Portugal ocupa a 23.ª posição da lista do IMD World Talent Ranking, que avalia a capacidade de 63 economias para desenvolver, atrair e reter talento – fatores fundamentais para a competitividade.
O país caiu seis lugares em relação a 2018, ano em que tinha registado uma subida do 24.º para o 17.º lugar do ranking. Nesta sexta edição do ranking, o país obteve uma menor pontuação nas três categorias avaliadas, ocupando a 13.ª posição em investimento e desenvolvimento, a 27.ª em preparação e a 32.ª em atratividade.
As áreas em que Portugal registou menor performance foram a formação profissional de trabalhadores (58.º lugar do ranking), a experiência internacional dos quadros superiores (54.º), o crescimento da força laboral (50.º), a justiça (50.º), a prioridade dada à atração e retenção de talento nas empresas (48.º), a motivação dos trabalhadores (47.º), a preparação das chefias (45.º) e a implementação de estágios (41.º).
Nos pontos positivos, destacam-se a percentagem de mulheres na força laboral (4.º lugar do ranking), a despesa do Governo por estudante do ensino secundário (5.º), as competências linguísticas (7.º), a menor exposição à poluição de partículas (9.º), o rácio professor-estudante no ensino secundário (11.º), o número de licenciados em Ciências (11.º) e a disponibilidade de trabalhadores qualificados (13.º).
Países europeus de pequena e média dimensão lideram topo do ranking
A Suíça reteve o título de maior centro de talento do mundo, de acordo com o Ranking Mundial de Talento do IMD 2019, enquanto a Europa lidera na criação de melhores condições para a competitividade numa economia global escassa em trabalho qualificado. A Dinamarca ocupa o segundo lugar e a Suécia o terceiro, após uma subida de cinco lugares. O top 10 é completado pela Áustria, Luxemburgo, Noruega, Islândia, Finlândia, Holanda e Singapura. Estas economias têm em comum fortes níveis de investimento na educação e uma elevada qualidade de vida. Com exceção da Estónia e da Lituânia, as economias do Leste da Europa figuram na segunda metade do ranking. Fora do top 10 as maiores subidas foram de Taiwan (20.º), Lituânia (28.º), Filipinas (49.º) e Colômbia (54.º).
“A maioria das principais economias potencia o desenvolvimento de talento a longo prazo através de investimento e desenvolvimento. Esta atenção vai para lá de aspetos puramente académicos, englobando uma implementação eficaz de programas de estágios e formação profissional de trabalhadores. Esta abordagem garante um alinhamento consistente entre a procura e a oferta de talento”, afirma o Professor Arturo Bris, diretor do Centro Mundial de Competitividade do IMD.
Na Ásia, Singapura, Hong Kong e Taiwan (China) lideram em termos de competitividade da força laboral devido ao nível de preparação dos seus trabalhadores. A Singapura saltou da 13.ª para a 10.ª posição em comparação com o ano passado, enquanto a China se posiciona na segunda metade do índice.
Na região do Pacífico, Austrália (16.º) e Nova Zelândia (17.º) confirmam a sua posição enquanto centros de atração de talento. Ambos os países mostram altos níveis de preparação da força laboral e oferecem uma qualidade de vida atrativa para profissionais internacionais.
Os Estados Unidos da América (12.º) mantêm a sua posição, enquanto o Canadá (13.º) cai sete lugares devido a uma diminuição de investimento público na educação e a um declínio geral em todos os domínios de talento analisados.
No Médio Oriente, Israel mantém-se na 19.ª posição, seguido do Qatar (26.º) e da Arábia Saudita (29.º).
Na cauda do ranking estão várias economias latino-americanas que têm dificuldade em desenvolver e reter talento. Venezuela (62.º), México (60.º), Colômbia (54.º) e Brasil (61.º) sofrem de problemas relacionados com a fuga de cérebros e níveis de investimento na educação relativamente baixos.