Realizou-se no passado dia 30 o webinar «Revolução do Upskilling», promovido pelo IIRH, em parceria com a GoodHabitz. Fique a par das principais conclusões desta palestra e saiba como preparar a sua organização e os seus colaboradores com as competências certas.
São 10h em ponto e os oradores Cristina Martins de Barros (Managing Director na RHmagazine), Pedro Monteiro (Sales Manager na GoodHabitz) e André Leonardo (empreendedor, viajante, professor no ISCTE e autor do livro “Faz Acontecer”) estão a postos para iniciar o webinar «Revolução do Upskilling», organizado pelo IIRH – Instituto de Informação em Recursos Humanos, em parceria com a GoodHabitz, empresa especializada no desenvolvimento de cursos de formação online. É com entusiasmo que mais de 150 pessoas assistem à palestra, onde são confrontadas com os conceitos de “upskilling” e “reskilling”, as novas tendências de gestão de pessoas. Quais são atualmente as competências mais importantes no contexto profissional? E que papel tem a formação no fomento destas competências? Os oradores respondem.
Cada vez mais somos confrontados com novas tecnologias, novas tendências e novos métodos de trabalho e urge a necessidade de as empresas e os colaboradores se adaptarem às constantes mudanças da realidade laboral. A partir desta transformação e da necessidade de as empresas se diferenciarem, reter talentos e contar com uma equipa envolvida é essencial. É aqui que entram as novas tendências de gestão de pessoas e ganham destaque novos conceitos como “upskilling” e “reskilling”.
Tal como Cristina Barros começa por explicar, “upskilling” consiste em fornecer novas competências aos colaboradores para maximizar o seu desempenho. Já “reskilling”, passa também por incutir novas competências nos trabalhadores, desta feita, para torná-los aptos a desempenhar novas funções.
“Já lá vai o tempo em que a formação era algo que fazíamos antes de começar a trabalhar e que, depois, pouco ou nada interessava. Atualmente, aprendemos todos os dias. E isso é ótimo! Podermos aprender novas competências, mudar de funções, ter novas carreiras ao longo da vida… A formação e a aprendizagem fazem parte da nossa vida”, refere a Managing Director da RHmagazine.
Introduzido o tema, é o momento de os participantes do webinar responderem a algumas questões. “Qual é a importância dada ao ‘upskilling’ e ‘reskilling’ na sua organização? A resposta surpreendeu de forma positiva os dinamizadores da ação, com mais de metade das pessoas a assumir estar a tratar de implementar estas metodologias nas empresas portuguesas. Por sua vez, na pergunta “Que percentagem de colaboradores da sua organização já está a trabalhar no seu desenvolvimento pessoal?”, as respostas foram equilibradas, com a maior fatia a responder “26%-50%”.
Ainda assim, estes dados revelam que a temática está a ganhar peso nas organizações. “São claramente boas notícias! Temos trabalho ainda a fazer no âmbito do desenvolvimento pessoal, mas acredito que se este webinar fosse dinamizado há uns anos, os resultados seriam bastante inferiores”, confessa Cristina Barros.
Pedro Monteiro não se surpreende com os resultados do inquérito e explica de que forma a GoodHabitz encara as tendências de “upskilling” e “reskilling”, adotando uma abordagem holística. A empresa, desde a sua fundação, assumiu a vontade de democratizar a aprendizagem. Sejam empresas grandes ou pequenas, é importante que todos sejam envolvidos no processo de formação. “Quisemos fazer algo mais disruptivo e inclusivo. A formação é para todos! Depois de termos todos a bordo, é necessário ter, por um lado, uma oferta apelativa, criativa, flexível, que cative as pessoas, e, por outro, criar ‘engagement’. Não basta apresentarmos conteúdos interessantes e apelativos, se depois as pessoas não vão fazer o curso”, diz o Sales Manager da GoodHabitz. Uma missão impulsionada, primeiramente, pela mudança digital e, agora, ainda mais, pela pandemia.
Gestão de talento, mudança no local de trabalho e saúde laboral: os três pilares do “upskilling” e “reskilling”
O orador fala ainda daqueles que, para ele, são os três pilares fundamentais nos processos de “upskilling” e “reskilling”: gestão de talento; mudança no local de trabalho; saúde e bem-estar laboral. Em primeiro lugar e, de acordo com o estudo “Future of Jobs Report 2020” do World Economic Forum, até 2025, 40% das competências que consideramos competências-chave vão estar desatualizadas, o que significa que quase metade dos trabalhadores em todo o mundo precisarão de requalificação, daqui a quatro anos. “Isto leva-nos à necessidade de empreender uma mudança rápida na cultura de aprendizagem. Precisamos de promover um mindset de aprendizagem constante – lifelong learning –, e a GoodHabitz tem de ajudar a construir esse mindset – mais ongoing, mais digital”, esclarece Pedro Monteiro.
