Portugal desceu no ranking de Competitividade Digital do IMD World Competitiveness Center divulgado hoje, ocupando agora a 37ª posição. À exceção de 2018, Portugal tem mantido a tendência decrescente nos últimos 5 anos.
O país conseguiu, contudo, melhorias ligeiras nas áreas do Conhecimento e da Tecnologia. No entanto, a economia nacional caiu três posições face a 2019. Na área do Conhecimento, a economia nacional apresenta uma melhor performance no ranking (33º), apesar de ter descido duas posições. A descida de posição no indicador Conhecimento (31º para 33º) serve de alerta para um crescimento a um ritmo mais lento do que em outros países, sobretudo devido à fraca prestação das empresas na Formação de Colaboradores (58º). Em destaque, nesta área, surgem a existência de boas Competências Digitais e Tecnológicas (14º) na população portuguesa e o número de Graduados em Ciência (13º).
Já na área da Tecnologia, manteve o 38º lugar. Nesta categoria, Portugal apresenta um crescimento residual em todos os sub-fatores, mas não foi suficiente para alterar a posição que o país ocupa no ranking.
Se, por um lado, a qualidade das Tecnologias de Comunicação (5º), o Número de Utilizadores de Internet (12º) e as Leis de Imigração (4º) fazem com que o país se torne um dos mais competitivos no digital, por outro, a reduzida penetração de Assinantes de Banda Larga Móvel (59º) e a falta de Exportação de Tecnologia de Ponta (55º) levam Portugal para a metade inferior da tabela.
A maior perda de competitividade digital da economia nacional foi no indicador Preparação para o Futuro (41º) – a descida foi de sete posições face a 2019. A falta de Agilidade no Negócio (57º) que as empresas têm demonstrado é o fator que mais impacta esta queda de sete lugares, nomeadamente devido a baixas pontuações na Deteção de Oportunidades & Riscos (50º), no Receio do Fracasso (49º) e Uso de Big Data & Analytics (55º).
O ranking continua a ser liderado pelos EUA, seguido por Singapura e Dinamarca, que substitui a Suécia no Top 3. Portugal ocupa agora a 37ª posição no ranking, descendo do 34º lugar, entre as 63 economias analisadas.
A Porto Business School é, pelo quinto ano consecutivo, parceira exclusiva do IMD para Portugal na elaboração deste ranking. Pode consultar mais informação sobre o IMD Digital Competitiveness Ranking aqui e os dados relativos a Portugal aqui.
Nas palavras de Rui Coutinho, Diretor Executivo de Inovação & Crescimento da Porto Business School, “Portugal precisa de acelerar, de forma decidida, o seu investimento na geração e transposição de conhecimento nas áreas digitais para as empresas. É na agilidade da gestão que está o problema mas, simultaneamente, também a solução. Por isso, cabe aos gestores portugueses compreender a importância de adotarem uma gestão mais empreendedora, mais ágil e mais adaptativa – um novo ‘darwinismo organizacional’ -, que precisa de recorrer a novas ferramentas digitais, suportar as decisões em dados e apostar, de forma clara, nas competências dos trabalhadores para o digital.” E acrescenta: “Durante os últimos anos ouvimos as empresas falarem abundantemente em ‘transformação digital’. É verdade que muito foi investido no digital; mas a palavra mais importante nesse novo mantra das empresas deveria ter sido ‘transformação’. E aí, está quase tudo por fazer.”