Fundada por Sara Aguiar e Mafalda Rebordão, o Ponto Zero começou, inicialmente, em formato podcast. Das conversas entre as duas profissionais surgiu, naturalmente, a ideia de trazer para o debate outras pessoas capazes de partilhar as suas experiências e percurso profissional.
“Os nossos objetivos são, por um lado, potenciar o talento (sobretudo jovem) com base nas melhores práticas de empresas altamente competitivas e de profissionais de sucesso – tendo deste objetivo nascido o nosso programa de formação corporativo”, explica Sara Aguiar, uma das fundadoras da Ponto Zero.
Ao desenvolverem o seu portfólio de convidados, Sara Aguiar e Mafalda Rebordão deram conta de que muitas das referências na sua lista eram masculinas e decidiram inverter esta tendência e dar, assim, palco ao talento feminino através do podcast. “Esperamos que não só os mais jovens possam perceber que é possível (relacionando-se com os diferentes ‘pontos zero’ – pontos de inflexão – das mentoras), como que mais jovens tenham acesso a ferramentas acionáveis para exponenciar a sua carreira e a viverem de forma o mais realizada possível”, revela a co-fundadora.
Com o sucesso do podcast, rapidamente o Ponto Zero evoluiu para um projeto no terreno. Nasceu assim o programa Unlocking Overachievers, com o objetivo de desconstruir os desafios que os mais jovens enfrentam ao ingressar no mercado de trabalho pela primeira vez.
“Quando começámos o programa Unlocking Overachievers, acreditávamos que as necessidades que nós próprias tínhamos sentido no início da nossa carreira seriam as mesmas necessidades de todos aqueles que iniciavam no mercado de trabalho”, diz Sara Aguiar.
Ao lançarem no mercado este programa de mentoria, as fundadoras do projeto aperceberam-se que estes desafios são, afinal, transversais a profissionais com mais anos de carreira. “A realidade é que, qualquer pessoa, em qualquer fase da sua carreira, encontra desafios em construir o seu percurso profissional de forma intencional. Para além disso, do lado da atração e retenção de talento, cada vez é mais essencial investir em desenvolvimento e aprendizagem”, refere Mafalda Rebordão, co-fundadora.
A colaborar atualmente com seis empresas em Portugal, de áreas diversas como retalho, banca, IT e telecomunicações, desde o lançamento do programa Unlocking Overachievers, em setembro de 2022, a Ponto Zero já realizou também 11 workshops, e teve oportunidade de trabalhar com mais de 400 jovens profissionais.
Desbloquear o potencial dos profissionais e dar um boost à carreira são prioridade do Ponto Zero
No mercado, quer colmatar desde as necessidades do dia-a-dia, como ajudar os profissionais a darem um verdadeiro impulso à sua carreira através do desenvolvimento pessoal.
“Todos sabemos que é essencial, por exemplo, saber gerir uma caixa de e-mail ou um calendário, saber traçar objetivos, definir estratégias de priorização de tarefas ou encontrar formas de nos recordarmos e recompensarmos pelas pequenas vitórias do dia-a-dia. Ao mesmo tempo, também sabemos que é de uma enorme importância investirmos na aprendizagem através dos outros: desenvolver relações de mentoria, expandir as redes de networking dentro e fora da empresa ou procurar continuamente dar e receber feedback, por exemplo”, explica Mafalda Rebordão.
Para ajudar as empresas a otimizarem o desenvolvimento da carreira das suas equipas, o Ponto Zero, nas suas intervenções junto das organizações, partilha “ferramentas e estratégias, a que chamamos ‘hacks’ (uma vez que, para além de muito simples e acionáveis, podem funcionar como ‘short cuts’ ou otimizações (muito práticas) de performance e de carreira), que provaram ser eficazes para outros profissionais também, de modo a democratizá-las para potenciar talento”, refere. Assim, as primeiras duas áreas em que a sua intervenção incide são a produtividade e o “mindset”, ou seja, “o modo de pensar os desafios, as oportunidades e a aprendizagem com os outros”.
“É essencial transferir a ‘ownership’ do planeamento e preparação da nossa carreira para cada um de nós. No entanto, não nos podemos esquecer que é essencial munir qualquer profissional com as ferramentas certas para que possa construir o seu próprio portfólio de carreira, e que deve existir essa pré-disposição por parte das empresas. As que nos procuram, estão interessadas em investir nas próximas gerações de talento com as melhores práticas possíveis do ponto de vista de produtividade, método e abordagens de trabalho e pretendem que estas mesmas práticas se tornem endémicas nas suas equipas”, afiança Sara Aguiar.
Até ao momento, através do seu podcast, o Ponto Zero já realizou 24 sessões de “episódios de mentoria” públicos. O podcast é hoje, também, ouvido em mais de 18 países do mundo.
As fundadoras do projeto encaram o ano de 2023 com otimismo e querem expandir a sua área de intervenção. Deste modo, lançaram o novo programa, “C-Level Mentorship Academy”, onde estarão a mentorar 40 profissionais de C-Level em Portugal, durante um ano. “Estes C-Level assinaram um compromisso de dedicar várias horas do seu tempo a terem um papel ativo no desenvolvimento destas jovens mulheres em direção a posições de liderança. Esta relação de mentoria e o seu impacto em ambas as partes será estudada pelo Nova SBE Leadership for Impact”, remata Sara Aguiar.
O Ponto Zero quer também alargar a sua área de atuação para as PME e expandir a sua comunidade de mentoria através de diferentes iniciativas preparadas para lançamento já este ano.