Nos passados dias 30 e 31 de outubro, a Cegoc realizou mais uma edição do Business Transformation Summit. A Lx Factory, em Lisboa, recebeu mais de 600 profissionais num ambiente de grande diversão e “aceleração”. O Business Transformation Summit 2020 já tem data marcada – 8 de outubro 2020
Principais conclusões do evento:
“Não precisamos de encontrar uma grande ideia. Basta encontrarmos uma ideia pequena que possa ser tornada grande.” Jeremy Gutsche
Jeremy Gutsche subiu ao palco com o tema “Better and Faster – The Proven Path to Unstoppable Ideas”. Um dos keynote speakers mais requisitados do momento explicou à audiência como podemos aproveitar esta “era das oportunidades” que vivemos atualmente através de algumas das técnicas utilizadas para acelerar a estratégia de inovação e os resultados de empresas tão globais e disruptivas como Netflix, Starbucks, Intel, Victoria Secret, IBM ou Red Bull.
Principais lições sobre a inovação: ser insaciável, esforçar-se, agir mais depressa e não desistir. É a partir destas caraterísticas que se dá a fórmula secreta para o sucesso, que consiste em trabalhar arduamente e nunca descurar as oportunidades, que “surgem a qualquer momento e em qualquer lugar, nesta era de caos e aceleração”.
Jeremy terminou o seu keynote speech dizendo que assistimos à melhor época para ser criativos e para acelerarmos ideias, porque a verdade é que somos capazes de muito mais do que aquilo que achamos.
“Uma organização 7 Estrelas é uma organização atrativa, que cresce rapidamente, que é bem-sucedida e desenhada à prova do futuro.” Jack Korsten
“A confiança é a nova moeda de troca do mundo moderno, cada vez mais conectado, interdependente e colaborativo.” Gary T. Judd
Segundo Gary a confiança é um ativo que impacta diretamente dois resultados mensuráveis nas organizações: a velocidade e o custo. “Quando há muita confiança, a comunicação, a criatividade e o envolvimento melhoram. A produtividade aumenta e os custos diminuem, tendo em conta que a atenção é redirecionada para os objetivos e não para os medos e a frustração. Equipas e organizações que operam com altos níveis de confiança superam significativamente as equipas e organizações com baixos níveis de confiança.”
“O mundo está a mudar rapidamente e os negócios estão a acelerar a um ritmo exponencial. À medida que a tecnologia impulsiona a disrupção e a expectativa de que tudo precisa ser mais rápido, surgem mais oportunidades… e também mais pressão sobre todos nós.” Sophie Devonshire
Sophie Devonshire, autora do bestseller “Superfast: Lead at Speed” e especialista em aceleração de negócios, explorou no seu Acceleration Workshop o tema “Superfast: How to Set the Pace and Lead in a World of Speed”. Sophie debateu a importância de cada empresa desenvolver o seu próprio ritmo para sobreviver e prosperar neste mundo movido a alta velocidade.
“No futuro, assistiremos a uma transformação do conceito de local de trabalho (combinando espaços físicos com virtuais) a uma crescente cultura de colaboração e a uma cada vez maior adoção de soluções potenciadas por inteligência artificial que irão fomentar a cooperação entre homens e máquinas.” Bruno Horta Soares
Bruno Horta Soares começou por explicar como a terceira plataforma digital e os aceleradores de inovação estão a mudar fundamentalmente o conceito de trabalho e a forma como ele é feito.
“No mundo acelerado e cada vez mais exigente que vivemos, a agilidade torna-se uma competência não apenas necessária, como absolutamente crítica para a sobrevivência das organizações e para o sucesso individual.” Maria João Ceitil
Maria João Ceitil explicou aos participantes qual a definição de Agile: “Uma nova forma de pensar e de agir, que significa não só fazer as coisas de forma mais rápida, como evitar o desperdício de fazer mais do que o necessário”.
