A tecnológica SAP escolheu as empresas inteligentes e a transformação digital para a edição deste ano do seu maior evento nacional, comemorativa dos seus 25 anos em Portugal.
A tecnologia e todos os conceitos que a ela se associam estiveram em destaque, ontem, no Centro de Congressos do Estoril, que abriu portas ao maior evento nacional da SAP. Luís Urmal Carrasqueira, diretor-geral da tecnológica em Portugal, caracterizou o atual momento da economia como “ideal para investir em novos modelos de negócio”. O executivo considera que a demografia portuguesa e a baixa produtividade do país constituem um desafio, que vê nas novas tecnologias uma ajuda para o enfrentar.
“A SAP estará sempre ao lado das empresas, quer na transformação digital, quer nos momentos mais difíceis, ajudando-as a tornar-se mais rentáveis”, afirmou. Luís Urmal Carrasqueira destacou a cultura de proximidade que a organização estabelece com os seus clientes, acrescentando que “a SAP construiu raízes fortes em Portugal e com o tecido empresarial português”. “Estamos cá para ficar”, garantiu.
A SAP como parceira da transformação digital
Na sua apresentação de abertura, o diretor-geral da empresa anunciou a parceria celebrada entre a SAP, a Altice Portugal e a Accenture, cujo objetivo reside na “aceleração da transformação digital nas empresas portuguesesas”. O acordo pressupõe a inclusão do data center da Altice, na Covilhã, na rede de data centers da SAP e na sua cloud privada. O centro de dados da operadora de telecomunicações é, assim, o primeiro certificado pela SAP em Portugal, permitindo aos seus clientes alocar os seus dados no data center da SAP. A Accenture será responsável pela criação de uma oferta para acelerar as migrações.
Luís Urmal Carrasqueira anunciou, também, o reforço da parceria entre a SAP e a Universidade Nova de Lisboa (NOVA IMS – Information Management School) através da criação de uma nova unidade curricular baseada em SAP nas licenciaturas de Gestão de Informação e Sistemas e Tecnologias de Informação. Foi anunciado, ainda, o lançamento da nova pós-graduação para executivos em “Digital Innovation for Business”, numa parceria entre a SAP, a NOVA IMS e a Accenture.
O futuro e a tecnologia
Martin Wezowski, designer-chefe da SAP, viajou até Portugal para marcar presença no evento nacional e falar sobre “o futuro em que todos queremos viver” – assim se designava a sua palestra. O responsável pelo gabinete de inovação da empresa de soluções e tecnologias de gestão explicou, recorrendo a exemplos de diferentes áreas, que a automação e a digitalização de determinadas funções substituem as pessoas em “tarefas aborrecidas e repetitivas”, libertando-as para tarefas que “criem valor”. O futuro do trabalho humano será caracterizado, segundo Martin Wezowski, pela “imaginação, criatividade e estratégia” e será a “empatia e criatividade” que o salvarão.
Em consonância, Tom Raftery, vice-presidente da SAP, futurista e evangelista de Internet of Things, falou sobre o futuro do digital. Graças à tecnologia serão vários os setores que irão aliar a inovação à automatização. Os aviões e os navios serão elétricos, os automóveis não terão pedais, vão dispensar o condutor, ou serão capazes até de voar e, na saúde, a inteligência artificial substituirá, em algumas funções, os médicos e enfermeiros.
A escolha pelas empresas inteligentes e transformação digital para batizar o evento reside no contributo que a SAP pretende dar às organizações para “melhorarem a sua produtividade e competitividade, independentemente do seu setor e dimensão”, afirmou Inês Vaz Pereira, responsável pelo negócio da cloud na SAP SuccessFactors, ao InfoRH. “Através da disponibilização de um novo sistema de inovação digital, pretendemos fazer a ligação entre o mundo físico e o mundo digital, utilizando funcionalidades de aprendizagem automática, inteligência artificial e capacidades analíticas. Com estas aplicações inteligentes, podemos então habilitar os gestores de qualquer organização a analisar o negócio em tempo real e a tomar decisões mais fundamentadas, ou seja, mais inteligentes”, explicou.
A supremacia dos dados em tempo real
Durante a manhã realizou-se uma mesa redonda que juntou, para debater o conceito de empresas inteligentes, Conceição Calheiro e Menezes, diretora de produto da Logoplaste, João Cabaço, diretor-geral da Trivalor, Jorge Carrola Rodrigues, docente da Universidade Nova de Lisboa, e Miguel Pina Martins, fundador da Science4you. Separa-os as áreas onde desenvolvem a sua atividade profissional, mas une-os a necessidade de terem, em tempo real, dados fundamentais sobre o negócio.
Conceição Calheiro e Menezes referiu que, graças à digitalização, a Logoplaste tem “mais informação, e informação em tempo real, conhece melhor o cliente e tem uma maior transparência” nos seus processos. “As máquinas não vão substituir as pessoas”, considerou a diretora, acrescentando que “com a tecnologia, as pessoas encontram espaço para fazer outras coisas”. “O que se imagina fica aquém do que é possível fazer com a tecnologia”, realçou.
A Science4you dedica-se à produção de brinquedos sem tecnologia, mas é nela que encontra um importante elemento para a sua eficiência, já que, neste mercado, há uma nova tendência a cada três meses. “Há mais ferramentas tecnológicas que permitem saber e prever o que querem as crianças”, afirmou Miguel Pina Martins. O fundador da empresa de brinquedos disse que “interessa ter dados e que quantos mais dados melhor”. O difícil é “processar a informação” que têm. Para o efeito, recorreram à condensação de vários softwares numa só plataforma de gestão integrada, que vai, segundo o responsável, permitir à Science4you poupar cerca de 500 mil euros nos próximos três a quatro anos.
O objetivo da Trivalor é “servir bem-estar, aportar valor e responder às necessidades de mercado”, como referiu João Cabaço. Para isso, faz uso da realidade aumentada nos seus armazéns, garantindo que os clientes recebem “o produto certo na quantidade certa”.
É na componente humana que vai residir o futuro das empresas. “A componente emocional e a criatividade vão fazer a diferença”, garantiu o professor da Universidade Nova de Lisboa. Para se tornarem inteligentes, as organizações precisam de duas competências chave: “a capacidade analítica e relacional”, concluiu Jorge Carrola Rodrigues.
No final do dia, tempo para balanços. “Foi uma edição muito especial, porque assinala os 25 anos da SAP em Portugal e deixou patente, de forma extraordinária e bastante clara, como é que as tecnologias, disponíveis hoje e ainda em desenvolvimento, se aplicam à realidade das empresas e poderão criar ainda mais valor para o trabalho de cada profissional“, adiantou Inês Vaz Pereira, head of cloud business da SAP, ao InfoRH. “O balanço é o mais positivo possível. Ficou evidente, pela magnitude e adesão a este momento, que os ecossistemas de clientes, parceiros e colaboradores da SAP combinam perfeitamente para o propósito da SAP de contribuir para um mundo que funciona cada vez melhor“, finalizou a líder do negócio da cloud.