Autor: Rui Salsas, Business Analytics Senior Consultant da Mind Source
U
m ano promissor estava na calha, quando um grande surto pandémico e mundial espalha indefinição, isolamento e recessão económica. Em simultâneo, potencia oportunidades no trabalho à distância, onde se deposita confiança no teletrabalho.
Os sinais dos riscos que o vírus poderia trazer para a nossa sociedade vieram pelos meios de comunicação social, através da Internet ou da televisão, e adivinhavam um período novo e longo na História da sociedade moderna.
Em Portugal, desde março de 2020, primeiro por imposição e depois por recomendação, graças ao grande avanço tecnológico de que nos regozijamos usufruir, muitas das atividades profissionais permitiriam manter os seus colaboradores num formato de trabalho à distância, a partir das respetivas habitações.
Cada novo dia é um dia de aprendizagens, de rotinas, de cuidados, de manter distanciamentos, mas sobretudo onde a atividade laboral passou a coexistir na vida pessoal de uma forma mais próxima, infiltrando-se a toda a hora, misturando os momentos pessoais com os profissionais.
Neste novo modo de vida, cada um de nós, tem a seu cargo muitas outras responsabilidades e fomos obrigados a realizar uma adaptação. Passámos a viver cada vez mais a partir de computadores, de smartphones, de tablets e de televisores numa caçada digital sem precedentes. Fechados em casa, em modo remoto, as ferramentas digitais viriam a ser adotadas no dia-a-dia das empresas e com cada vez maior importância. As videoconferências vieram substituir as reuniões e as entrevistas presenciais; as aulas presenciais vieram dar lugar a aulas interativas com salas virtuais. Neste contexto, esta mudança veio, também, testar as infraestruturas sobretudo nas redes de comunicação que elas sustentam. Paralelamente, as invasões a VPNs vieram incrementar a necessidade de novas regras de firewall e de novos mecanismos de segurança por parte do IT das organizações.
Assistimos, num curto espaço de tempo, a uma transformação digital, que noutro contexto levaria anos a conseguir, com uma caçada a novos equipamentos tecnológicos, portáteis, impressoras, routers, sistemas e aplicações seguras, pois a vida passou a fazer-se muito mais online. Mudaram-se mentalidades, quer de empresas e empregadores, quer de trabalhadores. Diminuíram-se consumos de combustíveis fósseis que se espelharam nas preocupações ambientais, melhorando a qualidade do ar e a qualidade de vida. E aquela hora de ida para o trabalho passou a ser distribuída por outras tarefas de maior lazer e desenvolvimento pessoal. No capítulo da saúde, também foram identificados benefícios com a pandemia, uma vez que assistimos a novas estratégias inovadoras de investigação biomédica, com desenvolvimento de novos medicamentos para combate ao vírus.
Embora o trail digital seja um caminho a percorrer, e por muito digitais que continuemos a ser, faz muita falta o “modo analógico” dos relacionamentos presenciais e da possibilidade de contacto humano que certamente todos estamos desejosos de retomar.
O presente passa por elevar as definições de segurança do nosso (cyber)espaço e mantê-lo protegido de ameaças e perigos. É preciso ser resiliente, é preciso superar dificuldades e ganhar desafios; a realidade é agora diferente. O teletrabalho é um novo modo de vida e quem dele usufruiu manteve ou elevou a qualidade do seu trabalho.
Grande verdade! Completamente de acordo, mas corremos o risco de nos isolarmos cada vez mais! É o futuro, e devido à pandemia, parece ter chegado umas dezenas de anos mais cedo!