“Acredite no futuro e ele o levará até lá. Mas mais importante do que isso, nunca o subestime.” Zoltan Istvan
A seguir à hora de almoço decorreu o keynote speech “Superhuman – How Converging Transhumanist Technologies will Change everything”, através do qual o transumanista Zoltan Istvan antecipou como é que o ser humano poderá evoluir nas próximas décadas, com recurso a inovações científicas e tecnológicas que prometem “fintar” a morte e elevar a condição humana para uma dimensão “super-humana”.
O antigo jornalista do National Geographic Channel referiu que o transumanismo junta dezenas de milhares de defensores em todo o mundo e que este movimento tem como objetivo Nº1 combater as doenças, o sofrimento, a velhice e a própria morte. Como? Através de “uma revolução no campo da medicina” onde seja possível substituir roboticamente membros amputados (cyborgs), reprogramar o código do ADN através de edição genética, preservar o corpo humano através do processo criónico, utilizar fatos com tecnologia exoesquelética ou trocar o coração por uma máquina – dado que as doenças cardíacas são a causa de morte Nº 1 no mundo e custam ao governo norte-americano “cerca de 3,4 mil milhões de dólares que poderiam ser poupados com um coração artificial”.
Deficiências como a cegueira ou a surdez passam a ser limitações do passado à luz do transumanismo, referiu Zoltan Istvan, graças ao implante de órgãos biónicos ou ao biohacking, que ajudam a monitorizar tarefas ou a executar novas tarefas que antes não eram possíveis ao corpo humano. Também o mind uploading e a capacidade de controlar dispositivos e máquinas através do cérebro pode ser uma realidade muito próxima, acrescentou Zoltan, citando o exemplo de empresas como a Neuralink (fundada por Elon Musk), que pretende criar um género de sistema de download e upload de pensamentos entre o cérebro humano e um computador, capaz de no futuro nos permitir realizar todas as funções que um telemóvel faz hoje em dia apenas com a mente.
Istvan, que é orador convidado de organizações como o Fórum Económico Mundial, Banco Mundial e Universidade de Harvard, terminou o seu keynote speech referindo que “Realidade virtual e outras realidades, robôs, drones, impressoras 3D e projeções holográficas vão estar por toda a parte”, acrescentando que a fusão homem máquina que está na base do transumanismo pode ser “a única forma de nos tornarmos mais inteligentes e mais competitivos do que as máquinas, porque a verdade é que no futuro podemos ter máquinas centenas de vezes mais inteligentes do que os seres humanos”.
Liderança responsável e responsiva: “não se trata apenas de saber como agir rapidamente, trata-se antes de saber como utilizar o tempo da forma mais inteligente e eficaz possível – desacelerar e fazer pausa quando é necessário para ponderar/tomar as decisões mais acertadas e voltar a acelerar de acordo com um plano de aceleração adaptado a cada negócio e organização.” Sophie Devonshire
“Sermos unicórnios significa que somos mais rápidos do que os demais a fazer as coisas, mas também significa que se deixarmos de o ser, alguém pode tomar o nosso lugar”. Marco Costa
A Talkdesk integra a prestigiada lista Forbes Cloud 100 e ultrapassa os 1800 clientes em mais de 75 países, que incluem marcas como Canon, Accenture, Bayer, Galp, Sysco, Farfecht, Airbnb ou Sonae.
“A cultura de startup mantém-se na OutSystems, o que nos deixa muito felizes – continuamos a querer que todos tenham uma palavra a dizer e que questionem o status quo.” Rodrigo Coutinho
No ultimo debate do dia, Rodrigo Coutinho começou por apresentar a OutSystems, o unicórnio português fundado em 2001 que é líder no mercado do desenvolvimento de aplicações móveis e web (low code), referindo que as suas origens estão também relacionadas com a “necessidade de aceleração, já que a área do software era conhecida pelo seu desenvolvimento lento e por ultrapassar os budgets”. Rodrigo lembrou que quando a OutSystems começou contava apenas com 5 pessoas e hoje são mais de mil colaboradores.