Se no contexto pré-pandemia a saúde mental e o bem-estar já eram tema de debate, hoje passam a estar no topo da lista das preocupações das lideranças. Para responder às necessidades do mercado, a Workwell adaptou os seus serviços ao que as organizações cada vez mais procuram: dar o suporte e apoio necessário aos seus colaboradores.
Quando a Workwell nasceu, em 2008, o foco do projeto centrava-se no bem-estar dos trabalhadores do ponto de vista físico – ginástica laboral e massagens de relaxamento eram alguns dos serviços da empresa no pré-pandemia. Acompanhando aquele que é o mercado nacional e as mudanças das prioridades nas empresas, a Workwell identificou que o bem-estar físico estava longe de ser a única preocupação a ter em conta. Surgiu a certeza de que, para tornar os colaboradores mais saudáveis e felizes, o bem-estar emocional e a saúde mental seriam áreas a explorar. De acordo com Tiago Santos, CEO da Workwell, a empresa já vinha a trabalhar esta componente antes da pandemia, o que serviu de base para aquilo que é hoje a oferta de programas.
Há um ano*, com o surgimento do vírus, cerca de 90% da atividade da empresa foi suspensa. Depois de uma análise, identificaram as necessidades, organizaram uma equipa de crise e, num par de dias, montaram o programa MHPro. Este programa pretendia ir ao encontro das necessidades mais momentâneas dos colaboradores, como o apoio emocional ou as estratégias de coping, e a adesão superou a expectativa. Rapidamente se verificou que as necessidades identificadas eram reais.
Desde logo, a Workwell detetou, segundo Tiago Santos, uma grande necessidade de contacto social por parte das pessoas. “No primeiro confinamento, eram mais os gestores que estavam preocupados do que propriamente as pessoas”, revela o CEO. No entanto, com o passar do tempo, os colaboradores começaram a sentir uma maior necessidade de apoio e a demonstrar sinais de exaustão e fadiga pandémica. Consequentemente, as empresas procuraram dar suporte emocional e psicológico aos seus recursos, capacitando-os com as ferramentas necessárias para enfrentarem este novo normal.
Foi devido a estas necessidades que surgiu o MHPro, que assentava em três princípios estratégicos: o apoio psicológico e de suporte às equipas – com uma linha de apoio aos colaboradores disponível 24 horas -, a aprendizagem e a promoção da saúde mental, e o coping. O projeto obteve uma grande procura por parte das empresas e o feedback foi positivo; as organizações, cada vez mais, procuravam um fornecedor que tivesse uma solução “all in one”, isto é, uma oferta integrada.
“A fadiga pandémica atinge cerca de 70% da população e nós sentimos isso muito claramente. Temos hoje muito mais procura. Este primeiro trimestre tem-se revelado uma surpresa muito grande”, sublinha Tiago Santos.
“O cliente não tem de estar preso àquilo que é a nossa metodologia; Nós é que nos adaptamos à metodologia do cliente”
Um programa de consultoria que avalia a saúde mental da sua empresa
A Workwell apresenta agora uma solução que pretende ir ao encontro das necessidades de cada empresa – um programa de consultoria que consiste em avaliar, através de um diagnóstico, o estado da saúde mental e emocional da população na empresa, e em avançar com soluções de atividades e iniciativas específicas para o problema. O projeto foi montado com base numa bolsa de créditos que podem ser substituídos por iniciativas. “Isto coloca o cliente no centro. O cliente não tem de estar preso àquilo que é a nossa metodologia; nós é que nos adaptamos à necessidade do cliente. É dar a agilidade e flexibilidade de se apostar em soluções que façam sentido no momento e retirar outras que não façam tanto sentido”, explica Tiago Santos.
Este projeto de consultoria é assente em tecnologia e utiliza ferramentas de estratificação de riscos psicossociais completamente digitais. O objetivo é poder dar às chefias uma visão global dos dados relativamente à saúde mental dos trabalhadores, através de um dashboard analítico.
Serviços não só para colaboradores, mas também para chefias
Neste momento, a Workwell dispõe de equipas de psicólogos e coaches, médicos e enfermeiros, fisiologistas e personal trainers, fisioterapeutas e nutricionistas. “Decidimos apostar internamente nas equipas”, sublinha o CEO. Já a nível de programas, a empresa dedica-se a assessments de saúde mental e organizacional, com auditoria em saúde mental; suporte em situações de trauma/crise e avaliação do retorno das ausências; mindfulness; psicoterapias e peer/team coaching (agora chamadas de tribos), grupos de debate e oficinas da mente. Contudo, o produto mais procurado neste momento são as videoconsultas, que podem abranger diversas áreas, desde a psicoterapia, ao health coaching, à nutrição, e à postura e redução de dor.
No entanto, a oferta não se centra apenas nos colaboradores, sendo que a Worwell dispõe igualmente de formações para lideranças. O objetivo é capacitar as chefias para que estas possam colocar em prática o conhecimento nas suas próprias organizações. “Fomos sentido que, se queremos ser bem-sucedidos na missão de ajudar as empresas e os colaboradores, temos de ter uma estratégia que não trabalhe apenas o ‘bottom’. Conseguimos melhores resultados se impactarmos também as chefias”, nota Tiago Santos. As masterclasses para chefias, direções e lideranças abordam temas como: organizações saudáveis e resilientes; gestão de saúde mental para organizações; primeiros socorros psicológicos; stress e burnout.
Além de tudo isto, existe ainda formação para colaboradores – um conjunto de webinares que pretende ajudar os trabalhadores com as suas várias necessidades de saúde e bem-estar. “Quisemos ser abrangentes porque sabemos que as necessidades são bastante diferentes entre realidades, e a equipa interna dá-nos a possibilidade de desenvolver conteúdo ajustado”, conclui o CEO.
Atualmente, os programas são entregues através de uma plataforma digital, customizada para cada empresa, onde tudo está disponível – desde o calendário, a atividades, agendamentos e conteúdo informativo.
Surgindo a possibilidade de se voltarem a realizar atividades e iniciativas presencialmente, a Workwell pretende voltar àquela que era a oferta pré-pandemia, mas também manter muito do que está a ser feito agora. “Achamos que vai haver um misto, e esse misto para nós é ótimo, porque gostamos muito do regime presencial, mas o remoto dá-nos outras possibilidades”, confessa Tiago Santos.
*Este artigo foi publicado na edição n.º 133 da RHmagazine, referente aos meses de março/abril de 2021.