A remuneração para executivos esteve na ordem do dia no seminário organizada pela Mercer e pela Sérvulo. O objetivo deste evento passou por mostrar quais as tendências, no que diz respeito à remuneração dos executivos.
Diogo Alarcão, managing partner da Mercer foi o primeiro a intervir e mostrou as várias tendências gerais remunatórias. No caso europeu:
- Os salários base cresceram de 0 a 3%;
- Bónus aumentaram de forma marginal;
- A maioria das empresas tem um plano de incentivos;
Diogo Alarcão deixa a ressalva relativa ao escrutínio feito pelo media sobretudo aos salários dos executivos, que na sua opinião não corresponde à realidade.
De seguida, Rita Fazenda apresentou os resultados do último estudo da Mercer. O estudo vem comprovar que cerca de 88% do pacote total das compensações dos colaboradores portugueses vem da remuneração fixa. No que diz respeito a planos de incentivos a longo prazo, estes rondam apenas os 26%, pois representa uma prática não muito recorrente na Europa. Rita Fazenda salienta que ainda há muito a fazer, pois a estrutura de remuneração em Portugal é antiga, comparada outros países.
Posteriormente, foram os advogados da Sérvulo que expuseram o tema do ponto de vista da regulamentação.
Paulo Câmara mostrou que é necessário aperfeiçoar os processos decisórios, no que diz respeito à remuneração. As preocupações centrais prendem-se com uma prevenção dos conflitos de interesses, com a promoção da intervenção dos acionistas. Salienta ser necessário um alinhamento de interesses entre entre os dirigentes e os interesses da sociedade a longo prazo, com uma política de incentivos equilibrada. Posto isto, afirma ser fundamental a adaptação dos critérios gerais às especificidades de cada empresa.
Do ponto de vista da fiscalidade, Teresa Schawalbach mostrou as vantagens fiscais que as políticas de incentivos podem ter tanto para o colaborador, como para a empresa. Exemplo disso, e tem sido utilizado nos últimos anos, é o vale refeição. Enquanto o pagamento do subsídio de refeição para estar isento de IRS e contribuições para a Segurança Social está limitado ao valor de 4,27€, o vale refeição permite que esta isenção se prolongue até aos 6,83€.
Magda Sousa Gomes e Rita Canas da Silva terminam as intervenções com os aspetos legais.
Magda Sousa Gomes veio mostrar como se pode compensar um colaborador, sem que para isso seja necessário um aumento de sálario. Introduz o termo Fringe Benifits que são políticas non-cash, como a flexibilidade horária, ou teletrabalho. Contudo, têm se criado nas empresas políticas de compensação mais criativas, como a compra dos dias de férias, em que os dias de férias são remunerados, o que se traduzem como dias de descanso pagos.
João Talone, founding partner da Magnum Capital, e José Neves Adelino, administrador da Fundação Calouste Gulbenkian, terminaram o seminário apresentando a sua visão sobre o funcionamento das comissões de remuneração nas empresas.