Em segundo lugar, impõe-se a mudança no local de trabalho. Dando o exemplo de um projeto que a GoodHabitz está a desenvolver com cerca de 250.000 trabalhadores da Siemens, Pedro Monteiro fala do apoio necessário que a sua empresa está a prestar a equipas na mudança de “escritório”, que, a partir de casa, têm de saber gerir o tempo e lidar com novas tecnologias e, no escritório, devem saber trabalhar em equipa, fazer a gestão emocional e ter criatividade, por exemplo.
Por fim, em relação à saúde laboral, importa frisar que segundo a OMS ocorrem perdas anuais de cerca de um trilião de dólares na economia global, provocadas pela depressão e ansiedade, uma vez que estas têm impacto direto na capacidade para o trabalho, na produtividade e no turnover. Isto, demonstra claramente a real necessidade de as empresas investirem em estratégias holísticas de promoção da resiliência da sua força de trabalho.
Chega o momento de perceber a perceção da audiência do webinar «Revolução do Upskilling» relativamente às competências mais importantes no trabalho, no século XXI. Resiliência, versatilidade, adaptação, agilidade, flexibilidade, transformação, inovação, foram algumas das palavras que prontamente foram surgindo. “Vê-se aqui uma preponderância das ‘soft skills’, muito fundamentais para lidar com a imprevisibilidade e para gerir a mudança”, sublinha Pedro Monteiro.
“Quero destacar o papel dos RH que são a chave e acho que, finalmente, estão a ser considerados parceiros de negócios e peça fundamental para a sobrevivências das empresas e para torná-las competitivas num futuro próximo”, acrescenta.
A GoodHabitz apresenta um portefólio que integra todas estas competências e mais. Para chegar à panóplia de cursos que tem atualmente, a empresa ouve, por um lado, as necessidades dos clientes, tendo em conta os desafios pelos quais estão a passar, e, por outro lado, especialistas internacionais que ajudam a desenvolver e a adaptar a sua oferta àquilo que é o contexto atual e futuro. “É assim que construímos o portefólio GoodHabitz e ajudamos as empresas a trabalhar estes pilares fundamentais para o seu desenvolvimento”, conclui o orador.
Dos Açores para o mundo, André Leonardo diz-lhe quais são as 13 skills para “fazer acontecer”
Chega a vez da intervenção de André Leonardo, que expõe à audiência as skills necessárias para “fazer acontecer” no empreendedorismo.
Com apenas seis anos, criou um “negócio” de venda de flores porta-a porta. A alma de empreendedor, que cedo floresceu, fez com que, aos 24 anos, numa altura em que se ouvia falar de crise, vendesse tudo o que tinha, recolhesse patrocínios e partisse sozinho para uma expedição à volta do mundo, para conhecer empreendedores.
Confrontado com vários desafios, nunca baixou os braços e prosseguiu com o seu projeto de dois anos, no qual entrevistou mais de 140 pessoas, um pouco por todo o mundo, e de vários setores profissionais – desde empresários, a “limpadores de ouvidos”. Uma experiência que lhe trouxe muito conhecimento e que hoje partilha com todos aqueles que queiram iniciar ou inovar o seu negócio.
O principal conselho que deixa é este: “É preciso fazer acontecer, é preciso ser empreendedor, ter equipas empreendedoras. É preciso fazer mais do que é pedido, mais do que é suposto. É preciso pensar fora da caixa e ter ousadia”. “E não é preciso ter doutoramentos para fazer acontecer, é ‘só’ ter vontade e uma capacidade para correr riscos, mesmo que o medo nos assombre. Tudo o que temos na vida depende das nossas decisões e não das nossas condições”, acrescenta.
Eis as 13 skills para “fazer acontecer”:
- ter brio e capacidade de sonhar;
- não ter medo de ter os standards elevados;
- trabalho em equipa;
- comunicar, para os outros entenderem;
- capacidade de gerir a mudança;
- ter muito compromisso;
- empatia e atitude positiva;
- capacidade para tomar decisões;
- flexibilidade;
- gestão de emoções;
- capacidade para pensar fora da caixa e correr riscos;
- assumir responsabilidades;
- ter resiliência.