Vera de Melo
CEO e partner da Your People
Desde tenra idade que tenho um sentimento agridoce relativamente ao Dia Internacional da Mulher. Considero que sou mulher todos os dias e a comemorar devia fazê-lo igualmente todos os dias. Celebrar a riqueza da feminilidade, o privilégio do que me diferencia enquanto mulher, o desafio de continuar a ser mulher quando a sociedade nos empurra a ser tudo o resto.
Mas comemorações à parte, o que é que torna as mulheres tão especiais… Em primeiro lugar a sensibilidade, o que à luz do mundo condena e fragiliza a mulher, mas que no meu entender é o seu maior trunfo. A mulher é detentora de uma habilidade única para captar vários movimentos, gestos e assuntos. Revela uma perceção ampliada e uma intuição apurada.
Em segundo lugar, e a minha preferida, ter a capacidade de expressar as suas emoções sem receio. Não esconde as emoções com medo de mostrar fragilidade. Emociona-se com pequenos fatos e gestos. Vive num equilíbrio imperfeito entre razão e emoção.
Em terceiro lugar, a multiplicidade de papeis que desempenha com êxito. Mãe, Mulher, Profissional, Filha e tantos outros que poderíamos enumerar… O incrível é a capacidade, a plasticidade com que a mulher transita de um papel para o outro não deixando que nenhum deles a limite e a aprisione.
No quarto lugar, a habilidade de ser real. A mulher revela uma sabedoria notável para encarar os seus limites, aceitá-los e expô-los. Percebe que não precisa de manter o mito de “super mulher “que tudo consegue e tudo faz.
Em quinto lugar, a contínua capacidade de sonhar. Os sonhos esses são bem diferentes de mulher para mulher, mas todas têm um… Os sapatos, a mala, o marido, a casa, o emprego, o colar, a licenciatura, etc… E todas não vão descansar enquanto não o realizarem. Com plano ou sem plano, com níveis de organização diferentes, um dia o sonho virará realidade.
Em sexto lugar, o foco. É incrível a quantidade de coisas que uma mulher consegue fazer em simultâneo sem perder o foco. Consegue fazer acontecer, tomar decisões em frações de segundos, “desdobra-se em mil”, supera-se e reinventa-se.
Em sétimo e último lugar, a capacidade de aceitar os homens. Esta característica parece piada, mas não é, é uma das maiores virtudes da mulher. Aceitar quem tanto ao longo dos anos questionou a competência e a legitimidade do sexo oposto. Com um sorriso, paciência, carinho e com uma simplicidade única, a mulher integra a opinião do homem gerando valor. Transforma competição em colaboração, fraqueza em franqueza! É esta
última característica que tanto a diferencia e torna tão especial.
Hoje e sempre recorde o privilégio de ser MULHER!