Conheça os principais sintomas de uma enxaqueca, um dos tipos mais comuns de cefaleia primária, assim como as causas, tratamentos e formas de prevenção.
Terceira doença mais prevalente a nível mundial e a patologia neurológica mais frequente, a enxaqueca é um tipo de cefaleia primária que se manifesta de diversas formas[1]. Estima-se que afete cerca de 12% da população mundial, especialmente a partir da quarta década de vida e, em particular, as mulheres[2]. Neste artigo, fique a conhecer quais as principais causas desta doença, o que fazer para a prevenir e no que consiste o seu tratamento.
Principais sintomas
Responsável por uma dor de cabeça intensa e latejante, a enxaqueca pode ser acompanhada de enjoo e vómitos. Incide, normalmente, num dos lados da cabeça e pode também causar intolerância à luz e barulho. A dor pode manter-se durante algumas horas, mas são também comuns os casos que se prolonga até três dias[3]. Em algumas pessoas, 48 horas antes de se iniciar a enxaqueca, verificam-se alguns sintomas que podem predizer para o início da crise de cefaleia. Estes sintomas podem ser alterações do humor, aumento da sede, obstipação, rigidez cervical ou aumento do apetite.
Enxaqueca com aura
É um tipo de cefaleia associada a sintomas mais complexos como alteração da força corporal, alterações no discurso e na visão. Entre eles contam-se a perda momentânea de visão, perceção de imagens turvas ou pontos luminosos, figuras geométricas ou em ziguezague. Existem mesmo registos da sensação de formigueiro ou dormência numa das faces ou mãos, assim como paralisia ligeira dos membros, por regra só de um lado do corpo e dificuldade em falar. Estes sintomas acompanham a enxaqueca, vão aumentando progressivamente e duram cerca de 20 a 60 minutos.
O que causa uma enxaqueca?
Ainda que a ciência não tenha descortinado quais as reais causas, é provável que a genética e fatores ambientais tenham uma influência decisiva[4]. No entanto, os especialistas associam o aparecimento das crises de enxaqueca a vários fenómenos. Entre eles estão as alterações hormonais nas mulheres (devido à flutuação dos níveis de estrogénio ao longo do ciclo menstrual), o consumo de adoçantes, queijos curados, salgados e a ingestão de álcool e bebidas com cafeína. O stress, a instabilidade dos padrões de sono, assim como medicamentos como a pílula contracetiva e alguns vasodilatadores são também possíveis causas.
Diagnóstico
Inclui a avaliação da história pessoal e familiar, assim como a análise dos sintomas e a realização de um exame físico. Podem ser pedidas análises de sangue para despiste de infeções cerebrais, pesquisa de toxinas ou alterações vasculares. Em casos mais complexos, recorre-se a uma avaliação neurológica, assim como a exames de imagem como a TAC ou a ressonância magnética para despistar outras doenças[5].
Como tratar uma enxaqueca
Ainda que se trate de uma doença sem cura, existem alguns medicamentos e estratégias que podem prevenir ou aligeirar a frequência, intensidade e duração dos episódios de dor. Assim, durante uma crise aguda, aconselha-se o refúgio num local calmo e sem luz. A toma de medicamentos deve ser prescrita pelo seu médico de forma personalizada. É também recomendada a aplicação de frio ou calor no local onde a dor incide[6].
Prevenção
Uma das melhores formas de o fazer é estudar os momentos de crise e avaliar que fatores são responsáveis pela sua incidência. Feita essa identificação, a estratégia passa por evitá-los. Alguns médicos aconselham a toma diária de fármacos que ajudam a diminuir a frequência, intensidade e duração dos episódios de enxaqueca. É também aconselhada redução do stress e dormir oito horas por dia.
Vá ao médico
Aconselha-se a ida a uma consulta do médico de família caso tenha um histórico de dores de cabeça ou se os sintomas se tenham alterado. Entre esses, destacamos alguns sinais de alerta:
. Se os episódios iniciarem após os 50 anos;
. Dores severas e abruptas;
. Se à dor de cabeça se associam sintomas como febre, torcicolo, confusão mental, convulsões, visão dupla, fraqueza, dormência ou dificuldade em falar;
. Se, após um ferimento na cabeça, as dores agravarem;
. Se as dores agudizam em caso de tosse, esforço ou movimentos súbitos.
[1] www.mayoclinic.org/diseases-conditions/migraine-headache/symptoms-causes/syc-20360201
[2] https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/migraine-headache/diagnosis-treatment/drc-20360207 e http://www.cefaleias-spc.com/?page_id=93
[3] www.cefaleias-spc.com/?page_id=93
[4] in Cefaleias, coordenação Isabel Pavão Martins, editora Lidel
[5] www.sns.gov.pt/noticias/2017/09/19/tratamento-da-enxaqueca
[6] www.mayoclinic.org/diseases-conditions/migraine-headache/symptoms-causes/syc-20360201 e www.cefaleias-spc.com/?page_id=93
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