A resposta está, por exemplo, na importância que conferem ao salário, segundo o relatório desenvolvido pela Hays.
Une-as o interesse pela área aquando da mudança de emprego. Separa-as a importância que conferem ao salário. Na suas tomadas de decisão, é o “gosto pela área” que mais influencia os baby boomers, a geração X, a geração Y ou millennials e a geração Z. O vencimento não exerce influência nos mais novos. A Hays divulgou os resultados do relatório nacional “Talento Z: Os nativos digitais no mercado laboral”, que identifica as principais tendências de mercado das quatro gerações.
“O salário tem também bastante influência nos baby boomers (7%), na geração X (12%) e nos millennials (9%), mas não tem relevância para a geração Z (0%). A mais recente geração importa-se mais com as saídas profissionais, do que qualquer outra geração”, refere a consultora de recrutamento. E no que diz respeito a áreas, de acordo com o estudo da Hays, a geração Z prefere apostar em áreas como a gestão. Já se os baby boomers, os millennials e a geração X pudessem investir numa outra área de formação, investiriam nas áreas de gestão e tecnologias de informação.
Um mercado de trabalho, quatro gerações
A geração Z irá trabalhar durante mais anos e, comparativamente com as restantes gerações analisadas, é “a que quer trabalhar em menos empresas diferentes”. Segundo Paula Baptista, managing director da Hays Portugal, “ao analisar o relatório, percebe-se também que, à medida que as gerações vão avançado, as expectativas em relação ao tempo de espera por uma promoção vai reduzindo”. “Ou seja, as primeiras gerações são mais pacientes para verem os resultados e benefícios do seu trabalho do que as novas gerações, que querem ser valorizadas mais de imediato”, afirma a responsável.
O seguro de saúde é o benefício referido pelas quatro gerações quando se trata de atrair os profissionais e fazê-los permanecer nas empresas. Os baby boomers referem como os três principais benefícios o seguro de saúde (86%), formação e certificações (66%) e automóvel para uso pessoal (61%). A geração X aponta o seguro de saúde (88%), a formação e certificações (80%) e a flexibilidade de horários (76%). Os millennials referem também o seguro de saúde (82%), formação e certificações (79%) e a flexibilidade de horários (76%). E, por fim, entre os três principais benefícios para a geração Z encontra-se a possibilidade de trabalhar a partir de casa (72%), o seguro de saúde (72%) e flexibilidade de horários (70%).
De acordo com os dados do estudo da Hays, a geração Z é a geração que mais valoriza o refeitório (46%), o cartão refeição (38%), o subsídio de transporte (52%), ao cesso à internet para uso pessoal (26%), os descontos em produtos ou serviços (50%) e dias de férias extra (60%). “No entanto, esta geração não demonstra particular interesse em ter automóvel para uso pessoal como benefício. Aliás, este benefício tem vindo a decrescer gradualmente em importância a cada nova geração”, nota a consultora de recrutamento.
Segundo o relatório “Talento Z: Os nativos digitais no mercado laboral”, as gerações X e Y concordam em considerar que os seus superiores não têm as soft skills necessárias para desenvolverem a função. Como justificação, descrevem que uma chefia ideal seria motivadora, justa, ética, transparente e experiente.
A boa conjuntura da economia portuguesa e a dinâmico do mercado laboral têm contribuído, segundo a Hays, para o abrandamento nas tendências de fuga de talento para o estrangeiro, nos últimos anos. “Ao analisar os resultados, nenhuma das gerações revela particular interesse em emigrar, num futuro próximo”, realça.
Caso a geração Z tivesse de emigrar, os Estados Unidos seriam o país mais apelativo, seguido da Alemanha e Espanha. Para as restantes gerações, as preferências recaem, igualmente, em Espanha e Alemanha e em Angola e Reino Unido.