitas em contexto informal, seguro e descontraído, para que a pessoa se permita ser o mais verdadeira possível, sabendo que não vai ser julgada, nem criticada e que as suas opiniões vão ser levadas em consideração. A “stay conversation”, bem como a pessoa que a vai conduzir, devem ser preparadas de modo a construírem um clima de confiança, que sirva o verdadeiro propósito da mesma.
Posteriormente, os gestores de RH devem analisar os outcomes desta entrevista, a fim de encontrarem estratégias e soluções que suportem o bem-estar dos seus colaboradores, e assim, reter o talento na organização.
Uma organização que ouve e oferece uma estrutura de bem-estar às suas pessoas, consegue mais facilmente reter o talento. Algo que, não só reduz os custos associados ao despedimento e recrutamento de pessoas, mas também aumenta as competências e a forma como encaram o seu papel dentro da organização.
Algumas perguntas a serem feitas nas “stay conversation”:
• Identifica-se com a nossa Missão e Visão?
• Quanto à nossa cultura organizacional, ao ambiente vivido dentro da nossa empresa, que comentários tem a fazer? O que gosta e que pontos acha que temos de melhorar?
• Sente que o seu trabalho tem significado e que acrescenta valor?
• O que mais gosta no seu trabalho?
• Sente que a empresa coloca ao seu dispor todas as ferramentas fundamentais para o seu desenvolvimento profissional? O que acha que seria importante fazer? O que poderia melhorar o seu trabalho?
• Que tipo de feedback sobre o seu desempenho gostaria de receber por parte da chefia ou dos seus colegas?
• O que é que acha que seria necessário fazer para motivar a equipa? Em que pontos posso eu, como chefe de equipa (ou RH) melhorar?
• Qual é o seu plano de carreira? Quais são as suas ambições? Acha que seria possível alcançar tudo isso na nossa organização?
Uma organização que ouve e oferece uma estrutura de bem-estar às suas pessoas, consegue mais facilmente reter o talento
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